O Além e a Sobrevivência
do Ser
Léon
Denis
(Parte 15)
Continuamos nesta edição
a apresentar o
estudo do livro
O Além e a Sobrevivência
do Ser, de
autoria de Léon Denis,
com base na 8ª edição
publicada em português
pela Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Quantos e quais são
os elementos que compõem
o ser humano?
Existem em nós, seres
humanos, três elementos:
o corpo físico, o corpo
fluídico ou perispírito
e, enfim, a alma ou
espírito. Aquilo a que
chamam o inconsciente, a
segunda pessoa, o eu
superior, a
policonsciência etc., é
apenas o Espírito que,
dadas certas condições
de desprendimento e de
clarividência, vê surgir
em si, como manifestação
de poderes ocultos, um
conjunto de recursos que
as anteriores
existências lhe
armazenaram e que se
achavam momentaneamente
escondidos sob o véu da
carne. (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
B. É correto dizer que o
homem tem diversas
consciências?
Claro que não. O homem –
diz Léon Denis – não tem
diversas consciências. A
unidade psíquica do ser
é condição essencial de
sua liberdade e de sua
responsabilidade. Há
nele, sim, diversos
estados de consciência.
À medida que o
Espírito se desprende da
matéria e se liberta do
envoltório carnal, suas
faculdades, suas
percepções se dilatam,
suas lembranças
despertam, a irradiação
da sua personalidade se
amplia. Em tal estado o
véu da matéria cai, a
alma se liberta e suas
potências latentes
ressurgem. Daí, algumas
manifestações de uma
mesma inteligência, que
deram azo à crença numa
dupla personalidade,
numa pluralidade de
consciências. (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
C. Segundo o
Espiritismo, as almas
que se amam tornam a
encontrar-se, mesmo
depois do fenômeno da
morte corpórea?
Sim. Todas as almas que
se amam tornam a
encontrar-se, a fim de
prosseguirem juntas na
sua evolução ascendente,
de vida em vida, de
mundo em mundo, e
subirem para a
perfeição, para Deus,
banhadas de uma luz cada
vez mais viva, ao seio
de harmonias sempre e
sempre mais grandiosas.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
Texto
para leitura
175. Jamais os seres
invisíveis se nos
apresentaram como sendo
o inconsciente ou o
eu superior dos
médiuns e das outras
pessoas presentes.
Sempre se anunciaram
como personalidades
diferentes, no gozo
pleno de suas
consciências, com
individualidades livres,
que viveram na Terra,
conhecidos dos
assistentes, na maioria
dos casos com todos os
caracteres do ser
humano, suas qualidades
e seus defeitos, e,
frequentemente,
forneciam provas de sua
própria identidade.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
176.
O que há de mais notável
em tudo isto,
parece-nos, é a
engenhosidade, a
fecundidade de certos
pensadores, a habilidade
que denotam em
arquitetar teorias
fantasistas, com o fim
de fugirem a realidades
que lhes desagradam e os
embaraçam. (O Além e
a Sobrevivência do Ser.)
177. Sem dúvida, não
previram todas as
consequências de seus
sistemas, fecharam os
olhos aos resultados que
deles se pode esperar.
Sem atenderem a que
estas doutrinas funestas
aniquilam a consciência
e a personalidade,
separando-as, chegando
logicamente, fatalmente,
à negação da liberdade,
da responsabilidade e,
por conseguinte, à
destruição de toda a lei
moral. (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
178. Efetivamente,
tivessem realidade tais
hipóteses, o homem seria
uma dualidade ou uma
pluralidade mal
equilibrada, em que cada
consciência agiria a seu
talante, sem se
incomodar com as outras.
São essas noções que,
penetrando nas almas e
tornando-se para elas
uma convicção, um
argumento, as levam a
todos os excessos. (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
179. Ao contrário, tudo
na Natureza e no homem é
simples, claro,
harmônico e só parece
obscuro e complicado por
efeito do espírito de
sistema. (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
180. Do exame atento, do
estudo constante e
aprofundado do ser
humano, uma coisa
resulta: a existência,
em nós, de três
elementos, que são o
corpo físico, o corpo
fluídico ou perispírito
e, enfim, a alma ou
espírito. Aquilo a que
chamam o inconsciente, a
segunda pessoa, o eu
superior, a
policonsciência etc., é
apenas o Espírito que,
dadas certas condições
de desprendimento e de
clarividência, vê surgir
em si, como manifestação
de poderes ocultos, um
conjunto de recursos que
as anteriores
existências lhe
armazenaram e que se
achavam momentaneamente
escondidos sob o véu da
carne. (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
181. Não, certamente, o
homem não tem diversas
consciências. A unidade
psíquica do ser é
condição essencial de
sua liberdade e de sua
responsabilidade. Há
nele, sim, diversos
estados de consciência.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
182. À medida que o
Espírito se desprende da
matéria e se liberta do
envoltório carnal, suas
faculdades, suas
percepções se dilatam,
suas lembranças
despertam, a irradiação
da sua personalidade se
amplia. É isso o que
algumas vezes se produz
no estado de sono
magnético. Em tal estado
o véu da matéria cai, a
alma se liberta e suas
potências latentes
ressurgem. Daí, algumas
manifestações de uma
mesma inteligência, que
deram azo à crença numa
dupla personalidade,
numa pluralidade de
consciências. (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
183. Entretanto,
semelhante ideia não
basta para explicar os
fenômenos espíritas. Na
maior parte dos casos, a
intervenção de entidades
estranhas, de vontades
livres e autônomas se
impõe, como sendo a
única explicação
racional. Inutilmente,
pois, os críticos se
encarniçam contra o
Espiritismo. (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
184. Desde que os
examinemos com atenção,
seus argumentos se
desfazem como o fumo:
alucinação, sugestão,
inconsciente subliminal,
nada mais são do que
palavras. Aqueles que as
põem em uso pensam ter
dito tudo. Na realidade,
porém, nada explicam e
os problemas subsistem
em toda a sua extensão.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
185. A prática do
Espiritismo apresenta, é
certo, sombras,
dificuldades, perigos.
Mas, não esqueçamos que
não há no mundo coisa
alguma, por mais bela e
proveitosa que seja, que
não se torne perigosa
logo que dela se abuse.
O mesmo acontece com o
Espiritismo. (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
186. Estudai-lhe as
leis, obedecei-lhe às
regras, não abordeis a
experimentação senão
possuídos de sentimento
puro e elevado e lhe
reconhecereis bem
depressa a grandiosidade
e a beleza.
Compreendereis que se
tornará a força moral do
futuro, a prova mais
certa da sobrevivência,
a consolação dos
desgraçados, o supremo
refúgio dos náufragos da
vida. (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
187. Ele já por toda
parte penetra. A
literatura se mostra
dele impregnada. A
imprensa periódica lhe
consagra frequentes
artigos. A Ciência, que
por tanto tempo o
repeliu, muda pouco a
pouco de atitude no que
lhe diz respeito. As
Igrejas, que supunham
destroçá-lo facilmente,
se veem na contingência
de recorrer a todas as
armas para combatê-lo.
Em muitos púlpitos seu
poder é mesmo
proclamado; todos os
dias vemos sacerdotes
veneráveis, pastores e
crentes lhe darem
testemunho de fé. (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
188. Ele triunfará, pois
que é a verdade e à
verdade nada pode
resistir. Seria tão
difícil deter a marcha
dos astros, paralisar o
movimento da Terra,
quanto obstar aos
progressos desta verdade
que se revelou ao mundo
e fazer que os homens
regredissem às suas
dúvidas, às suas
incertezas, às suas
negações anteriores.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
189. Resumamos e
concluamos. Através da
espessa bruma em que
flutua há tantos séculos
o pensamento humano,
tateando em busca do
desconhecido, o fenômeno
espírita faz passar um
grande facho de luz. As
quimeras que o passado
engendrou se dissipam:
não mais separação
definitiva, não mais
inferno eterno! O Além
se revela nas suas
misteriosas profundezas,
onde se desdobra a vida
infinita, onde atuam as
forças divinas. A
angústia das partidas, o
desespero das separações
cedem lugar à alegria do
regresso e à inebriante
promessa das reuniões
entrevistas. (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
190. Todas as almas que
se amam tornam a
encontrar-se, a fim de
prosseguirem juntas na
sua evolução ascendente,
de vida em vida, de
mundo em mundo, e
subirem para a
perfeição, para Deus,
banhadas de uma luz cada
vez mais viva, ao seio
de harmonias sempre e
sempre mais grandiosas.
A revelação dos
Espíritos, feita em
inúmeras mensagens
faladas e escritas,
recebidas em todos os
pontos do globo, vem
mostrar-nos o supremo
alvo da vida, de todas
as nossas vidas. (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
(Continua no próximo
número.)
|