Montanha acima
Arnold de Souza
Não reproves a dor que
te reclama
Ao trabalho do amor que
aperfeiçoa,
Não te esqueças da flor
humilde e boa
Que desabrocha no montão
de lama.
Chora, padece e crê...
Espera e ama...
E ainda mesmo na sombra
que atraiçoa,
Faze do bem a fúlgida
coroa
Do serviço a que o mundo
te conclama.
Não recues na jornada
para a frente.
Fira-te embora a lágrima
pungente,
Segue, montanha acima,
calmo e forte!
Para quem busca o Céu,
a luz não tarda,
Mas aquele que volta à
retaguarda
Recebe a estagnação, a
treva e a morte.
Do livro Cartas do
Coração, obra
mediúnica psicografada
pelo médium Francisco
Cândido Xavier.