PAULO DA SILVA
NETO SOBRINHO
paulosnetos@gmail.com
Belo Horizonte,
MG (Brasil)
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Jesus, nos tempos
modernos
Dia ensolarado, “sol de
brigadeiro”, estava
Jesus numa das
belíssimas praias do
nordeste brasileiro
(Claro, Seu Pai é
brasileiro!), escrevendo
uma oração na areia,
cujo início era: “Graças
te rendo meu Pai por ter
ocultado…”.
Concentrado, não
percebeu, ao longe, uma
turba de homens “de
moral”, mas adeptos do
projeto “Cura Gay”; cuja
maioria era de líderes
religiosos – padres e
pastores –, que traziam
manietado um homem
franzino, aos gritos, e
diziam: – “Apedreja-o!
Apedreja-o!” Tão absorto
estava Jesus que só se
deu conta quando essa
turba já estava bem
pertinho Dele.
Apresentaram-Lhe, então,
o homem, dizendo:
– “Mestre, este homem
foi surpreendido deitado
com outro homem; a lei
de Moisés manda que seja
apedrejado até a morte.
O que tem a dizer sobre
isso?” Claro que não
estavam querendo que
Jesus desse Sua opinião,
mas queriam enredá-lo
com suas próprias
palavras. Se dissesse
para cumprir a lei,
estaria indo contra a
doutrina de amor que
pregava; se, por outro
lado, mandasse soltá-lo,
contradiria o que a Lei
ordenava; e isso seria o
bastante para que Ele, o
próprio Jesus, se
tornasse também uma
vítima; talvez, até
também o apedrejassem
ali mesmo na praia,
manchando a areia com o
Seu sangue.
O mestre, com compaixão,
olhou no fundo dos olhos
de todos e disse-lhes: –
“Hipócritas! Raça de
víboras! Aquele dentre
vós que não tenha
praticado um só ato
promíscuo, atire-lhe a
primeira pedra”.
Envergonhados, foram
embora um a um, primeiro
os mais velhos; não por
terem alguma prioridade,
que a legislação garante
aos idosos, mas pelo
motivo deles serem os
mais promíscuos.
Após certo tempo, já que
voltara a escrever a
oração, Jesus se deu
conta de que estava
sozinho com o homem
manietado, ao qual
perguntou: – “Cadê os
homens que te
condenavam?”
– “Foram embora, Senhor”
– respondeu timidamente
o homem.
Jesus, então,
soltando-lhe as mãos,
disse-lhe: – “Vai e não
peques mais; entretanto,
jamais deixe de amar”.
Sim, seria essa a
atitude do Meigo Rabi de
Nazaré. Ele, embora
tivesse plena autoridade
moral para condenar a
qualquer um de nós,
nunca o faria, porque o
Seu amor e misericórdia
são infinitamente
maiores que nossas
faltas. Ademais, nos
compreende como crianças
espirituais “que não
sabem o que fazem”.