Dar e repartir
Convidado por um
fariseu para
jantar em sua
companhia, Jesus
condena o culto
às
exterioridades e
leciona
exortando aos
presentes:
“Dai antes em
esmola o que
possuís e
todas as coisas
vos serão
limpas”
(Lucas, 11:41).
Emmanuel
explicará o
conselho
dizendo-nos que
dar o que
temos é
diferente de dar
o que detemos...
Neste jogo de
palavras,
consultamos
Aurélio Buarque
de Holanda
Ferreira que
considera “ter,
como trazer
consigo,
carregar, poder
dispor de...” ou
algo armazenado
em nossa
esfera íntima.
Já “deter
significa reter
ou conservar em
seu poder” ou o
material que nos
é emprestado
para
administrar.
Convenhamos que
tudo o que já
possuímos de
‘depósito
moral’,
poderemos
carregar conosco
de plano para
Plano. Já o
material que
gerenciamos
pertence
‘somente’ a este
Orbe denso em
que vivemos. Até
poderemos,
dependendo de
seu tamanho,
movimentar tais
haveres; não é o
caso de movermos
casa, terrenos,
fazendas...
Caridade moral e
material segue a
mesma linha de
raciocínio:
Beneficiaremos
moralmente
distribuindo o
que temos
– aquilo que
somos; o
imperecível –,
quais sejam
emoções,
reações,
sentimentos,
vibrações.
Beneficiamos
materialmente
quando
redistribuímos o
que gerenciamos
– aquilo que
detemos –
quais sejam,
pão, agasalho,
remédios...
*
O fariseu que
desejava
‘beneficiar o
estômago’ do
Mestre amoroso,
na realidade
queria pegá-lo
em contradição,
pois pertencia a
uma casta onde
as
exterioridades
reclamavam que
as mãos
estivessem
lavadas para o
jantar, no
entanto era
ainda adepto do
“olho por olho”;
praticava o
extorquismo aos
menos
favorecidos; e
nunca se
preocupou em
acender luz às
ignorâncias...
Sempre que damos
o que temos,
tiramo-lo do
acervo íntimo;
daquilo que
somos. Sempre
que damos do que
detemos,
tiramo-lo do que
nos é
‘emprestado’. No
primeiro caso
damos; no
segundo
repartimos.
(Sintonia:
Fonte viva,
Cap. 60.
Esmola,
ditado por
Emmanuel a Chico
Xavier, 1ª
edição da FEB.)