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Joias da poesia contemporânea
Ano 10 - N° 486 - 9 de Outubro de 2016

 
 

 
Mãos
 

Rodrigues de Abreu

 

A vida é sempre

A harpa divina

Que podes tanger, miraculosamente,

Pela carícia de tuas mãos.

 

Quantas vezes, amigo,

Podes improvisar

O cântico da paz e a benção da ternura

Com o simples movimento

Dos teus braços irmãos?

 

Escutaste, algum dia,

A música do afeto

Que nasce, doce e pura,

No tenro coração

Da criança que ajudas?

 

Conheces, porventura,

O hino de esperança,

De alegria e de sol,

A erguer-se sem palavras

Da alma reconhecida

Aos teus gestos de amor?

 

Há sempre um mundo vasto

De júbilo infinito,

A nascer de teus braços,

Toda vez que arremessas

Minúsculas migalhas

De nobre auxílio aos outros.

 

Aprende, enquanto é cedo,

A plantar sem limites

A ventura de todos

No trabalho bendito

Do progresso e da paz,

Porque se as mãos inertes

Se fazem antenas mortas,

Os braços que elevam

No serviço comum

São sempre asas brilhantes

A desferirem voo,

No celeste caminho

Da harmonia e da luz. 

 

Do livro Cartas do Coração, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.




 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita