O Além e a Sobrevivência
do Ser
Léon
Denis
(Parte 5)
Continuamos nesta edição
a apresentar o
estudo do livro
O Além e a Sobrevivência
do Ser, de
autoria de Léon Denis,
com base na 8ª edição
publicada em português
pela Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Como o professor
Lombroso descreveu a
aparição de sua própria
mãe materializada?
A primeira aparição
ocorreu numa sessão
realizada em Gênova, no
ano de 1902, com a
participação da médium
Eusápia Paladino. A
forma materializada
apresentava um talhe
pequeno, como o da
falecida mãe de Lombroso.
O fantasma trazia um
véu. Depois de dar uma
volta completa à mesa
até chegar perto de
Lombroso, ela disse:
Cesare, fio mio! Em
seguida, a pedido dele,
afastou o véu e lhe deu
um beijo. Depois desse
dia, como ele próprio
declarou em seu livro,
ela reapareceu ainda
umas vinte vezes no
correr das sessões
realizadas com Eusápia.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
B. Qual é, no tocante
aos fenômenos de efeitos
físicos, a objeção
favorita apresentada
pelos incrédulos?
O fato de tais fenômenos
se produzirem na
obscuridade, o que,
segundo os críticos,
favorece a ocorrência de
fraudes. Léon Denis
afirma, no entanto, que
a obscuridade é
indispensável às
chamadas aparições
luminosas, as mais
frequentes de todos os
fenômenos dessa
natureza. (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
C. Por que a obscuridade
é indispensável às
sessões de efeitos
físicos?
O motivo é que a luz
exerce uma ação
dissolvente sobre os
fluidos e grande número
de manifestações só na
sua ausência se podem
dar. Casos, entretanto,
houve em que certos
Espíritos puderam
aparecer sob os reflexos
da luz fosforada. Mas
outros se
desmaterializaram em
plena luz. Sob os raios
de três bicos de gás,
viu-se certa vez Katie
King materializada
fundir-se pouco a pouco,
dissolver-se e
desaparecer. (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
Texto para leitura
68. Continuando seu
relato acerca da
experiência vivida no
ano de 1902 em Gênova,
Lombroso declarou:
“Impressionado com esta
promessa, depois de uma
hora de sessão,
apoderou-se de mim o
mais intenso desejo de a
ver executada e a mesa
respondeu por três
pancadas ao meu
pensamento. Vi de
repente (estávamos na
meia obscuridade de uma
luz vermelha) sair do
gabinete uma forma de
talhe muito pequeno,
exatamente como o de
minha mãe. (Cumpre se
note que a estatura de
Eusápia é pelo menos dez
centímetros mais alta
que a de minha mãe.) O
fantasma trazia um véu;
deu volta completa à
mesa até chegar a mim,
murmurando palavras que
muitos ouviram, mas que
a minha meia surdez não
me permitiu escutar.
Enquanto, fora de mim,
tal a emoção em que me
achava, eu lhe suplicava
que mas repetisse, ela
me disse: Cesare, fio
mio! Reconheço que
isso não era de seus
hábitos. Efetivamente,
nascida em Veneza, tinha
ela o costume veneziano
de me tratar assim:
mio fio! Pouco
depois, a pedido meu,
afastou por instantes o
véu e me deu um beijo.”
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
69. Na página 93 da obra
citada acima se pode ler
que a mãe de Lombroso
lhe reapareceu ainda
umas vinte vezes no
correr das sessões de
Eusápia. (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
70. A objeção favorita
dos incrédulos, no
tocante a este gênero de
fenômenos, é que eles se
produzem na obscuridade,
tão favorável aos
embustes. Há um tanto de
verdade nessa objeção e
nós mesmos não temos
hesitado em assinalar
fraudes escandalosas;
mas importa se note que
a obscuridade é
indispensável às
aparições luminosas, as
mais frequentes de
todas. (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
71. A luz exerce uma
ação dissolvente sobre
os fluidos e grande
número de manifestações
só na sua ausência se
podem dar. Casos,
entretanto, há em que
certos Espíritos puderam
aparecer sob os reflexos
da luz fosforada. Outros
se desmaterializam em
plena luz. Sob os raios
de três bicos de gás.
viu-se Katie King
fundir-se pouco a pouco,
dissolver-se e
desaparecer. (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
72. A esses testemunhos
corre-nos o dever de
juntar o nosso,
relatando um fato que
nos toca pessoalmente.
Durante dez anos nos
consagramos a esta ordem
de estudos com o auxílio
de um médico de Tours, o
Dr. Aguzoli, e de um
capitão arquivista do 9º
Corpo. Por intermédio de
um deles, mergulhado em
sono magnético, os
invisíveis nos
prometiam, havia muito,
um caso de
materialização. (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
73. Uma noite, reunidos
no gabinete de consulta
do nosso amigo, fechadas
cuidadosamente as
portas, e a luz do dia
penetrando ainda
bastante pela bandeira
da janela para nos ser
possível distinguir
perfeitamente os menores
objetos, ouvimos três
pancadas ressoarem em
certo ponto da parede.
Era o sinal
convencionado. Dirigimos
os olhares para aquele
lado e vimos surgir da
dita parede, onde
nenhuma solução de
continuidade havia, uma
forma humana de talhe
mediano. (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
74. A forma aparecia de
perfil: a espádua e a
cabeça se mostraram
primeiro, depois,
gradualmente, todo o
corpo se mostrou. A
parte superior se
desenhava bem,
apresentando nítidos e
precisos os contornos. A
parte inferior, mais
vaporosa, tinha o
aspecto de uma massa
confusa. (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
75. A aparição não
caminhava, deslizava.
Tendo atravessado
lentamente a sala, a
dois passos de nós, foi
enterrar-se e
desaparecer na parede
oposta, num ponto em que
não havia saída alguma.
Pudemos contemplá-la
durante cerca de três
minutos e nossas
impressões, confrontadas
logo após, se revelaram
idênticas. (O Além e
a Sobrevivência do Ser.)
76. O coronel francês L.
G., hoje general,
perdera a filha mais
velha, de vinte anos de
idade, a quem consagrava
terna afeição, por isso
que a mocinha, muito
séria, renunciava de
boa-vontade às diversões
em companhia de suas
amigas para compartilhar
dos trabalhos de seu
pai, escritor distinto.
Sua morte súbita,
fulminante, mergulhou em
sombrio desespero o
coronel, que me procurou
para saber por que meios
se poderia comunicar com
a morta querida. Mas
todas as suas tentativas
por intermédio da mesa e
da escrita só deram
resultados
insatisfatórios. (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
77. Pouco a pouco,
entretanto, fenômenos de
visão se produziram e, a
25 de janeiro de 1904,
ele me escrevia:
“Como complemento de
minhas cartas
anteriores, quero, antes
de tudo, consignar aqui,
por escrito, o que lhe
referi no hotel
Nègre-Coste.
Na mesma noite da sua
conferência, achando-me
deitado e em completa
escuridão, vi
primeiramente com a
maior nitidez a figura
de minha filha querida,
como a vejo
habitualmente (e
acrescento – como
continuo a vê-la de modo
cada vez mais preciso),
isto é, uma figura
confusa, de brilhante
contorno, com o penteado
que lhe era peculiar
destacando-se
maravilhosamente no alto
da cabeça.
Ora, como essa forma
bem-amada estivesse
diante de mim,
sentindo-me eu
perfeitamente acordado e
observando-a com a maior
atenção de que sou
capaz, a aparição se
transfigurou e tive
então, junto de meu
leito, minha filha
adorada, tal como
nunca a vira melhor
enquanto viva:
semblante risonho,
alegre, tez brilhante de
frescura; era de
impressionar; dela
emanava uma espécie de
luminosidade; seu rosto
fulgurava, resplandecia.
Desgraçadamente, isto
não durou mais do que
cinco a seis segundos,
passados os quais
divisei novamente a
forma confusa, azulada.
Só a fisionomia tinha
aparência de vida.
Acrescento que antes
observara, perto de meu
leito, magnífica estrela
azul, de uma luz
inimitável,
projetando sobre mim um
raio luminoso que me
enchia literalmente de
claridade.” (O Além e
a Sobrevivência do Ser.)
78. Na sequência da
carta, o então coronel
L. G. informou:
“Há alguns dias, meu
sobrinho Roberto estava
de guarda. À meia-noite
deixou o corpo da guarda
para ir buscar alguma
coisa no seu aposento.
Lá chegando, ouviu uma
voz bem conhecida que o
chamava distintamente:
‘Roberto! Roberto!’ Ele
se encontrava
absolutamente só, a
porta estava fechada e
àquela hora todos no
quartel dormiam. Acresce
que seus camaradas o
tratam pelo apelido de
família: C..., e nunca
pelo primeiro nome. O
único que o trata pelo
prenome é Amauri, o
noivo de minha filha, e
esse, no momento, estava
deitado no aposento que
ocupa em minha casa.
Voltando ao corpo da
guarda, meu sobrinho
teve a surpresa de ver
um cão, que os soldados
recolheram e que se
chama ‘Batalhão’,
levantar-se sobre as
patas traseiras, apoiar
as dianteiras contra a
borda de uma cama de
campanha e ladrar, com o
pelo eriçado, durante
uns dez minutos, fixo o
olhar em um só ponto da
parede, onde ninguém via
coisa alguma. Não houve
meio de fazê-lo
calar-se.
Finalmente, ontem à
noite, em minha casa,
Amauri estava deitado e
tinha consigo na cama
uma gata, outrora
favorita da minha cara
Ivone. De repente a mesa
de cabeceira recebeu uma
pancada tão violenta que
a gata saltou da cama.
Amauri, que apenas
dormitava, abriu os
olhos e viu o quarto
cheio de luminosidades,
de pontos brilhantes,
etc.
Eis a situação em que
nos achamos. Tudo isto
não deixa lugar a dúvida
alguma, a qualquer
suspeita. Tudo se passa
em nossa casa, sem
médium estranho, em
família. A maior parte
das vezes os fenômenos
se produzem
espontaneamente.
Chegar-se-á forçosamente
à crença na realidade
das manifestações do
Além e todo o mundo se
admirará um dia de que
elas fossem por tão
longo tempo desprezadas
e até negadas.” (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
(Continua no próximo
número.)
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