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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 491 - 13 de Novembro de 2016

JANE MARTINS VILELA
jane.m.v.imortal@gmail.com
Cambé, PR (Brasil)

 

 
Dádivas de misericórdia


Rememorando nas telas da história, vemos o tempo passando sobre os céus do pretérito. As pirâmides e monumentos do passado ficaram ainda para mostrar aos homens como passam as civilizações. Tudo passa. Muitas vezes o resultado dos anos que se foram é apenas a poeira do deserto. O Espírito imortal, milenar, esse é um aprendiz do tempo. Experiências multisseculares forjam o seu caráter, aprimoram virtudes, fazem defeitos desaparecerem.

Dentro desse contexto, observamos o clarão divino a iluminar os homens. A ignorância cede lugar à luz. O conhecimento é luz que brilha nas trevas e que faz emergir esperanças nos corações.

Nós nos olhamos num campo imensurável de espelhos e vemos que somos a fonte de nossas alegrias e de nossos sofrimentos. É chegado o tempo de mais intensamente nos olharmos nesses espelhos. É hora da luz. As trevas precisam passar do planeta. O planeta somos nós. O planeta pede socorro. Os homens, com sua ignorância e ambição desmedida, atacaram com intensidade demais o planeta. Agora, suplica ele misericórdia. Ele e nós somos interdependentes, portanto nós também suplicamos misericórdia. O conhecimento é a misericórdia e o Espiritismo é dádiva da compaixão divina aos homens sofredores.

Quantos Espíritos, em reuniões mediúnicas, atendidos em seus sofrimentos, clamam que não sabiam? Não tiveram a oportunidade de saber da reencarnação. Muitos se rebelaram, vivendo em furnas sombrias, até que o socorro deles se apiedou. Ao se depararem com os espelhos, ao se verem a si mesmos, como os arquitetos de suas lágrimas, caindo em si, lamentam profundamente o que fizeram, as dores que em seu desatino e ignorância cometeram. Como condená-los? Eles somos nós, no ontem. Aquele que nunca errou seja o primeiro a atirar a pedra. Vemo-nos a nós mesmos no passado. As pirâmides de ontem ainda revelam sobre nós suas sombras.

O Espiritismo é consolador. Um dia a Terra falará, toda, a mesma linguagem e o amor será vitorioso entre os homens. Quem magoará seu irmão, quem levantará sua mão contra seu irmão, sabendo que existem vidas sucessivas e que aquele que parece hoje um estranho pode ter sido um amigo? Quando a reencarnação for confirmada para a maioria dos homens, as guerras desaparecerão do mundo, as armas não mais terão razão de existir.

Nas reuniões mediúnicas é muito comum, quando um Espírito rebelde está avesso ao perdão da ofensa de que acusa seu inimigo, a espiritualidade superior, que determina que aquele ódio deva cessar, faz com que ele veja os quadros de seu passado. Rememora nos painéis da memória espiritual e vê as origens do mal. Quem começou? Na maioria das vezes, ele próprio. Vem-lhe, então, o arrependimento e, na maioria dos casos, o perdão e o desejo de reparação do mal que cometeu.

Ora! Como eliminar o ódio senão com o amor? Como reparar um mal a não ser com o bem?

A história nos revela. O passado agora é lição para o presente. Aprendamos a amar com aqueles que já se foram, não mais estão aqui, mas deixaram rastros de luz por onde passaram. Estão em nossas memórias de amor. Para nos lembrarmos deles, não necessitamos ver as poeiras do tempo, nem a grandeza da esfinge ou a altura das pirâmides. Basta olhar em nós mesmos. As lembranças de amor que tivemos e que ainda cantam melodias de saudades estão em nós.

Aproveitemos esta existência. O Espiritismo nos é ofertado pelo amor. Olhemo-nos e melhoremo-nos. Usemos os espelhos a nosso favor. Tenhamos coragem e combatamos o bom combate. Não há mais como postergar. Precisamos melhorar. Coragem! Temos recebido muito e muito será pedido a quem muito foi dado. Bom será, quando a hora de nossa despedida da Terra chegar, podermos estar em paz, na certeza de que aproveitamos nosso tempo, e sairemos daqui melhores do que quando viemos para cá.  Que Jesus, nosso Mestre divino, nos ampare em nossos propósitos de amor e melhoramento! 




 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita