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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 477 - 7 de Agosto de 2016

HYEROHYDES GONÇALVES
hyero.inlar@hotmail.com
Governador Valadares, MG (Brasil)

 


Precisa-se de verdadeiros profetas


Eis o anúncio que eu li: precisa-se de verdadeiros profetas!

O caro leitor pode e deve me questionar sobre a veracidade dessa assertiva; apesar de que se se trata de uma assertiva, logo se refere a enunciado categórico, indiscutível, claro e definido. Mas... mesmo assim vamos aos questionamentos!

É que esse tão abençoado anúncio vem aparecendo, de forma recorrente, nos meus pensamentos, levando-me a entender a imprescindibilidade de estarmos aqui trazendo esse assunto em pauta.

Jesus Cristo, através do Evangelho segundo Mateus, capítulo 7, versículos de 15 a 20, nos adverte quanto à necessidade de nos guardarmos, de nos protegermos dos falsos profetas, dizendo que eles vêm ter conosco cobertos de peles de ovelha, mas que por dentro são lobos ferozes. E ainda nos recomenda a conhecê-los pelos seus frutos. E nos questiona se se podem colher uvas nos espinheiros ou figos nas sarças. E o mestre Jesus deixa bem claro que uma árvore boa não pode produzir frutos maus e uma árvore má não pode produzir frutos bons. E que toda árvore má, ou seja, aquela que não produz frutos bons, será cortada e lançada ao fogo.

Em O Evangelho segundo o Espiritismo, no capítulo 21, item 4, a Espiritualidade da Verdade nos esclarece, através de Allan Kardec: que se atribui comumente aos profetas o dom de adivinhar o futuro, de sorte que as palavras profecia e predição se tornaram sinônimas. Mas que, no sentido evangélico, a palavra “profeta” ganha uma significação mais ampla, mais extensa, de forma que o vocábulo “profeta” passa a se referir a todo aquele enviado de Deus com a missão de instruir as pessoas e de lhes revelar as coisas ocultas e os mistérios da vida espiritual, podendo uma pessoa ser profeta, sem fazer predições.

Então, amigo leitor, diante do exposto, podemos concluir que os profetas da atualidade (verdadeiros ou falsos) não estão apenas nas religiões, institucionalmente definidas; mas, em todos os segmentos sociais, tais como nas famílias, na política, na comunidade, nas atividades profissionais, nos campos comerciais e assim por diante...

Mas... como conhecê-los, se verdadeiros ou falsos?!!!

Imaginemos um líder ou dirigente de uma instituição religiosa que prega o bem, mas que, na verdade, tem interesses pessoais ou econômicos na causa, ou até mesmo por vaidade tire proveito daqueles que o seguem: está sendo um falso profeta.

Os pais que dão maus exemplos aos filhos, tirando vantagem indevida no trato com as pessoas; no trânsito, avançando o sinal vermelho, dirigindo alcoolizado ou embriagado o seu veículo automotor; na lida do dia a dia, soltando expressões obscenas: trata-se de falsos profetas.

O político que corrompe e/ou se deixa corromper, ou que não cumpre as promessas de campanha, também é um exemplo de falso profeta.

O líder comunitário que se dedica à comunidade tão somente para obter vantagens ilícitas também é um exemplo de falso profeta.

O profissional e o comerciante que não cumprem corretamente as suas obrigações, enganando os clientes, ou ao patrão, ou aos empregados, também é um caso de falsa profecia.

O escritor que tenta, com as suas obras exuberantes, incentivar pessoas à discórdia, à destruição da família, às práticas do sexo desregrado, ao crime, etc.: trata-se de falso profeta.

Logo, caro amigo, falso profeta é todo aquele que se esconde por trás de uma situação de benefício para a sociedade, mas que, na verdade, dá o bote na hora oportuna, enganando as pessoas que nele depositaram a confiança.

Então, precisa-se de verdadeiros profetas!!!

Que promovam o bem a todo instante, em todos os lugares, visando à cooperação sincera na construção de um mundo melhor, mais fraterno.

Que façam do amor a religião verdadeira;

Que se façam irmãos uns dos outros;

Que o Deus dessa religião seja reconhecido em cada irmão a quem devemos servir.

Sigamos os exemplos, dentre outros, de Madre Tereza de Calcutá; de Irmã Dulce; e de Chico Xavier, que tinha a candura no próprio nome.

Sigamos os exemplos dos bons líderes políticos, religiosos e comunitários, que pautaram e que se pautam na força do bom exemplo;

Sigamos os exemplos dos pais dedicados à formação honesta dos filhos;

Sigamos os exemplos dos escritores pautados na ética e na moral elevada;

Sigamos os exemplos dos comerciantes e profissionais que se dedicam ao trabalho honesto e às ofertas sinceras.

Tenhamos em mente os exemplos do Mestre Jesus Cristo, que é o tipo mais perfeito que Deus concedeu à humanidade para lhe servir de guia e modelo de perfeição espiritual. (V. questão nº 625 d´O Livro dos Espíritos.)

Enfim, façamos de cada um de nós um verdadeiro profeta, em todos os momentos e em todos os lugares onde estivermos, para o serviço do próximo; mas, principalmente, em relação a nós mesmos, à nossa própria consciência, porque, a partir de cada um de nós, surgirá um mundo melhor e mais fraterno.

 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita