A leitora Maria José
Anunciação Camargo, de São
Paulo (SP), em carta
publicada nesta mesma
edição, enviou-nos as
seguintes perguntas, a
respeito de Jesus e de seus
ensinos:
1) Como o Espiritismo
analisa a Declaração
aprovada no Concílio de
Niceia, segundo a qual
Jesus, membro da Santíssima
Trindade, é igual ao Pai e
eterno como Deus Criador?
2) Quem é Jesus na concepção
espírita?
3) Como a moral cristã é
vista pelo Espiritismo?
A resposta à leitora será
dada nesta e nas duas
próximas edições de nossa
revista, começando,
obviamente, pela primeira
questão:
Como o Espiritismo analisa a
Declaração aprovada no
Concílio de Niceia, segundo
a qual Jesus, membro da
Santíssima Trindade, é igual
ao Pai e eterno como Deus
Criador?
Não é preciso ser teólogo
nem especialista em estudos
bíblicos para verificar que
a Declaração de Niceia está
em contradição formal com as
opiniões dos apóstolos e com
as próprias palavras de
Jesus. Enquanto todos, sem
nenhuma exceção, acreditavam
no Filho criado pelo Pai, os
bispos proclamaram o Filho
igual ao Pai e "eterno como
ele”, ao contrário do que o
próprio Jesus dizia de si
mesmo:
"Se me amásseis, certamente
havíeis de folgar que eu vá
para o Pai, porque o Pai
é maior do que eu"
(João, 14:28);
"A mim, a quem o Pai
santificou e enviou ao
mundo, por que dizeis vós
"Tu blasfemas", por eu ter
dito que sou Filho de
Deus?" (João, 10:36);
"Por esse motivo, os Judeus
perseguiam a Jesus e queriam
matá-lo, isto é, porque
fizera tais coisas em dia de
sábado. Mas Jesus lhes
disse: Meu Pai
trabalha até ao presente e
eu também trabalho" (João,
5:16);
"Eu não posso de mim mesmo
fazer coisa alguma. Não
busco a minha vontade, mas a
vontade d' Aquele que me
enviou" (João, 5:30);
"Se Deus fosse vosso Pai,
vós me amaríeis, porque
foi de Deus que saí e
foi de sua parte que vim;
pois não vim de mim mesmo,
foi Ele que me enviou"
(João, 8:42);
"Aquele que me confessar e
me reconhecer diante dos
homens, eu também o
reconhecerei e confessarei
diante de meu Pai que
está nos céus; aquele que me
renunciar diante dos homens,
também eu mesmo o
renunciarei diante de meu
Pai que está nos céus"
(Mateus, 10:32 e 33);
"O céu e a terra passarão,
mas as minhas palavras não
passarão. Pelo que respeita
ao dia e à hora, ninguém o
sabe, nem os anjos que estão
no céu, nem mesmo o Filho,
mas somente o Pai"
(Marcos, 13:31);
"Jesus então lhes disse:
Ainda estou convosco por um
pouco de tempo e vou em
seguida para aquele que
me enviou" (João, 7:33);
"Havendo Jesus dito estas
coisas, elevou os olhos ao
céu e disse: Meu Pai,
a hora é vinda; glorifica a
teu Filho, a fim de que
teu Filho te glorifique"
(João, 17:1);
"Então, soltando grande
brado, Jesus disse: Meu
Pai, às tuas mãos
entrego o meu espírito. E,
tendo pronunciado essas
palavras, expirou" (Lucas,
23:46);
"(Após a ressurreição) Ele
diz a Madalena: Vai a meus
irmãos e dize-lhes que eu
vou para meu Pai e
vosso Pai, para meu Deus
e vosso Deus" (João, 20:17).
A Declaração de Niceia
contradiz não somente o que
Jesus dizia de si mesmo, mas
de igual modo o que os
apóstolos e os evangelistas
escreveram sobre o Mestre de
Nazaré:
"Ao mesmo tempo, apareceu
uma nuvem que os cobriu e
dessa nuvem saiu uma voz que
fez se ouvissem estas
palavras: Este é meu
filho bem-amado;
escutai-o" (Transfiguração
no monte Tabor. Marcos,
9:7);
"Respondendo-lhe, Simão
Pedro disse: Tu és o Cristo,
filho de Deus vivo.
Jesus então lhe disse:
Bem-aventurado és, Simão,
filho de Jonas, porque não
foi a carne nem o sangue
quem to revelou, mas sim
meu Pai, que está nos
céus" (Mateus, 16: 13 a 17);
"Varões israelitas - falou
Pedro -, ouvi minhas
palavras. Jesus Nazareno
foi um varão, aprovado
por Deus entre vós, com
virtudes e prodígios e
sinais que Deus obrou por
ele no meio de vós" (Atos,
2:22);
"Jesus de Nazaré foi um
profeta, poderoso em
obras e palavras diante de
Deus e de todo o povo"
(Lucas, 24:19);
"Só há um Deus - diz S.
Paulo - e um só mediador
entre Deus e os homens,
que é Jesus-Cristo, homem"
(I Epístola a Timóteo, 2:5).
Quanto ao Espiritismo, eis
duas questões que retratam
exatamente a concepção
espírita a respeito de Deus
e de seu Filho:
a) Que é Deus? “Deus
é a inteligência suprema,
causa primária de todas as
coisas.” (O Livro dos
Espíritos, questão 1.)
b) Qual o tipo mais perfeito
que Deus tem oferecido ao
homem, para lhe servir de
guia e modelo? “Jesus.”
(O Livro dos Espíritos,
questão 625.)
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