MARCEL BATAGLIA
marcelbataglia@gmail.com
Balneário Camboriú, SC
(Brasil)
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Quando chegar a hora
“Felizes são aqueles que
levam consigo uma parte
das dores do mundo.
Durante a longa
caminhada, eles saberão
mais coisas sobre a
felicidade do que
aqueles que a evitam.”
Qualquer ser vivo passa
por duas grandes fases
na vida, nascimento e
morte física. Entre
estes dois períodos,
cada espécie possui os
marcos de sua trajetória
terrena, onde tudo
ocorre no seu devido
tempo. Um camundongo,
por exemplo, em média
não vive mais do que
quatro anos; um gorila
por sua vez pode
ultrapassar os 40 anos
de idade. Já o ser
humano pode chegar até
120 anos, e
cientificamente a vida
humana é distribuída em
quatro fases: infância,
adolescência, adulta e
velhice.
A infância é o período
que vai desde o
nascimento até
aproximadamente o 11º
ano de vida de uma
pessoa. É um período de
grande desenvolvimento
físico, marcado pelo
gradual crescimento da
altura e do peso da
criança – especialmente
nos primeiros três anos
de vida e durante a
puberdade. Mais do que
isto, é um período onde
o ser humano
desenvolve-se
psicologicamente,
envolvendo graduais
mudanças no seu
comportamento e na
aquisição das bases de
sua personalidade. Neste
estágio, o bebê é
totalmente dependente de
terceiros (geralmente
dos pais) para quaisquer
coisas, como locomoção,
alimentação ou higiene.
Neste período, o bebê
aprende a sentar-se, a
gatinhar, a andar,
enfim, é o estágio da
vida em que a criança
cresce muito
rapidamente. Este
período é caracterizado
pelo egocentrismo, pois
o bebê não compreende
que faz parte de uma
sociedade, e o mundo
para ele gira em torno
de si mesmo.
Apesar de termos tido as
mesmas experiências da
inocência infantil, da
ignorância de tantas
coisas, ao nos tornarmos
adultos, é como se
esquecêssemos do que
fizemos, do que éramos.
Quando foi que deixamos
de ser crianças? Quando
foi que assumimos o
papel de adulto no palco
da vida, e muitas vezes
zangado com o mundo?
Quando foi que deixamos
de apreciar algumas
coisas simples, mas que
nos davam imenso prazer?
A dor nos faz mais
leves, quando extraído
dela o sumo da
sabedoria. De que
adianta sofrermos e
continuarmos os mesmos?
De nada adianta sofrer e
continuar com o mesmo
pensamento, com os
mesmos vícios. A dor
sempre ensina, porém ela
vai retirando, a golpes
de cinzel, o que no
bloco de mármore da vida
não é beleza e não é
escultura. O sofrimento
quase sempre é
compreendido apenas com
o passar do tempo e
quando a visão madura de
nós mesmos sobrepõe-se
ao imediatismo
persistente na alma.
Todos os dias a vida nos
brinda com suas
surpresas. A natureza
nos oferece o sol, o
vento, o perfume das
flores, tanto quanto a
chuva, o frio e a neve.
Kardec, em O Livro
dos Espíritos, diz
que a civilização tem os
seus graus, como todas
as coisas. Uma
civilização incompleta é
um estado de transição
que engendra males
especiais, desconhecidos
no estado primitivo, mas
nem por isso deixa de
constituir um progresso
natural, necessário, que
leva consigo mesmo o
remédio para aqueles
males.
À medida que a
civilização se
aperfeiçoa, vai fazendo
cessar alguns dos males
que engendrou, e esses
males desaparecerão com
o progresso moral. De
dois povos que tenham
chegado ao ápice da
escala social, só poderá
dizer-se o mais
civilizado, na
verdadeira acepção do
termo, aquele em que se
encontre menos egoísmo,
cupidez e orgulho; em
que os costumes sejam
mais intelectuais e
morais do que materiais;
em que a inteligência
possa desenvolver-se com
mais liberdade; em que
exista mais bondade,
boa-fé, benevolência e
generosidade recíprocas;
em que os preconceitos
de casta e de nascimento
sejam menos enraizados,
porque esses prejuízos
são incompatíveis com o
verdadeiro amor do
próximo.
Nenhum de nós terá dons
ou virtudes ofertadas
como presentes
injustificáveis da
bondade divina. O que
Deus nos oferece é a
oportunidade de
desenvolver dons e
virtudes que ainda
adormecem em nossa alma,
esperando o esforço de
cada um de nós. A vida
é, pois, a oportunidade
de desenvolver virtudes
morais e dons
intelectuais e é por
isso que ela nos oferece
embates, dores,
dificuldades que serão
sempre as oportunidades
de progresso. Pense em
quantos de nós, após um
progresso doloroso e
difícil em determinado
momento da vida, saímos
dele mais fortalecidos e
maduros.
Se não nos apressarmos e
deixar o tempo correr,
quando chegar a hora e
nos dermos conta, será
tarde. Talvez não haja
mais tempo para nos
desculpar. Quem sabe,
não haverá outra chance
de apreciar o que há de
mais belo no mundo, a
vida.
A água que hoje passa
debaixo da ponte, não
será a mesma amanhã. A
chuva de verão,
contrastando com o sol,
talvez não faça brilhar
as mesmas cores do
arco-íris que aparecerá
no dia seguinte. É de
esperar, sim, que
deixemos nossas mazelas
de lado e plantemos
amor, compaixão e
compreensão, para que,
ao chegar o “ponto
exato”, possamos colher
a paz, o carinho, a
paciência e o doce fruto
da sabedoria, porque
será com ela que
manteremos nosso foco no
progresso moral,
intelectual e
principalmente
espiritual.
Por isso, como diz a
redação do Momento
Espírita em um de
seus textos, Deus
escolheu com esmerado
cuidado a melhor família
para nosso aprendizado,
a melhor cidade para
nosso progresso e as
melhores condições da
vida para as lições de
que precisamos. Ele
apenas espera que
possamos, cada um de
nós, bem aproveitar
essas oportunidades que
a vida nos oferece.