Com os livros psicografados
por Chico Xavier ampliou-se
o gosto pelo estudo. Como
também se formou uma
consciência do quão pouco
sabemos e do quanto há para
aprender.
Novos horizontes, amplas
perspectivas se abriram. Foi
como se no espaço profundo
da nossa ignorância se
descerrasse uma imensa
cortina mostrando aos nossos
olhos deslumbrados os planos
do infinito. Cada novo
ensinamento nos recorda
alguma coisa ou nos desperta
para a razão. O raciocínio
se amplia, a mente adquire
aos poucos uma lucidez que
tende a se expandir a cada
momento.
E enquanto essa abençoada
produção mediúnica, toda ela
alicerçada na Codificação
Kardequiana, nos abre
perspectivas ilimitadas e
impele-nos à transformação
moral que caracteriza o
verdadeiro espírita,
conforme preconiza Allan
Kardec.
Chico Xavier espelha, ele
próprio, o exemplo
edificante do fiel discípulo
do Senhor.
Mas, recordemo-nos, por uma
questão de justiça, de que
antes dele vamos encontrar
também figuras exponenciais
que igualmente
exemplificaram, através de
suas vidas, qual deve ser a
atitude do verdadeiro
espírita, e que merecem o
nosso carinho e respeito:
Bittencourt Sampaio, Bezerra
de Menezes, Antônio Sayão,
Cairbar Schutel, Anália
Franco, Adelaide Câmara,
Eurípedes Barsanulfo, Zilda
Gama, José Petitinga,
Guillon Ribeiro, para citar
apenas alguns, que se
dedicaram integralmente a
Jesus.
Quando Chico Xavier inicia a
sua tarefa, vem atender
exatamente à grande expansão
que a Doutrina Espírita
teria dali para a frente.
Fazia-se, pois, necessário
incrementar a sua propagação
mediante o livro, que
chegaria a todos os rincões,
suprindo assim as carências
humanas.
Com que emoção podemos,
hoje, responder ao amigo
Chico Xavier quando ele
pergunta a Wantuil de
Freitas: “Como atender aos
interesses espirituais dessa
comunidade tão grande? Como
dar-lhes o pão da alma? Como
organizar, isto é, auxiliar
a organização dos núcleos
iniciantes? Por que processo
orientar os milhares de
almas que começam,
ajudando-lhes a manter a
claridade do bom animo? Os
famintos e sedentos de
consolação e de
esclarecimento chegam em
grande número às nossas
fileiras, todos os dias.
Como ampará-los e
satisfazê-los? Essas
perguntas dão-me tristeza.
Sei que a obra é de Jesus,
que o serviço é do Alto, mas
não ignoramos que os
Mensageiros Divinos precisam
de mãos humanas.”
Sim, querido Chico, os
Mensageiros Divinos
utilizaram-se de suas mãos
generosas e produziram
milhares de páginas
consoladoras, milhares de
conceitos esclarecedores que
beneficiam hoje milhões de
criaturas, derramando sobre
elas o bálsamo da
consolação, a luz do
esclarecimento e
abrindo-lhes as janelas da
esperança de uma vida que
não cessa no túmulo, que
prossegue além da morte
física, de uma vida que não
se extingue porque continua
ad infinitum,
possibilitando transformar o
ódio em amor e fortalecendo
os amores já existentes, que
se sublimam à medida em que
se despojam de todo o humano
egoísmo.
Esse é o pão para as almas,
Chico, que você ajudou a
repartir.
Estimulados, os espíritas
integrados na seara
desdobraram já alguma parte
desse riquíssimo acervo de
ensinamentos. Escritores,
oradores, jornalistas,
expositores, estudiosos de
várias procedências foram
despontando e, embora sejam
em pequeno número,
comparados à grande procura,
a essa massa imensa de
pessoas que buscam a
Doutrina, estão realizando
um trabalho de grande
alcance cujos frutos, por
ora, apenas começamos a
entrever. Novos núcleos
espíritas surgiram.
Os Centros proliferaram, as
instituições assistenciais
se multiplicaram. Conquanto
possamos fazer restrições,
em certos casos, quanto à
preservação doutrinária, à
qualidade do labor, ou a
vários outros aspectos, o
fato é que imbuídos de boa
vontade e boa-fé muitas
almas se arregimentaram para
o trabalho da semeadura.
Por outro lado, o trabalho
iniciado por Guillon Ribeiro
e avivado por Wantuil na
Federação Espírita
Brasileira, com a ampliação
da editora febiana, tem
recebido continuadamente,
das administrações
subsequentes, o impulso
necessário para que a
gigantesca obra de
divulgação da Doutrina
Espírita, através do livro,
atenda às necessidades de
cada momento.
Nossa gratidão, Chico!
Do livro “Testemunhos de
Chico Xavier” , de Suely
Caldas Schubert.
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