O Além e a Sobrevivência
do Ser
Léon
Denis
(Parte 11)
Continuamos nesta edição
a apresentar o
estudo do livro
O Além e a Sobrevivência
do Ser, de
autoria de Léon Denis,
com base na 8ª edição
publicada em português
pela Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. William Stead, que
desencarnou em
decorrência do naufrágio
do Titanic,
manifestou-se também por
outros médiuns, além de
Mme. Hervy?
Sim. Além da
manifestação à médium
Mme. Hervy, em Paris,
como mencionado na
edição 480 desta revista
-
http://www.oconsolador.com.br/ano10/480/classicosdoespiritismo.html
- William Stead
comunicou-se com o
vice-almirante inglês
Usborne Moore, que fora
seu amigo, tendo a Sra.
Wriedt atuado como
médium. Segundo Moore,
William Stead deu três
admiráveis provas de
identidade – duas à
senhorita Harper e uma a
ele mesmo. Numa dessas
ocasiões, Stead
apareceu-lhe sob uma
forma etérea, quando
Moore se achava a sós
com a médium. (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
B. Existem relatos de
que William Stead teria
aparecido a outras
pessoas?
Sim. Um outro amigo de
William Stead, o Sr.
Chedo Mijatovich,
ministro
plenipotenciário da
Sérvia em Londres, viu o
Espírito de Stead e lhe
falou por alguns
instantes. Nesse
encontro o Espírito deu
provas formais de sua
identidade, lembrando
coisas totalmente
desconhecidas do médium.
O Sr. Chedo Mijatovich
deu disso testemunho
formal em uma carta
publicada a 8 de junho
no Light. (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
C. Que ocorreu de
extraordinário na
manifestação do Espírito
de Svens Stromberg?
Svens Stromberg faleceu
no dia 31 de março de
1890 e, no dia 3 de
abril, sessenta horas
depois de morrer no
Norte do Canadá,
escreveu seu nome numa
folha de papel, na
cidade sueca de
Gotemburgo, servindo
como médium nesse
fenômeno a Sra. d’Espérance.
Depois disso, em uma
sessão, ele apareceu e
pediu que seus parentes
fossem informados de sua
morte. No dia seguinte,
no correr de uma sessão
de fotografia, revelada
uma chapa, viu-se, por
detrás da Sra. d’Espérance,
uma cabeça de homem com
um semblante plácido. O
Sr. Fidler perguntou a
Walter (Espírito-guia)
quem era aquela entidade
fotografada. “É esse
Stromberg de quem te
falei", respondeu
Walter. Os fatos foram
depois confirmados e a
fotografia de Svens
Stromberg identificada
por seus familiares.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
Texto para leitura
122. O vice-almirante
inglês Usborne Moore era
amigo de William Stead.
Após a catástrofe do
Titanic, o almirante
entrou em comunicação
com o amigo morto,
auxiliado pela Sra.
Wriedt, médium. É dele
próprio a seguinte
narrativa:
“W. Stead deu três
admiráveis provas de
identidade – duas à
senhorita Harper e uma a
mim mesmo. Aludiu ao
último encontro que
tivemos em Bank Building.
Nessa ocasião
conversamos durante uma
meia hora sobre
diferentes assuntos:
desde a guerra entre a
Itália e a Turquia até a
visita próxima, com que
ele contava, da sua
excelente amiga, a Sra.
Wriedt. Esta visita foi
o de que mais falamos,
sobretudo por causa de
certas condições que
desejava fossem
observadas. A uma dessas
condições especialmente
aludiu ele na sessão de
domingo à tarde.
“Na segunda-feira de
manhã, o nosso amigo me
apareceu sob uma forma
etérea, achando-me eu a
sós com o médium. Era um
bom espectro, muito
brilhante até
meio-corpo, mas dessa
vez não me falou. Na
mesma tarde mostrou-se
de maneira idêntica a
diversos íntimos e
discorreu durante alguns
minutos sobre assuntos
que, sabia-se, lhe
preocupavam o espírito,
quando deixara a
Inglaterra.” (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
123. Um outro amigo de
Stead, o Sr. Chedo
Mijatovich, ministro
plenipotenciário da
Sérvia em Londres, viu o
Espírito de Stead e lhe
falou por alguns
instantes. Ainda aí o
Espírito deu provas
formais de sua
identidade, lembrando
coisas totalmente
desconhecidas do médium.
O Sr. Chedo Mijatovich
deu disso testemunho
formal em uma carta
publicada a 8 de junho
no Light. (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
124. O professor Hyslop
também referiu
como, em uma sessão,
sendo a médium Mme.
Chenoweth, W. James, o
célebre filósofo
americano, morto alguns
meses antes, comparecera
e dera numerosas provas
de identidade,
especialmente lembrando
fatos que só o Sr.
Hyslop podia conhecer.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
125. O Light de
Londres relata um caso
notável de identidade
por meio da escrita
mediúnica. Ei-lo:
“O Sr. Shepard tinha
como principal empregado
um certo Sr. Purday, em
quem depositava inteira
confiança. Tendo Purday
adoecido, o Sr. Shepard
foi visitá-lo. Recebeu-o
Mme. Purday, que só a
muito custo lhe permitiu
entrar no quarto do
marido, onde o não
deixou nunca a sós com o
doente, quer durante a
primeira visita, quer
por ocasião das que se
lhe seguiram. Esta
circunstância se tornou
tanto mais notada pelo
Sr. Shepard, quanto com
ela concorria a maneira
toda especial por que o
doente o olhava, dando a
perceber que tinha
qualquer coisa de
importante a comunicar
ao patrão e que somente
a presença da mulher o
impedia de fazê-lo.
“Purday morreu sem
testamento; a esposa
herdou-lhe a fortuna,
que, no dizer dos
vizinhos, era
considerável, o que
muito surpreendeu o
Senhor Shepard. Algumas
semanas depois, recebeu
ele a visita de um Sr.
Stafford, médium
psicógrafo, que lhe
entregou uma página de
escrita mediúnica,
assinada com o nome de
Purday. Confessava-lhe
este que, por espaço de
longos anos, abusara da
confiança de que era
objeto, praticando
diariamente desvios de
dinheiro, desvios cuja
soma total montava a
importante quantia.
Acrescentava que,
sentindo-se
profundamente
desgraçado, se resignara
àquela confissão, que a
mulher o impedira de
fazer em vida.
“As minúcias com que o
fato era exposto
permitiram ao Sr.
Shepard verificar o
delito. Além disso,
tendo submetido a
comunicação e um
espécimen de caligrafia
de Purday vivo a um
perito, este reconheceu
a identidade dos dois
escritos.” (O Além e
a Sobrevivência do Ser.)
126. Em 3 de abril de
1890, pelas dez horas da
manhã, achava-se a Sra.
d’Espérance no seu
escritório de Gotemburgo
(Suécia), ocupada em
escrever muitas cartas
sobre negócios. Datou
uma folha de papel,
traçou o cabeçalho e
ficou algum tempo a
pensar na ortografia de
um nome. Quando pôs de
novo os olhos na folha
de papel notou que sua
pena ou sua mão
escrevera
espontaneamente e em
grandes caracteres as
palavras “Svens
Stromberg”. Dois meses
depois, o Sr. Alexandre
Aksakof, o professor
Boutlerof, com outros
amigos e o Sr. Fidler
foram ter com a Sra. d’Espérance
para estudarem os
melhores meios de se
fotografarem fantasmas
materializados. (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
127. Em uma sessão, o
Espírito-guia, Walter,
escreveu: “Está aqui um
Espírito que diz
chamar-se “Stromberg”.
Deseja que seus parentes
sejam informados de sua
morte. Parece-me haver
dito que morreu no
Wisconsin a 13 de março
e ter nascido em
Jemtland. Tinha mulher e
seis filhos.” “Se ele
morreu em Jemtland, diz
o Sr. Fidler, que nos dê
o endereço da mulher.”
Foi-lhe respondido:
“Não, ele morreu na
América, seus pais é que
vivem em Jemtland.”
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
128. No dia seguinte, no
correr de uma sessão de
fotografia, revelada uma
chapa, viu-se, por
detrás da Sra. d’Espérance,
uma cabeça de homem com
um semblante plácido. O
Sr. Fidler perguntou a
Walter quem era aquela
entidade fotografada. “É
esse Stromberg de quem
te falei, respondeu
Walter. Devo mesmo dizer
que ele não morreu no
Wisconsin, mas em New
Stockholm, e que sua
morte ocorreu a 31 de
março e não a 13. Seus
pais residiam em Strom
Stocking, ou outro nome
deste gênero, na
província de Jemtland.
Disse-me ele, creio, que
emigrou em 1886, que se
casou e teve três filhos
e não seis. Morreu
estimado e chorado por
todos.” “Está bem,
replicou o Sr. Fidler.
Devo remeter a
fotografia dele à
mulher?” “Ainda não
compreendeste bem,
retrucou Walter. Seus
pais, residentes em
Jemtland, é que lhe
ignoram a morte e não a
esposa. Disse-me ele que
toda a gente o conhece
no país; penso que se
enviares a fotografia
para Jemtland
conseguirás o que
desejas.” (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
129. Durante um ano o
Sr. Fidler cuidou de
verificar esses dados.
Chegou ao seguinte
resultado: Svens Ersson,
natural de Strom Stocken
(paróquia de Strom), na
província de Jemtland,
na Suécia, se casara com
Sarah Kaiser, emigrara
para o Canadá e, uma vez
estabelecido, tomara o
nome de Stromberg. Essa
circunstância é muito
comum entre os
camponeses da Suécia,
cujas famílias não usam
de apelidos que lhes
pertençam. (O Além e
a Sobrevivência do Ser.)
130. Consultaram a
mulher do falecido, o
médico que o tratara e o
pastor. Todos foram
acordes em declarar que
a 31 de março de 1890,
dia da sua morte,
Stromberg, ditando suas
últimas determinações,
exprimira o desejo
formal de que seus pais
e amigos da Suécia
fossem informados do seu
falecimento. Por motivos
que seria ocioso
enumerar, suas últimas
vontades não tiveram
execução. A fotografia
de Svens Stromberg
também foi identificada.
Enviada a Strom, aí a
pregaram na parede da
sacristia da igreja, com
um convite às pessoas
que a reconhecessem para
que pusessem seus nomes
por baixo. Voltou
trazendo numerosas
assinaturas e muitos
comentários. (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
131. Ficou assim
demonstrado que,
sessenta horas depois de
morrer no Norte do
Canadá, Svens Stromberg
escreveu seu nome numa
folha de papel, na
cidade sueca de
Gotemburgo, e que todas
as indicações que deu
por intermédio de Walter
eram da mais perfeita
exatidão. (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
(Continua no próximo
número.)
|