ÉDO MARIANI
edo@edomariani.com.br
Matão, SP
(Brasil)
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A primeira fase
do Espiritismo
Allan Kardec, o
Codificador do
Espiritismo,
afirmou que a
doutrina teria
três fases na
trajetória de
sua divulgação e
aceitação, sendo
a primeira delas
cercada pela
curiosidade
natural que os
fenômenos
espirituais
despertariam.
É sobre esses
primeiros
momentos da
doutrina
espírita que
vamos falar
hoje, sobretudo
porque, para
alguns, mais
céticos, tudo
ainda continua,
infelizmente,
como algo
meramente
curioso.
Nesta primeira
fase, da
curiosidade,
tomaram vulto os
fenômenos
mediúnicos, cuja
propagação
atingiu a
América do Norte
e a Europa. Eles
despertaram o
interesse do
público,
tornando-se
verdadeira
coqueluche do
povo francês. Em
princípio, foram
as mesas
girantes que
aguçaram a
curiosidade
popular. Os
fenômenos
serviam apenas
para distração
nos salões
festivos da
sociedade
trivial
francesa.
Mas mesmo esse
“passatempo”
teve fundamental
importância. Foi
através de
convite de um
amigo que Kardec
tomou
conhecimento dos
fenômenos. Ao
presenciar as
mesas girantes,
foi
suficientemente
perspicaz para
perceber que ali
havia algo
importante e que
merecia ser
pesquisado.
Sucessivas
experiências
realizadas sob a
luz do bom senso
que lhe era
peculiar deram a
Kardec as
primeiras
trilhas para o
grande achado
que foi a
doutrina
espírita. Coube
a Kardec
realizar as
pesquisas
pioneiras sobre
os fenômenos
espirituais e,
através dos
mesmos,
comprovar a
sobrevivência da
alma e o
intercâmbio com
o além-túmulo.
Mas a ciência
não se contenta
com uma única
palavra, por
mais abalizada
que seja. O
mundo científico
sofreu
verdadeira
revolução com as
revelações de
Kardec e outros
pensadores logo
se interessaram
pelo assunto.
Entre os grandes
pesquisadores
desses fenômenos
situamos a
figura ímpar de
Sir William
Crookes. Nas
pesquisas por
ele efetuadas
tiveram
relevantes
papéis a garota
Florence Cook,
de 15 anos de
idade, além do
Espírito Katie
King.
O primeiro
contato de
Crookes com os
fenômenos
psíquicos deu-se
em julho de
1869, em uma
sessão com Mrs.
Marshal. Sua
curiosidade
voltou a ser
provocada por J.
J. Morse, em
julho e em
dezembro de
1870. A
investigação dos
fenômenos havia
sido sugerida a
Crookes “por
homens eminentes
que exerciam
grande
influência no
pensamento do
país”. A
intenção era a
de que o
eminente
cientista,
realizando as
pesquisas por
métodos
científicos,
viesse provar
que os fenômenos
não passavam de
prestidigitação
e embuste por
parte dos que se
intitulavam
“médiuns”. No
entanto, o
relatório de
Crookes,
submetido à
“Royal Society”
em 15 de junho
de 1871, não
demonstrava a
falsidade das
propaladas
maravilhas do
Espiritismo.
Como não viesse
ao encontro dos
interesses dos
refutadores da
doutrina, foi
rejeitado. Essa
repulsa chegou
ao ponto de se
proibir a
publicação de
artigos em que
Crookes
descrevia os
fatos
presenciados.
Foi somente a
partir de julho
de 1871 que
Crookes
conseguiu a
publicação do
seu relatório
nas páginas do
“Quartely
Journal of
Science”. Só
então o público
tomou
conhecimento das
suas primeiras
investigações.
Em entrevista
publicada no
“The
International
Psychic Gazette”,
em 1917, Crookes
afirma: -
“Jamais tive
motivo para
modificar meu
ponto de vista a
respeito. Estou
perfeitamente
satisfeito com o
que disse nos
dias do passado.
É uma verdade
indubitável que
uma conexão foi
estabelecida
entre este mundo
e outro”.
Tal foi a
importância dos
estudos de
Crookes que
Charles Richet,
outro valoroso
sábio e
cientista da
época, no seu
livro “Trinta
Anos entre os
Mortos”, afirmou
que a pesquisa
psíquica começa,
na história, com
Sir William
Crookes.
Após as
pesquisas de
Crookes,
relatadas no
livro de sua
autoria (Fatos
Espíritas),
outros
cientistas
também
pesquisaram os
fenômenos.
Nesta primeira
fase o
Espiritismo
demandou anos
para se impor
como fato
comprovado
perante a
comunidade
científica e o
povo. Enormes
barreiras foram
levantadas pela
ciência
materialista e
pelas religiões
tradicionais
que, até hoje,
encontram
dificuldades
para a sua
aceitação.
P.S. - Este
artigo está
lastreado no
livro “Katie
King”, de
autoria de
Wallace Leal V.
Rodrigues.