WELLINGTON BALBO
wellington_balbo@hotmail.com
Salvador, BA (Brasil)
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Onde está nossa
verdadeira pátria? No
Além ou na Terra?
É muito comum escutar
que estamos aqui na
Terra de passagem e que
a vida verdadeira é no
mundo dos Espíritos.
Lá, alguns dizem, é
nossa verdadeira pátria.
Lá, sim, a vida é de
verdade, repleta dos
melhores amigos e
sentimentos. Aqui é
apenas um ensaio...
Entretanto, não é bem
assim.
No atual estágio
evolutivo ainda estamos
sujeitos às rodas da
reencarnação, ou seja,
voltaremos à matéria
incontáveis vezes, de
modo que, ainda
viajantes, não podemos
afirmar que lá, no mundo
dos Espíritos, é nossa
morada verdadeira.
Será um dia, mas ainda
não é.
Por que abordo esta
questão?
Pela razão de que tenho
percebido muita gente
ignorando a importância
da vida material para o
progresso do Espírito, a
tratar a matéria como
algo que, a grosso modo
expressando, não é lá
uma coisa muito boa, num
dualismo injustificado,
do tipo: Espírito x
Matéria.
Ora, imaginam: Se a vida
verdadeira é lá, esta
aqui, então, é mera
ilusão. Por qual razão
devo dar-lhe
importância, já que o
que ocorre de real está
tudo do lado de lá?
Para Deus, porém, não há
diferenças. Somos todos,
indubitavelmente, seus
filhos, portanto, para a
Inteligência Suprema
tanto faz estarmos
encarnados ou
desencarnados.
Tudo é vida; para Deus,
tudo pulsa, vibra,
vive...
A vida material é
fundamental à ascensão
do Espírito. Há, na
literatura espírita,
vasto material que
comprova isto.
Vejamos o diálogo que
Kardec estabelece com o
Espírito de Verdade em
Obras Póstumas:
Kardec indaga:
- Disseste que serás
para mim um guia, que me
ajudarás e protegerás.
Compreendo essa proteção
e o seu objetivo, dentro
de certa ordem de
coisas; mas, poderias
dizer-me se essa
proteção também alcança
as coisas materiais da
vida?
Eis a resposta:
R – Nesse mundo, a vida
material é muito de
ter-se em conta; não te
ajudar a viver seria não
te amar.
Percebam a preocupação
do codificador em saber
sobre a vida material, e
a resposta do benfeitor
é clara no que tange à
existência física.
O diálogo prossegue e é
muito interessante,
deixo, pois, a critério
do leitor, a pesquisa.
Mas não paramos por
aqui.
Na questão de número 132
de O Livro dos
Espíritos, Allan Kardec
assim ensina:
“A ação dos seres
corpóreos é necessária à
marcha do Universo.
Deus, porém, na Sua
sabedoria, quis que
nessa mesma ação eles
encontrassem um meio de
progredir e de se
aproximar Dele. Deste
modo, por uma admirável
lei da Providência, tudo
se encadeia, tudo é
solidário na Natureza”.
Perceba que o
codificador coloca a
ação do ser encarnado
como necessária para que
a marcha do Universo se
cumpra.
Ou seja, a vida aqui na
matéria é, sim,
fundamental à evolução
do Espírito, portanto,
repleta de importância e
valor.
O que faz o codificador
é convidar-nos a viver
bem onde estivermos.
Estou reencarnado,
viverei bem, produzirei,
trabalharei para que
tudo transcorra em
harmonia; arregaçarei as
mangas e colaborarei
para que as coisas
aconteçam. Não serei um
peso, mas alguém que,
definitivamente,
colabora com Deus.
Caso esteja
desencarnado, a mesma
situação, trabalharei,
produzirei, estudarei,
enfim, acenderei em mim
a luz da Verdade,
porquanto, conforme
assinala Jesus, ela é
libertadora.
Seja aqui, seja no Além,
que façamos de nossa
vida uma verdade; que
transformemos este exato
momento em um instante
verdadeiro e sem grandes
preocupações de onde
está a nossa verdadeira
vida, nossa real morada,
porque ela, em suma,
reside em nosso coração.
Enfim, a verdadeira vida
não está no local
geográfico em que nos
encontramos, mas no
mundo íntimo.
E como diz o poeta:
Que seja, nossa vida,
eterna enquanto dure...
Que seja verdadeira,
intensa e, sobretudo,
permeada por reflexões e
ações no campo do bem.
Pensemos nisto.