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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 491 - 13 de Novembro de 2016

WELLINGTON BALBO
wellington_balbo@hotmail.com
Salvador, BA
(Brasil)

 

 
Uma sociedade imersa
na fascinação


Em O Livro dos Médiuns, cap. 23, Allan Kardec informa sobre um dos níveis de obsessão que é a fascinação. O indivíduo fascinado crê em absolutamente tudo que vem dos Espíritos, mesmo as ideias mais malucas. Uma das características do indivíduo fascinado é a perda do senso crítico. Não há mais análise do exposto pelos Espíritos e as teses mais estapafúrdias são aceitas sem pestanejar.

Pois bem, a fascinação pode, também, ocorrer de encarnado para encarnado.

Quando um encarnado solta suas ideias e uma grande parte das pessoas acredita, sem qualquer reflexão, eis a fascinação a produzir insensatos e indivíduos comprometidos com apenas uma cor: preto ou branco, pois para eles não existe o cinza, não existem combinações. São do tipo certo ou errado e ponto final.

Polarizam discussões e, claro, abrem mão do diálogo. Se alguém critica o candidato de seu partido, empunham suas armas e vão à luta.

Desmerecem quem não pensa igual, discriminam quem não reza em sua cartilha.

Os fascinados têm a razão dominada, são joguetes dos Espíritos ou dos homens.

Quando um amigo ou familiar de bom senso dá um toque, conclamando-os a olhar os absurdos que estão cometendo, tratam de desdenhar.

Os fascinados de nosso século são aqueles que defendem o erro, a corrupção, os absurdos cometidos contra a coletividade, os abusos de poder... Os fascinados são aqueles que abraçam bandeiras sem admitir erros e barbaridades cometidas por estas bandeiras.

Conforme assevera Kardec, os fascinados podem estar em toda classe social e serem de alta instrução e intelectualidade. Aqui na Terra, inteligência não é passaporte que livra da fascinação.

Fico sempre a analisar nossas condutas, e pergunto-me:

- Quem de nós não está fascinado?

Quem de nós tem bom senso para admitir seus erros e equívocos? Quem de nós está livre o suficiente para declarar: Admito, fui enganado!

São frases dolorosas e difíceis para uma humanidade que ainda se debate no orgulho. Imagine: admitir que foi enganado, passado para trás? Jamais! Afinal, somos espertos e analisamos sempre tudo com muito rigor antes de apoiar este ou aquele candidato, este ou aquele partido, esta ou aquela instituição.

Será que ainda não nos demos conta de que é necessário nos tratarmos?

Será que ainda não percebemos que em nossa intransigência e maniqueísmo revela-se a fascinação?

Uma sociedade obsidiada é uma sociedade enferma...

É preciso acordar, é necessário um banho de realidade e de reflexão para sairmos da situação de fascinados.

A propósito:

Quem de nós não está fascinado?

Quem de nós não perdeu o senso crítico?


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita