CHRISTINA NUNES
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
|
|
Energias
umbralinas
Hoje pela manhã,
cedo, na
iminência de
retomar o corpo
totalmente
(muitas vezes é
nesse momento
que são
insufladas as
mensagens
importantes,
certamente na
intenção de que
sejam
devidamente
recordadas no
estado de
vigília), meu
mentor, amoroso
como sempre, me
transmitiu um
recado
estranho:
“O mundo vive
um momento
complicado. Mas,
ao invés de
ceder ao medo ou
ao desânimo
prejudicial,
procure confiar
no que você já
sabe a respeito
da vida
espiritual, a
verdadeira, que
prescinde das
aparências da
esfera material.
Todos respiramos
dentro da faixa
vibratória /
energética de
nossas próprias
emissões
íntimas, e isso,
sobretudo, é a
sua maior
salvaguarda. É
como se,
literalmente,
você se tornasse
inacessível,
invisível às más
influências e às
ameaças. A
invigilância
ocasional –
justo os nossos
lapsos de
consciência, que
nos atiram em
estados de
espírito
indesejáveis – é
que,
eventualmente,
nos entrelaça
com as
realidades mais
densas deste
mundo, e nos
expõe, em grau
maior de
vulnerabilidade,
aos riscos!
Portanto,
lembre-se e
confie.
Preservando o
mais possível a
sua condição
espiritual nas
faixas
vibratórias do
otimismo, da
gratidão pela
realidade da luz
divina
influenciando as
vidas de todos,
você não precisa
temer nada
dentro do
repertório d e
seu presente
período
reencarnatório!”
Acordei,
portanto, com
essas palavras
soando
repetidamente na
minha audição
interior, e,
durante as
primeiras
atividades da
manhã, uma série
de reflexões e
lembranças
oportunas
serviram para
confirmar a
veracidade
incontestável
das advertências
do querido
tutor, em época
turbulenta no
país e na minha
cidade natal, em
que, em contato
inevitável com o
noticiário
cotidiano, a
vontade real,
muitas das
vezes, é de não
deixar o
ambiente seguro
do lar rumo às
atividades
diárias.
Tive que
reconhecer, em
contrapartida,
que muito das
energias
umbralinas
predominantes na
atualidade
derivam, mesmo,
da nossa
invigilância
frente às
atitudes
próprias e
pensamentos
recorrentes.
Quantos de nós,
influenciados
pelo bombardeio
de notícias
deprimentes
sucessivas,
veiculadas em
quase todos os
canais de mídia,
não nos deixamos
arrastar pela
onda irrefreável
de revolta,
queixas,
irascibilidade,
medo, ódio, e
pelo se deixar
levar ao círculo
vicioso de
conversas com
temáticas
deprimentes?
Na sucessão
exaustiva de um
dia após o
outro,
mergulhados no
ritmo
eletrizante dos
compromissos e
responsabilidades,
quem, vez por
outra, pelo
menos, não se
deixa desfalecer
de ânimo e de
otimismo em
relação aos
destinos deste
mundo e da
humanidade
reencarnada?
Pior – num nível
piorado de
inconsciência!
–, quantos não
abandonam suas
preferências a
esta qualidade
deteriorada de
noticiário,
experimentando
certo gosto
mórbido no se
presenciar as
dificuldades
mais ou menos
chocantes
enfrentadas
pelas populações
reencarnadas,
imergindo num
silencioso,
estranho e
tacanho
sentimento
mesquinho, de
não se estar
sozinho em meio
às
atribulações?
Lembro-me com
clareza de que,
há muitos anos
atrás, quando
iniciava meus
anos de vida
profissional e
decidi optar por
outro ambiente
de trabalho,
prestando
concurso para a
Justiça, ouvi
comentários de
alguns amigos
deixados nos
serviços de
antes, no
sentido de que
muitos,
ostensivamente,
detestaram minha
conquista
trabalhista.
Eu havia me
dedicado
arduamente
durante mais de
um ano a cursos
preparatórios,
para prestar
concurso e me
situar entre as
vagas
disponíveis,
esforço este que
foi coroado com
uma vitória
alegremente
comemorada entre
os meus. Mas,
passados os
meses, soube
dessas notícias
surpreendentes.
Que colegas que
antes me
ombreavam no dia
a dia de
trabalho não
conseguiam
disfarçar a
contrariedade e
a maledicência,
sempre que
alguém conseguia
prosperar num
outro destino
profissional
mais
compensador.
Os mesmos que, a
despeito da
constante
insatisfação e
negatividade
diária, não se
mexiam para
mudar a própria
realidade em
benefício
próprio.
Preferiam
prosseguir
imersos no
círculo vicioso
de reclamações
improdutivas,
querendo, em
contrapartida,
que ninguém
escapasse ao
barco de
negatividade
doentia. Sempre,
portanto, que
alguém saía,
feliz por
prosperar em
novas frentes,
manifestavam uma
onda de
ponderações
deprimentes,
desmerecendo os
feitos do colega
então ausente,
infelizes de que
alguém, por
mérito, buscasse
destinos mais
condizentes aos
seus objetivos
profissionais.
Estas lembranças
condizem com o
que se observa
hoje, de maneira
generalizada. Em
variados
contextos,
nota-se a
insatisfação
exasperada da
população com a
violência, com
os níveis
elevados da
falta de
segurança, de
educação.
Todavia, com
espanto, se
observarmos com
atenção,
percebemos com
facilidade que a
mesma população
que reclama
aparentemente se
compraz com tais
situações
sacrificadas; e,
mesmo, as
alimenta, e, num
sentido
estranho,
resiste às
mudanças
proativas que
modificariam
tudo para melhor
– de maneira
gradativa,
claro, na
proporção em que
mais e mais
pessoas se
questionassem
sobre o que, de
fato, desejam
para o mundo,
para a melhoria
da qualidade de
vida.
Porém,
reformulando
atitudes neste
mesmo sentido!
E, não, se
comprazendo com
quadros
deprimentes da
sociedade, e se
sentindo
silenciosamente
aliviados por,
de uma forma ou
de outra, alguns
atravessarem as
mesmas
dificuldades que
enfrenta – em
lugar de lançar
luz para a
frente e para o
alto, com o fim
de melhorar os
cenários humanos
para si e para
todas as demais
pessoas.
Assim, nada mais
justo do que se
ressentir do
grau de
insegurança com
que todos
vivemos
coletivamente –
todavia, os
níveis de
violência,
desrespeito e
agressividade
começam a ser
modificados no
cotidiano
doméstico de
cada um de nós.
Evitando-se o
desrespeito
pelos
familiares; no
comportamento
individual,
abolindo dos
hábitos o uso
das palavras ou
atitudes
deprimentes ou
agressivas. A
agressão física
ou verbal, como
solução para os
problemas. A
emissão de
palavreado tosco
no cotidiano, em
quaisquer
ambientes,
porquanto se
sabe, pelos
estudos
espirituais, que
tudo o que
emitimos para o
mundo são
energias,
reveladoras da
marca d’água de
nossas
qualidades e
imperfeições – e
o verbo, como
tudo o mais, é
indicativo
importantíssimo
desta marca
d’água.
Normal que,
pelas mesmas
razões,
sinalizemos pela
necessidade da
melhoria da
educação em
nosso país;
todavia,
imprescindível
que a educação
formadora de
indivíduos
respeitadores,
desde cedo, do
ambiente das
escolas e
universidades,
comece em casa –
no mesmo ninho
familiar onde as
crianças
deveriam, desde
a mais tenra
idade, aprender
sobre
responsabilidades
próprias e
respeito pelos
mais velhos,
pelas lições e
cuidados
importantes que
esses têm para
lhes
transmitir.
Inútil, por
outra, se falar
em educação e
prosseguir
fazendo do
ambiente das
vias urbanas
latas de lixo
diárias.
Falar-se
inflamadamente
sobre direitos
políticos e
sociais
desrespeitados,
quando não se
cede lugar aos
idosos nos
coletivos, e se
avança,
sorrateiro, o
sinal de
trânsito fechado
sobre pedestres
em travessia.
Falácia levantar
bandeiras em
prol de direitos
– sejam esses
ligados às
esferas da
saúde, educação,
ou outras muitas
– se cada qual
não aplica, no
cotidiano mais
simples, a
vigilância da
reformulação
própria, naquele
mesmo sentido
para o qual quer
mudanças.
Agindo assim,
obviamente não
se conseguiria,
por milagre, a
modificação das
sequelas mais
complexas que
ainda fazem
sofrimentos
neste mundo
material,
situando-o como
um local de
provas e
expiações.
Todavia, não se
pecaria por
grave
incoerência.
Cada um que
assim
despertasse para
realizar na
rotina diária o
mundo que quer
para si e para
os seus
colaboraria para
que, em processo
gradativo, o
sonho se
tornasse
realidade em
tempo mais
breve. E se
observaria,
desta forma, com
maior clareza, a
verdade do que
meu mentor
desencarnado,
Caio Fabio
Quinto, outra
vez me lembrou
nas primeiras
horas deste
sábado de sol no
Rio.
Criamos,
literalmente, o
mundo que
queremos. Mas,
não, lançando
mão das mesmas
atitudes,
pensamentos, e
emissões
agressivas, de
revolta, de medo
e inconformação
improdutiva, dos
quais tanto
reclamamos, no
ambiente que
queremos
modificar.
Comecemos do que
é mais próximo.
Tentando moldar
nossos lugares
mais íntimos, a
partir de nós
mesmos, segundo
as melhorias
ambicionadas –
para, então,
estendê-las ao
nosso derredor,
com maior
segurança, e sem
contradições
pessoais. Pois
assim,
naturalmente,
nos imunizamos
contra os
efeitos
deprimentes dos
desacertos
desencadeados na
vida cotidiana
pelo estado
ainda rude de
inconsciência
humana. Rompamos
a sintonia.
Tornamo-nos mais
imunes a eles,
na medida em que
nos depuramos e
não mais
engrossamos
energeticamente
as aglutinações
sombrias de
ordem
espiritual, ao
passo em que
contribuímos, de
modo efetivo,
para a evolução
terrena e para o
bem-estar da
coletividade,
como um todo.
A natureza nos
oferece desde
sempre lições
simples e
sábias.
Nenhum fruto
suculento
amadurece de
fora para
dentro.
A Terra, com sua
população
reencarnada e
desencarnada, é
um fruto cósmico
bendito do
Criador, e só
pode alçar voos
mais luminosos
se o seu
amadurecimento
for o da
qualidade de seu
conteúdo vital.
Não somente o de
meros devaneios
e aparências.