WAGNER IDEALI
wagner.ideali@terra.com.br
Guarulhos, SP
(Brasil)
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Teria a mediunidade um
mecanismo quântico?
Uma pequena análise que
aparentemente nos mostra
a existência de uma
ligação entre a Física
Quântica, nos estudos
científicos atuais, e a
Mediunidade oferecida
pela Espiritualidade
Maior.
O Espiritismo tem na sua
base uma estrutura
religiosa baseada nos
ensinos do nosso Mestre
Jesus.
Kardec nos ensina que o
Espiritismo transcende a
uma religião, pois
também é uma filosofia e
uma Ciência de origem
experimental.
A Filosofia espírita tem
seus princípios na Lei
de Causa e Efeito
baseada na Reencarnação.
Ela pode até ser
criticada pelos
opositores da Doutrina,
mas não tem como negar
sua coerência do começo
ao fim, pois nos oferece
uma explicação clara da
vida e da morte.
Juntando a Religião e a
Filosofia espírita o
resultado é um princípio
totalmente coerente e
inquestionável, partindo
da existência de um Deus
infinitamente justo e
bom.
O aspecto Científico da
Doutrina nasce com os
profundos estudos de
Kardec junto aos médiuns
e através de um processo
experimental na mesma
linha de análise
utilizada por Galileu no
sec. XVI, pois era assim
que se utilizava na
época para os estudos
científicos. Um método
hoje superado por novas
técnicas de análise,
pois a técnica de
Galileu dizia que tudo
para ser ciência
precisava ter a
possibilidade de ser
mensurado e sabemos hoje
que isso não é
totalmente verdade, e
vamos procurar explicar
isso nessa nossa modesta
análise.
Kardec experimentou,
testou, verificou dentro
das ferramentas que ele
tinha em mãos (médiuns
com possibilidade de
errar) e realizando
muitas extrapolações
para chegar a
afirmativas coerentes,
sensatas e acertadas. O
método de Kardec
transcendeu ao método de
Galileu, chegando
algumas vezes ao método
utilizado nos dias de
hoje pelas ciências
modernas.
Nós espíritas
dificilmente nos
perguntamos o quanto
Kardec questionou,
analisou e experimentou
os seus estudos para
chegar à realidade da
mediunidade nos moldes
que conhecemos hoje, mas
seus opositores sempre
questionaram a validade
científica da Doutrina
pela impossibilidade da
repetição contínua e
assertiva do processo
mediúnico.
Os opositores atuais da
Doutrina espírita,
dentro do aspecto
científico de análise,
esquecem que suas
posições estão baseadas
num processo científico
de análise antiquado que
não é mais usado na
atualidade. Esses
processos modernos são
os aplicados em estudos
avançados na Física de
alta energia, entre
outros.
A mediunidade para ser
analisada e verificada
sobre sua veracidade
somente será possível
com métodos mais
profundos e modernos,
pois estamos falando de
algo complexo demais
para ser visto de forma
superficial, senão
vejamos:
A Física Quântica é sem
dúvida algo apaixonante,
pois ela nos mostra e
prova que a energia não
é contínua, mas sim
funciona em pacotes de
energias descontínuos
chamados de “quantas de
energia”. Max Planck foi
um dos primeiros
cientistas a idealizar
essa nova ciência, e até
mesmo ele demorou para
aceitar suas próprias
descobertas. Sua
descoberta identificou
que o elétron apresenta
comportamento
ondulatório quando não
está sobre observação,
ou seja, pode estar
em mais de um lugar ao
mesmo tempo e
comporta-se como
partícula no momento da
observação. Não se
consegue determinar a
posição exata do
elétron, tudo é feito
por cálculo estatístico.
Quando ele está numa
órbita em volta do
núcleo do átomo e salta
para outra órbita,
ele desaparece e
reaparece nessa
outra órbita. Realmente
ele some e os cientistas
atualmente realizam
investigações para saber
para onde ele vai.
Podemos determinar a sua
posição apenas de forma
estatística como nos
mostra a Teoria de
Incerteza de Heisenberg.
Além do que o
instrumento de medição,
que é matéria, e
portanto feito de
átomos, influencia na
observação do elétron,
porque entre outras
coisas, ao jogarmos luz
no objeto de análise,
estamos dando energia
para ele, o que altera,
portanto, o seu estado
energético. A energia
dos átomos dos
instrumentos interfere
nos átomos em estudos.
Complica-se então todo o
processo de análise e
observação.
Podemos perceber o que
ocorre na Física de alta
energia, verificamos que
a investigação da
mediunidade não é
diferente, pois o
circuito médium-espírito
é influenciado pelo
médium, pelos presentes
na sala, pelas energias
circundantes, da mesma
forma que o instrumento
e tudo mais em volta
influenciam o estudo das
partículas atômicas,
quando da sua
investigação.
Os Estudos de Einstein
em torno da Relatividade
nos mostra que quando
estamos num sistema de
altíssima velocidade,
próxima à velocidade da
luz, o tempo diminui
bem, como as medidas
físicas do mundo em
volta. Estamos falando
de uma forma mais
simples para melhor
entender esse
sofisticado conceito,
pois o objetivo é
relacionar e explicar
como a Mediunidade não é
uma brincadeira de
teatro ou para ser usada
para exaltar a nossa
vaidade ou obter algum
resultado de interesse
pessoal, mas sim uma
ferramenta de evolução
complexa, profunda e
importante em nossas
vidas.
O físico teórico Fritjof
Capra tornou-se
mundialmente famoso com
seu O Tao da Física,
traduzido para vários
idiomas. Nele, o Físico
traça um paralelo entre
a Física moderna
(relatividade, física
quântica, física das
partículas de alta
energia) e as filosofias
e pensamentos orientais
tradicionais, como o
Taoista de Lao Tsé, o
Budismo (incluindo o
Zen) e o Hinduísmo.
Surgido nos anos 70,
O Tao da Física
busca os pontos comuns
entre as abordagens
oriental e ocidental da
realidade.
Os estudos de Capra
procuram mostrar a
Física não mais como uma
Ciência fria, mas como
uma Ciência que hoje
transcende a nossa
observação apenas
material das coisas.
Quando estamos falando
na dedicação ao
trabalho, seja no campo
da espiritualidade ou no
campo científico,
ocorrem situações muito
parecidas como podemos
ver nos dois exemplos a
seguir:
1-
O Matemático alemão
Gauss contou que sua
mente estava absorta no
problema de um Teorema
de números, mas não era
capaz de vislumbrar uma
solução. Mas, num
momento, pela graça de
Deus, como disse ele,
eu vi a coisa toda se
movimentar na minha
frente como um relâmpago.
O difícil foi depois
explicar como cheguei a
essa solução dentro de
todo embasamento
matemático necessário.
2-
Com Henri Poincaré
também ocorreu algo
parecido, pois trabalhou
durante semanas num
problema envolvendo
funções automórficas.
Depois de muito estudo e
cansado, perdeu o sono e
foi tomar café e, num
flash, viu tudo na sua
frente, todas as
combinações que tanto
procurava, num simples
abrir e fechar dos
olhos. Depois dessa
ocorrência, levou um
tempo enorme para
explicar matematicamente
tudo que ele tinha visto
naquele memorável
instante de sua vida.
Na mediunidade ocorrem
situações muito próximas
como nos eventos acima,
pois os médiuns, em
algumas situações, têm o
contato com a
espiritualidade, recebem
as intuições e têm
dificuldade para
expressar a ideia, seja
numa psicofonia,
psicografia ou até mesmo
vidência e audiência.
Podemos ver que as
percepções mediúnicas
estão muito próximas das
percepções obtidas nas
descobertas de Gauss e
Poincaré, pois tudo
indica que se tratava da
Intuição na sua forma
mais profunda.
A Mecânica Quântica
ainda não tinha sido
estudada na época de
Kardec, mas os Espíritos
já adiantavam que os
avanços científicos no
futuro seriam capazes de
explicar melhor os
fenômenos mediúnicos que
por hora seriam
limitados apenas no
aspecto de fluxo de
fluidos e sintonia
médium-espírito, falando
de forma superficial.
Sabemos hoje que o
processo mediúnico segue
impulsos, pacote de
informações passadas
pela espiritualidade,
seja pelos irmãos
sofredores ou pelos
benfeitores espirituais,
através, muitas vezes,
de ideias, temas, formas
e intuições breves ou
muitas vezes profundas.
Importante ficar claro
que estamos tentando
realizar uma análise de
um entendimento da
mediunidade em
comparação com as
descobertas científicas
mais modernas e tudo nos
conduz a entender que a
ciência atual pode
contribuir para melhor
entender a mediunidade,
pois, nós espíritas
sabemos que a
mediunidade é um fato
incontestável.
Não estamos aqui falando
da prática mediúnica,
pois ela precisa seguir
padrões morais, praticar
a reforma íntima e
aplicar os ensinamentos
de Kardec, pois ele nos
convida a uma preparação
adequada para o seu
exercício sempre com
Jesus.
O que estamos procurando
colocar é a mediunidade
mais além daquela já
estabelecida em nossos
corações. Precisamos
conhecer seus aspectos
de forma mais profunda
dentro de uma análise
científica como sempre
nos pediu o Mestre
Kardec.
Kardec, com sua
capacidade
extraordinária de
análise e síntese,
conseguiu estudar a
mediunidade mesmo usando
um processo antigo de
estudo científico que é
o processo experimental
de tentativa e erro. Ele
foi muito feliz nas suas
análises, pois deixou
para a humanidade um
tratado de mediunidade
em O Livro dos
Médiuns, que ninguém
até hoje conseguiu fazer
nada melhor nessa área.
Fica a pergunta: os
opositores do processo
mediúnico estão
abordando a mediunidade
de forma cientificamente
correta? No nosso
entender não. Só será
possível comprovar o
método de Kardec através
de um estudo muito
apurado, utilizando
técnicas modernas
utilizadas pela ciência
na atualidade e assim
mesmo requer alguns
princípios e
procedimentos muito
delicados e profundos.
Para nós espíritas ela é
uma realidade
incontestável e
verdadeira e já mostrou
inúmeras vezes a sua
veracidade, e continua
mostrando todos os dias.
Ensina-nos Jesus “que
veja quem tem olhos de
ver e ouça quem tem
ouvidos de ouvir”.
Enfim, comparando os
estudos atuais da Física
Quântica com o mecanismo
da Mediunidade, podemos
ver muitas situações que
se agregam e se
explicam, pois há muitas
coisas em comum. A
mediunidade em si
trabalha com energias
sutis de difícil análise
e um processo de
mensuração difícil, como
ocorre com a Física
Quântica para as
partículas de alta
energia. Não estamos
falando dos estudos
quânticos dentro do
campo do misticismo, mas
sim da Mecânica Quântica
de Planck e Heisenberg,
com toda a sua
complexidade matemática.
A mediunidade segue todo
um processo que vai
desde a Prece de
abertura, uma leitura
edificante, reforma
íntima do médium,
ambiente preparado ao
redor do médium,
concentração, pessoas
preparadas e tudo mais
que estamos acostumados
nos Centros Espíritas
Sérios e, além do que,
no dizer de nosso
querido Francisco
Cândido Xavier, o
telefone da
Espiritualidade toca de
lá para cá.
Precisamos respeitar e
entender todas essas
etapas para um bom
resultado das
comunicações mediúnicas.
Da mesma forma que os
estudos científicos
modernos requerem uma
abordagem diferente e
precisa, a mediunidade
também precisa dessa
abordagem precisa e
profunda, e não
simplesmente dizer: Isso
não existe ou isso é
obra da imaginação dos
espíritas. A Mediunidade
está ligada à
sensibilidade humana
aliada ao seu psiquismo
profundo, conquistas
espirituais que estão
guardadas no seu
inconsciente profundo,
como nos ensina Joanna
de Ângelis, em seus
estudos, e dedicação ao
próximo, dentro de atos
de amor.
Nosso objetivo nesse
pequeno texto é uma
pequena colaboração para
mostrar a grandiosidade
do trabalho de Kardec
junto aos Espíritos e
perceber que os
Cientistas modernos, sem
se utilizarem de
mecanismos
preconceituosos, mas sim
de uma análise baseada
nos modernos estudos
científicos, podem
aprofundar os
conhecimentos e ligar
Religião com a Ciência,
como propôs Kardec, como
têm trabalhado na
atualidade alguns
Físicos como Fritjof
Capra e Amit Goswami.
Assim sendo, vamos
estudar, meditar e
exercitar, sempre com o
amparo de Jesus, essa
bendita ferramenta de
evolução e aprimoramento
que Deus nos concede,
chamada MEDIUNIDADE.
Que Jesus continue
abençoando todos nós
hoje e sempre.