O Além e a Sobrevivência
do Ser
Léon
Denis
(Parte 10)
Continuamos nesta edição
a apresentar o
estudo do livro
O Além e a Sobrevivência
do Ser, de
autoria de Léon Denis,
com base na 8ª edição
publicada em português
pela Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Podemos realizar
algo, sem perceber que
estamos agindo sob a
influência direta de um
Espírito?
Sim. Léon Denis menciona
a respeito disso um fato
curioso. Um dia, a
médium Mme. F...,
ocupada, juntamente com
o marido, em pequenos
arranjos no seu jardim,
sentiu-se impelida por
uma força irresistível a
colher uma soberba rosa,
único ornamento de uma
roseira, da qual muito
se orgulhava o esposo,
que tentou, em vão,
dissuadi-la do seu
propósito. Sob a
influência oculta, ela
cortou a flor e correu a
oferecê-la à Sra.
Périnne, que residia na
vizinhança. Encantada, a
Sra. Périnne exclamou ao
vê-la: “Oh! que prazer
me dais neste dia, que é
o do meu aniversário!” A
médium ignorava essa
circunstância. Na sessão
seguinte, o Espírito de
Eduardo, dirigindo-se à
mãe, disse: “Não
compreendeste que fui eu
quem impeliu a médium a
colher aquela flor e a
oferecê-la a ti, em
minha lembrança?” (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
B. Há Espíritos que
conseguem fornecer, em
sua manifestação, prova
inequívoca de sua
identidade?
Claro que há. Foi o caso
ocorrido com o Espírito
do almirante Lacombe,
morto em janeiro de
1903. No ano seguinte,
ao comunicar-se numa
sessão mediúnica, alguém
lhe perguntou se ele
podia dizer onde se
achava o bilhete da
loteria turca que se
encontrava entre os
papéis do determinada
pessoa, seu irmão. A
mesa respondeu que o
bilhete estava com o Sr.
L..., notário. E
acrescentou que estava
dentro de um pacote com
o nome do Sr. V..., de
mistura com alguns
papéis velhos, dentro da
secretaria do notário. A
informação era exata: o
bilhete foi encontrado
exatamente no lugar que
a mesa havia indicado.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
C. Alguns Espíritos
mantêm-se a par das
coisas terrestres
pertinentes a pessoas de
suas relações?
Sim. Léon Denis reproduz
neste livro um fato
dessa natureza, que foi
publicado pelo Sr.
Aksakof, o qual mostra
até que ponto os mortos
podem continuar ao
corrente das coisas
terrestres. (O Além e
a Sobrevivência do Ser.)
Texto para leitura
113. Os fatos que se
seguem, na sua maioria
inéditos, constituem
outras provas da
sobrevivência. (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
114. O Sr. Périnne,
presidente da Corte de
Apelação da Argélia,
conversava livremente
com o Espírito de seu
filho, Eduardo Périnne,
que morrera aos 26 anos
como juiz de paz em
Cherchell, a 1º de
novembro de 1874. (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
115. Uma noite,
chegou-nos ele
carregando um maço de
folhas de papel cobertas
de esboços feitos a
pena, representando
cenas humorísticas
desenhadas pelo defunto
e que eram conservadas
como relíquias.
Perguntou ele ao
Espírito, assim que este
se incorporou em Mme.
F..., nosso principal
médium que não conhecera
o morto, nem jamais
pusera os pés na
Argélia: “Eduardo, quem
era este homem gordo
cuja caricatura traçaste
nesta página? Nem eu nem
tua mãe pudemos atinar
com o sentido deste
esboço.” (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
116. O desenho
representava um homem
obeso, tentando subir
num poste telegráfico.
Respondeu o Espírito:
“Pois quê, pai, não te
lembras do Sr. X..., tão
ridículo que, na
Argélia, nos aborrecia
com as suas conversações
fúteis e um interminável
palavrório sobre a sua
agilidade?” E entrou em
minúcias tão precisas
sobre a identidade dessa
personagem que o Sr. e a
Sra. Périnne se
lembraram logo da que
inspirara aqueles
desenhos burlescos.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
117. Um dia, no verão,
Mme. F..., ocupada,
juntamente com o marido,
em pequenos arranjos no
seu jardim, sentiu-se
impelida por uma força
irresistível a colher
uma soberba rosa, único
ornamento de uma
roseira, da qual muito
se orgulhava o Sr. F...
Em vão tentou o marido
dissuadi-la do seu
propósito. Sob a
influência oculta, ela
cortou a flor e correu a
oferecê-la à Sra.
Périnne, que residia na
vizinhança. Encantada, a
Sra. Périnne exclamou ao
vê-la: “O! que prazer me
dais neste dia, que é o
do meu aniversário!” A
Sra. F... ignorava essa
circunstância. Na sessão
seguinte, o Espírito de
Eduardo, dirigindo-se à
mãe, disse: “Não
compreendeste que fui eu
quem impeliu a médium a
colher aquela flor e a
oferecê-la a ti, em
minha lembrança?” (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
118. Durante as sessões
efetuadas em Paris, no
mês de dezembro de 1911,
em casa do capitão P...,
oficial do estado-maior,
na presença de alguns
amigos, entre os quais
se achavam o Dr. G... e
o Sr. Robert Pelletier,
secretário da Revue,
um Espírito se
manifestou como sendo
Geber, sábio árabe que
viveu na Pérsia de 760 a
820. Como prova de sua
identidade indicou que a
tradução de suas obras
estava na Biblioteca
nacional e lhes
mencionou os títulos:
Summa Collectionis,
Compendium,
Testamentum, etc. O
Sr. Pelletier, indo
verificar estas
afirmações,
reconheceu-as
absolutamente verídicas;
nenhum dos assistentes
jamais ouvira falar
dessa personagem. (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
119. No mesmo grupo, o
compositor Francis Thomé
se fez reconhecer por
seus primos,
lembrando-lhes fatos que
as demais pessoas
ignoravam e de alguns
dos quais nem mesmo seus
parentes se recordavam.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
120. O general L. G., em
1904, escrevia a Léon
Denis:
“Não posso resistir ao
desejo de lhe comunicar
o seguinte: – No mês de
julho último, estava
minha mulher em B., na
casa de um irmão, e aí
se entretinha fazendo
experiências de
tiptologia. Após
diversas comunicações
por intermédio da mesa,
surgiu o Espírito do
almirante Lacombe, tio
dela, morto em janeiro
de 1903.
Meu cunhado, capitão do
...º de linha, muito
céptico, interrogou:
– Pois que estás aqui,
talvez nos pudesses
dizer onde se acha o
bilhete da loteria turca
que se encontrava entre
os papéis do papai. Não
consegui descobri-lo.
Tu, que trataste desta
sucessão, como tutor de
Maria, deves sabê-lo.
A mesa respondeu:
– Está com o Sr. L...,
notário...
– Não, pois que já lho
pedi e ele não o tem.
– Sim, está num pacote
com o nome do Sr. V...,
– (banqueiro de meu
sogro), – de mistura com
alguns papéis velhos,
dentro da secretária do
primeiro escrevente.
Meu cunhado não
insistiu... Hoje recebi
dele uma carta em que me
comunica que o bilhete
da loteria turca foi
encontrado no lugar que
a mesa indicara. É
simplesmente espantoso,
eis tudo!” (O Além e
a Sobrevivência do Ser.)
121. O caso seguinte,
publicado pelo Sr.
Aksakof, mostra até que
ponto os mortos podem
continuar ao corrente
das coisas terrestres:
“Uma moçoila russa,
Schura (diminutivo de
Alexandrina), se
envenenou aos 17 anos,
depois de haver perdido
o noivo, de nome Miguel.
Na ocasião em que esse
fato se deu, ele era
estudante no Instituto
Tecnológico. Certo dia,
a senhora Wiessler e sua
filha (a primeira das
quais se ocupava muito
com o Espiritismo), que
mal conhecia a família
de Miguel e de Nicolau e
cujas relações com
Schura e sua família já
remontavam a época bem
distante, sem jamais
terem sido muito
contínuas, recebem, por
intermédio da mesa com
que trabalhavam, uma
mensagem de Schura
ordenando-lhes que sem
demora prevenissem a
família de Nicolau de
que este corria perigo
idêntico ao que
determinara a morte de
seu irmão Miguel. Ante
as hesitações
manifestadas pelas duas
senhoras, Schura se
torna cada vez mais
insistente, pronuncia
palavras de que
costumava usar quando
viva e, para lhes dar
uma prova da sua
identidade, vai até ao
ponto de mostrar-se a
Sofia uma tarde, com a
cabeça e os ombros
emoldurados por um
círculo luminoso. Isso,
contudo, ainda não
bastou para decidir a
Senhora von Wiessler e
sua filha a fazerem o
que lhes era indicado.
Finalmente, um dia,
Schura lhes declara que
tudo está acabado, que
Nicolau vai ser preso e
que elas se hão de
arrepender de não lhe
terem obedecido. As duas
senhoras então se
resolvem a levar todos
estes fatos ao
conhecimento da família
de Nicolau, a qual,
muito satisfeita com o
procedimento deste,
nenhuma atenção prestou
ao que lhe acabava de
ser referido. Passados
dois anos sem incidente
algum, veio-se a saber
que Nicolau fora preso
por haver tomado parte
em reuniões
revolucionárias que se
efetuaram exatamente na
época das aparições e
das mensagens de Schura.”
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
(Continua no próximo
número.)
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