Não ao Espírito Santo
teológico, e sim ao da
Bíblia, o verídico
O espírita nunca é um
religioso
fundamentalista, pois
jamais ele pensa que
apenas o espírita se
salva. Realmente, um
dia, todos se salvarão
ou se libertarão. O
espírita se fundamenta
na lapidar frase de
Kardec: “Fora da
caridade não há
salvação”, e a caridade
pode ser praticada pelos
adeptos de qualquer
religião e até por
ateus. E Jesus disse que
seus discípulos seriam
reconhecidos por se
amarem uns aos outros.
Ninguém, pois, se faz
cristão por determinada
religião. E a fé
espírita incomoda,
porque ela é
raciocinada.
Na Bíblia, quando se
fala no Espírito de
determinada pessoa, a
quem o autor se refere
nas traduções, existe à
frente do espírito o
artigo definido em
português “o”. E nos
originais bíblicos,
aparece uma infinidade
de espíritos não
definidos (não se
sabendo de quem eles
são), pelo que, nas
traduções para o
português, tem que se
colocar antes deles o
artigo indefinido “um”.
Outras vezes, também,
quando nos originais
temos a expressão “um
espírito”, os tradutores
acrescentam o adjetivo
“Santo” (com a letra
inicial maiúscula) ao
Espírito (com a inicial
também maiúscula), para
darem a entender que se
trata do Espírito Santo
trinitário, ficando
assim: “o Espírito
Santo”, em vez de “um
espírito santo” (bom),
como está nos originais
evangélicos em grego e
na Vulgata Latina, de
são Jerônimo (5º
século).
Exemplos de que o
Espírito Santo bíblico é
alma. “Então o povo se
lembrou dos dias antigos
de Moisés, e disse: Onde
está aquele que pôs nele
o seu Espírito Santo?”
(Isaías 63: 11).
Observem-se as letras
iniciais maiúsculas,
quando na verdade se
trata do espírito santo
ou alma santa de Moisés.
“Deus suscitou o
Espírito Santo de um
homem jovem chamado
Daniel.” (Daniel 13: 45
da Bíblia Católica.)
Aqui também se trata da
alma de Daniel e não do
Espírito Santo
trinitário. “Nosso corpo
é santuário do Espírito
Santo.” (1 Coríntios 6:
19). Por ser a alma de
cada um de nós, a
tradução certa é: Nosso
corpo é santuário dum
espírito santo.
O Espírito Santo bíblico
é realmente o conjunto
dos espíritos ou almas.
O trinitário, que
respeitamos, é o dos
teólogos, a partir do
Concílio Ecumênico de
Constantinopla (381).
São Paulo, pois, não
conheceu o Espírito
Santo dos teólogos.
Quando ele fala nos dons
espirituais, ele se
refere ao espírito santo
(alma) do indivíduo (1
Coríntios 14: 14).
Os dois maiores sábios
cristãos: santo
Agostinho e são Tomás de
Aquino tinham
divergências sobre a
Santíssima Trindade. E
por que nós não
poderíamos também as
ter? Para quem quiser
saber mais, recomendo
meu livro “A Face Oculta
das Religiões”, Ed. EBM,
SP.
Quando os carismáticos e
evangélicos dizem que
recebem o próprio Deus,
que eles chamam de
Espírito Santo, na
verdade eles recebem um
Espírito desencarnado,
que pode ser bom, santo.
Cada vez mais, eles
próprios estão
descobrindo essa
verdade. Mas nem todos
que a descobrem têm
coragem de aceitá-la,
ficando confusos, mas em
silêncio. E não é à toa
que muitos padres e
bispos não olham com
bons olhos os
carismáticos, do grego “carismata”,
que significa médium!