THIAGO
BERNARDES
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Curitiba,
Paraná (Brasil) |
|
Sexo e Obsessão
Manoel
Philomeno de Miranda
(Parte 4)
Damos sequência ao
estudo metódico e sequencial do livro Sexo
e Obsessão,obra de autoria de Manoel
Philomeno de Miranda, psicografada por
Divaldo P. Franco e
publicada originalmente em 2002.
Questões preliminares
A. Apesar de suas tendências pessoais para a
conduta infeliz, o sacerdote Mauro era
também vítima de seus próprios comparsas?
Sim. Vinculado a terrível Organização
espiritual jesuítica do passado, quando
cometeu arbitrariedades contra criaturas
tidas como inimigas e silvícolas que lhes
tombaram nas garras ignóbeis, aos quais
deveria evangelizar, Mauro ainda não
conseguira libertar-se desses comparsas, que
hoje prosseguiam inspirando-o na situação
calamitosa em que se encontrava. (Sexo
e Obsessão, capítulo 2: O poder da oração.)
B. Os conflitos sexuais do padre eram
efeitos de sua conduta infeliz no passado ou
decorrência de obsessão?
Anacleto explicou: “Estamos diante de uma
resposta da Vida aos atos clamorosos
perpetrados anteriormente pelo nosso amigo.
É natural que, havendo desconsiderado as
Leis que estabelecem o respeito, o amor e o
dever para com o próximo, hoje sofra os
conflitos e as perturbações que lhe
constituem mecanismo de depuração dos
gravames cometidos. Ao mesmo tempo, algumas
das suas vítimas cercam-no de vibrações
deletérias e odientas, inspirando-o nas
tendências doentias, a fim de mais o
afligirem, ao tempo em que o alucinam e o
estarrecem ante os próprios absurdos gerados
pela mente em desalinho. Sempre há cobrador,
quando existe devedor na pauta dos processos
atuais de evolução do planeta terrestre e
dos seus habitantes. Os seus adversários
espirituais encharcam-no de ideias
pervertidas e desejos lúbricos insaciáveis,
desvairando-o. Fixando-se-lhe nos painéis
mentais, telecomandam-no a distância, e
quando se desprende pelo sono físico é
atraído ou arrebatado para os sítios de
vergonha e de depravação, nos quais mais se
acentuam os desbordamentos da paixão
insana”. (Sexo
e Obsessão, capítulo 2: O poder da oração.)
C. As orações, mesmo quando expressam
desespero, são captadas e atendidas?
Sim. Todo apelo que procede do coração,
mesmo quando as possibilidades emocionais
não permitem melhor entrosamento entre o
sentimento e a razão, atinge o fulcro para o
qual é direcionado. Nenhuma solicitação ao
Pai Amantíssimo fica sem resposta, seja qual
for a natureza do seu conteúdo, recebendo-a
de acordo com o propósito de que se reveste. (Sexo
e Obsessão, capítulo 2: O poder da oração.)
Texto para leitura
16. Uma
vítima dos próprios comparsas –
Segundo o irmão Anacleto, Mauro
encontrava-se envolvido com uma gangue
pornográfica que lhe exigia mais crianças
para o comércio desnaturado, considerando-se
a facilidade de que ele dispunha no convívio
infantil, devido à sua condição de
religioso. Acrescentou o benfeitor
espiritual: “Igualmente viciado, instalou um
pequeno estúdio no qual fotografa e grava
cenas hórridas com desprevenidas vítimas que
arrebanha, a princípio iludindo-as com
guloseimas e pequenos presentes, para depois
viciá-las e utilizá-las abertamente no
mercado da crueldade. Vinculado a terrível
Organização espiritual jesuítica do passado,
quando cometeu arbitrariedades contra
criaturas tidas como inimigas e silvícolas
que lhes tombaram nas garras ignóbeis, que
deveriam evangelizar, ainda não conseguiu
libertar-se desses comparsas, que hoje
prosseguem inspirando-o na situação
calamitosa em que se encontra. Outrossim, em
razão de arbitrariedades morais cometidas no
século XIX, experimenta o atual tormento.
Entretanto, inspirado pela genitora
desencarnada, que o acompanha com imenso
sofrimento, nos últimos tempos, percebendo o
abismo cada vez mais devorador que o traga,
vem recorrendo à oração, pedindo
misericórdia e ajuda, por não mais suportar
a própria insânia. A fé ingênua da infância,
que o cinismo do comportamento tisnou,
vem-lhe retornando à mente, de forma que,
tomado de sincero desejo de ter diminuídas
as angústias, cada dia mais sincera se lhe
torna a súplica, que chegou até aos nossos
Centros de Comunicação Oracional, graças a
cuja diretriz aqui nos encontramos”. (Sexo
e Obsessão, capítulo 2: O poder da oração.)
17. A
resposta da Vida aos desmandos cometidos –
Manoel Philomeno perguntou ao benfeitor se
os conflitos sexuais do momento eram efeitos
de sua conduta infeliz no passado ou
decorrência de obsessão, visto que não
identificava ali nenhuma entidade em torno
de Mauro. Anacleto explicou: “Estamos diante
de uma resposta da Vida aos atos clamorosos
perpetrados anteriormente pelo nosso amigo.
É natural que, havendo desconsiderado as
Leis que estabelecem o respeito, o amor e o
dever para com o próximo, hoje sofra os
conflitos e as perturbações que lhe
constituem mecanismo de depuração dos
gravames cometidos. Ao mesmo tempo, algumas
das suas vítimas cercam-no de vibrações
deletérias e odientas, inspirando-o nas
tendências doentias, a fim de mais o
afligirem, ao tempo em que o alucinam e o
estarrecem ante os próprios absurdos gerados
pela mente em desalinho. Sempre há cobrador,
quando existe devedor na pauta dos processos
atuais de evolução do planeta terrestre e
dos seus habitantes. Os seus adversários
espirituais encharcam-no de ideias
pervertidas e desejos lúbricos insaciáveis,
desvairando-o. Fixando-se-lhe nos painéis
mentais, telecomandam-no a distância, e
quando se desprende pelo sono físico é
atraído ou arrebatado para os sítios de
vergonha e de depravação, nos quais mais se
acentuam os desbordamentos da paixão
insana”. Assim que Anacleto concluiu sua
resposta, acercou-se do jovem sacerdote um
Espírito de aspecto feroz e asselvajado, com
muitas anomalias na forma em que se
apresentava, que o examinou detidamente, e,
após gargalhar zombeteiro, escarneceu-o com
palavras vulgares, em razão do anseio da
vítima em buscar libertar-se do cerco em que
se debatia através da oração. (Sexo
e Obsessão, capítulo 2: O poder da oração.)
18. Deboche
e agressões do perseguidor espiritual –
Em seguida, o obsessor dirigiu a Mauro estas
palavras: “Por que buscas Deus, miserável,
em nome de quem te escondes para dares
prosseguimento aos teus anseios degenerados?
Pensas que Ele te atenderá ou socorrerá
àqueles aos quais mutilas moralmente e
infelicitas? Quanto cinismo! Orar, como se a
prece te pudesse ajudar nesta conjuntura,
senão para encontrares mais gado para o
nosso matadouro! Mudemos de atitude e vamos
ao prazer”. Ato contínuo, assumindo uma
posição de sicário, ergueu um chicote que
trazia numa das mãos e aplicou sibilante
golpe nas costas do desesperado. Naquela
postura de desequilíbrio, as palavras
desconexas que Mauro exteriorizava não mais
constituíam uma prece, mas refletiam o
estado de perturbação que se lhe vinha sendo
quase habitual, embora a intenção inicial
fosse de encontrar paz e a libertação do
drama excruciante. O jovem padre
experimentou uma estranha sensação, e, à
medida que os golpes se repetiram, enquanto
o adversário o fixava no chacra coronário
com olhos em brasas, expressando o ódio que
o acometia, foi-se-lhe acentuando a
percepção e, logo depois de alguns breves
minutos, passou a sentir o acicatar das
dores que aumentavam enquanto o chicote
repetia os golpes, atirando-se, por inteiro,
no solo, entrando em delírio de torpeza
sexual, no qual se misturavam gemidos e
gritos surdos, sob o delirar da mente
excitada pelos clichês vulgares que lhe eram
habituais. (Sexo
e Obsessão, capítulo 2: O poder da oração.)
19. Toda
prece é captada e atendida –
Entrando em exaustão, cessada a aplicação da
sova inusitada, Mauro estertorou por um
pouco, e entrou em pesado sono agitado, até
que se libertou do corpo envolto em densa
névoa escura, sendo surpreendido pelo algoz
que o segurou com vigor, arrastando-o do
recinto com grosseria. O corpo tombado
continuava com leves estremecimentos e uma
baba pegajosa escorria-lhe da boca retorcida
como se houvesse sido acometido por uma
crise epileptiforme. O Instrutor, que se
encontrava familiarizado com a ocorrência,
convidou-nos a que seguíssemos os dois
litigantes, que rumavam para um recinto
espiritual de perversão e deboche em que se
compraziam. Enquanto se movimentavam nessa
direção, Miranda indagou com respeito: “As
orações, embora expressando desespero,
atingem o nosso Departamento de captação?”
Anacleto disse que sim e acrescentou: “Todo
apelo que procede do coração, mesmo quando
as possibilidades emocionais não permitem
melhor entrosamento entre o sentimento e a
razão, atingem o fulcro para o qual é
direcionado. Nosso Mauro, depois de
delinquir, inspirado pela mãezinha, conforme
já acentuamos, dá-se conta do caminho sem
volta por onde segue e, na falta de outra
alternativa, vem buscando o concurso do Céu,
apesar dos clamorosos erros que prossegue
cometendo sob a guarda da fé religiosa na
qual se oculta”. Quanto à atitude do
obsessor espiritual, o Instrutor explicou:
“O antagonista sabe que o seu paciente
poderá fugir do seu comando, caso continue
na busca de Deus. Para atemorizá-lo e
anular-lhe a inesperada disposição,
critica-o, zurzindo-lhe o látego, cujo
açoite vibratório faculta-lhe o prazer
masoquista que a mente desorientada cultiva.
Nenhuma solicitação ao Pai Amantíssimo fica
sem resposta, seja qual for a natureza do
seu conteúdo, recebendo-a de acordo com o
propósito de que se reveste”. (Sexo
e Obsessão, capítulo 2: O poder da oração.)
20. Uma
Comunidade pervertida –
Embora não pudesse ver Mauro e seu
adversário que seguiam para ignota região, o
irmão Anacleto conduziu Manoel Philomeno
para o perímetro fora da cidade, em vasta
área pantanosa e sombria, que certamente
conhecia, e de onde recendiam odores
pútridos e uma gritaria infrene enchia a
noite com blasfêmias, expressões chulas e
sórdidas, gargalhadas estentóricas e
movimentação agitada. O cuidadoso Guia
advertiu que estavam adentrando uma
Comunidade totalmente dedicada à perversão
sexual, dirigida por implacáveis sicários da
Humanidade, que ali reuniam o deboche à
degradação, o cinismo à rudeza do trato,
onde encontravam inspiração muitos
indivíduos reencarnados e dali procedentes
na área da mórbida comunicação social, da
literatura doentia e da arte escabrosa para
os seus espetáculos de hediondez e de
degeneração moral. Reduto imenso, criado
pelas emanações morbíficas das próprias
criaturas da Terra, que para lá seguiam por
imantação magnética opcional, quando
parcialmente desprendidas pelo sono físico,
constituía um sorvedouro de paixões
primárias que, no passado, destruíram
culturas e civilizações, qual está
acontecendo no presente com grande parte da
nossa sociedade. Quando irrompem o deboche e
a insensatez, o desvario do sexo e dos
compromissos morais nos grupamentos sociais,
a ética, a cultura e a civilização tombam no
desalinho, avançando para o descalabro e a
servidão. Tem sido assim através dos tempos
e, por enquanto, ainda parece que se
demorará por algum tempo, até quando o ser
humano se resolva por absorver os
compromissos elevados e os deveres
dignificadores da Vida na pauta das suas
existências. A consciência de si mesmo, a
responsabilidade perante o seu próximo e a
mãe Natureza, nunca devem sair da linha da
conduta humana, pois que nisso residem as
aspirações máximas do Espírito para a
conquista da beleza e da plenitude. (Sexo
e Obsessão, capítulo 3: A comunidade da
perversão moral.) (Continua
no próximo número.)