O Além e a Sobrevivência
do Ser
Léon
Denis
(Parte 14)
Continuamos nesta edição
a apresentar o
estudo do livro
O Além e a Sobrevivência
do Ser, de
autoria de Léon Denis,
com base na 8ª edição
publicada em português
pela Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Que comentário fez o
pastor Benezech a
propósito das teorias
que atribuem os fatos
espíritas à ação do
subconsciente?
O pastor Benezech, que
os fatos converteram ao
Espiritismo, demonstrou
excelentemente tudo que
há de arbitrário e de
inverossímil nessas
pretensas explicações
científicas. E escreveu
de forma irônica, a
propósito das
comunicações obtidas por
meio da mesa: “A mesa
revelava uma coisa que
material, absoluta e
incontestavelmente nos
era impossível saber.
Alguém a conhecia em
nosso lugar, pois que
no-la dizia. A memória
latente não teve
possibilidade de
intervir e, se só o
subconsciente esteve em
ação, que poder não é o
seu! Ele existe em nós,
é uma parte de nosso
próprio ser, por
capricho da Natureza que
equivale, quando
refletimos nisso, aos
mais inverossímeis
prodígios: pensa,
concebe projetos,
executa-os, tudo à nossa
revelia, e em seguida
nos diz o que realizou,
não quando nos achamos
adormecidos e a sonhar,
mas perfeitamente
acordados e à espera do
que se vai dar. Os
amadores do fantástico
têm com que se regalar.”
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
B. Os Espíritos podem
ler textos constantes de
nossos próprios livros?
Claro que podem. Numa de
suas obras, Sir Oliver
Lodge transcreve um
diálogo obtido pelo Sr.
Stainton Moses quando,
em sessão na biblioteca
do Dr. Speer,
conversava, por
intermédio de sua mão,
que escrevia
automaticamente, com
diversos interlocutores
invisíveis. Os Espíritos
comprovaram, no citado
diálogo, que podem ler,
mesmo quando o livro se
encontre na prateleira
de uma biblioteca e a
página lida não esteja
aberta. (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
C. É verdade que Myers e
outros colegas seus,
mesmo depois de
desencarnados,
continuavam interessados
na investigação dos
fatos espíritas?
Sim. Segundo Oliver
Lodge, vários de seus
amigos desencarnados,
alguns dos quais tiveram
parte ativa nos
trabalhos da Sociedade
quando vivos,
especialmente Gurney,
Myers e Hodgson,
constantemente
procuravam comunicar-se
e pacientemente provar
suas identidades, dando,
além disso, testemunho
dos conhecimentos que
lhes eram peculiares.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
Texto para leitura
167. Em todas as teorias
propostas pelos
adversários da tese
espírita quase
constantemente se
confunde o
subconsciente, ou o
subliminal, quer com o
duplo fluídico, que não
é um ser mas um
organismo, quer com o
Espírito preposto à
guarda da alma encarnada
neste mundo. (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
168. O pastor Benezech,
que os fatos converteram
ao Espiritismo,
demonstrou
excelentemente tudo que
há de arbitrário e de
inverossímil nessas
pretensas explicações
científicas. (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
169. Num livro recente
escreveu ele a esse
respeito:
“A mesa revelava uma
coisa que material,
absoluta e
incontestavelmente nos
era impossível saber.
Alguém a conhecia em
nosso lugar, pois que
no-la dizia. A memória
latente não teve
possibilidade de
intervir e, se só o
subconsciente esteve em
ação, que poder não é o
seu! Ele existe em nós,
é uma parte de nosso
próprio ser, por
capricho da Natureza que
equivale, quando
refletimos nisso, aos
mais inverossímeis
prodígios: pensa,
concebe projetos,
executa-os, tudo à nossa
revelia, e em seguida
nos diz o que realizou,
não quando nos achamos
adormecidos e a sonhar,
mas perfeitamente
acordados e à espera do
que se vai dar. Os
amadores do fantástico
têm com que se regalar.”
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
170. No seu último
livro, Sir Oliver Lodge
refere, nestes termos,
um fato que nenhuma das
teorias tão caras aos
adversários do
Espiritismo pode
explicar:
“O texto seguinte
obteve-o o Sr. Stainton
Moses, quando, em sessão
na biblioteca do Dr.
Speer, conversava, por
intermédio de sua mão,
que escrevia
automaticamente, com
diversos interlocutores
invisíveis:
S. M. – Podeis ler?
Resp. – Não, amigo, não
posso, mas Zacarias Gray,
assim como Rector, podem
fazê-lo.
S. M. – Algum desses
Espíritos está aqui?
Resp. – Vou buscar um
imediatamente. Vou
mandar... Rector aí
está.
S. M. – Perguntei se
podíeis ler. É verdade?
Podeis ler um livro?
Resp. – (A caligrafia
muda.) Sim, amigo, mas
dificilmente.
S. M. – Queira ter a
bondade de escrever a
última linha do Primeiro
Livro de Eneida.
Resp. – Espere...
Omnibus errantem terris
et fluctibus oestas.
(Era isso, exatamente.)
S. M. – Está bem. Mas é
possível que eu o
soubesse. Podeis ir à
biblioteca, tomar o
penúltimo volume da
segunda prateleira e
ler-me o último
parágrafo da pág. 94?
Não sei qual é o livro e
lhe ignoro até o título.
(Depois de pequeno lapso
de tempo, obteve-se o
seguinte, por meio da
escrita automática): –
‘Provarei por uma breve
narrativa histórica ser
o papado uma novidade
que, gradualmente, se
formou e cresceu desde
os tempos primitivos do
Cristianismo puro, não
só desde a era
apostólica, porém mesmo
desde a lamentável união
da Igreja e do Estado
por Constantino.’
(O volume em questão se
verificou ser o de uma
obra extravagante que
tinha por título:
Rodger’s
Antipopopriestian, an
attempt to liberate and
purify Christianity from
Popery, Politikirkality
and Priestrule. O
extrato dado acima
estava fiel, com exceção
da palavra narrative,
que substituíra o termo
account.)
S. M. – Como é que fui
indicar um trecho tão a
propósito?
Resp. – Não sei, meu
amigo, efeito de
coincidência. A palavra
foi trocada por erro.
Percebi-o quando já o
tinha cometido e não
quis corrigi-lo.
S. M. – Como ledes?
Escrevíeis mais devagar,
por pedaços e aos
arrancos.
Resp. – Escrevia aquilo
de que me lembrava e ia,
em seguida, ler para
diante. É preciso fazer
um esforço especial para
ler. Isto nenhuma
utilidade apresenta
senão como prova. Tinha
razão o vosso amigo
ontem à noite; podemos
ler, mas só quando são
favoráveis as condições.
Vamos ler mais uma vez,
escreveremos e depois
vos indicaremos o livro:
‘Pope é o último grande
escritor dessa escola de
poesia, a poesia da
inteligência, ou antes,
da inteligência casada
com a imaginação.’ Esse
trecho se acha realmente
escrito. Procurai no
undécimo volume da mesma
prateleira.
(Apanhei um livro
intitulado: Poesia,
Romance e Retórica.)
– Ele vai abrir-se na
página desejada. Tomai,
lede e reconhecei o
nosso poder e a
permissão que nos
concede Deus, grande e
bom, de vos mostrarmos a
ação que temos sobre a
matéria. Glória a Ele.
Amém.
(O livro, aberto na pág.
145, mostrou que a
citação fora
absolutamente
verdadeira. Eu nunca
passara antes os olhos
pelo volume; é fora de
dúvida, pois, que
nenhuma ideia tinha
acerca do que nele
estava escrito. (S. M.)
Estes volumes pertenciam
à biblioteca do Dr.
Speer. (O. L.)”. (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
171. Nas últimas páginas
do mesmo livro,
concluindo, escreveu
Oliver Lodge, depois de
haver narrado inúmeros
fatos:
“Verificamos que amigos
defuntos, alguns dos
quais nos eram muito
conhecidos e tiveram
parte ativa nos
trabalhos da Sociedade
quando vivos,
especialmente Gurney,
Myers e Hodgson,
constantemente procuram
comunicar-se conosco na
intenção bem clara de
pacientemente provarem
suas identidades e de
nos darem
correspondências
cruzadas por diferentes
médiuns. Verificamos
também que eles
respondem a perguntas
especiosas, de um modo
que é característico de
suas conhecidas
personalidades, dando
testemunho de
conhecimentos que lhes
eram peculiares.” (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
172. Os teoristas do
subconsciente fazem
deste um ser dotado de
transcendentes
faculdades intelectuais.
Que há então de
extraordinário que
certas manifestações do
espírito pareçam ser
assim por eles
explicadas? Mas, ao
passo que a teoria
espírita é clara,
precisa e se adapta
perfeitamente à natureza
dos fenômenos, a
hipótese da
subconsciência se mostra
vaga e confusa. (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
173. Diante dos fatos
que acabamos de
assinalar, é lícito
perguntar-se em virtude
de que acordo universal
os inconscientes
sepultados no homem,
ignorando-se uns aos
outros e ignorando-se a
si mesmos, são unânimes,
no curso das
manifestações ocultas,
em se dizerem Espíritos
dos mortos? Como
poderiam conhecer e
comunicar minúcias sobre
a identidade dos mesmos
mortos? (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
174. É o que temos
logrado comprovar nas
inúmeras experiências em
que temos tomado parte,
durante mais de trinta
anos, em diversos pontos
do globo, na França e no
estrangeiro. (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
(Continua no próximo
número.)
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