A seu modo...
Em artigos anteriores
comentamos sobre a
utilidade da obra
Jesus no Lar, do
Espírito Neio Lúcio, no
culto do Evangelho
doméstico. Porque é o
exato método de atrair
ao nosso modesto
ambiente familiar a
presença do Mestre, em
diálogo íntimo, como
acontecia há dois
milênios nas suas
reuniões com os
Apóstolos e círculo mais
próximo de seguidores e
presenteava pela
primeira vez a
humanidade com
instruções de luz, para
todos os séculos
vindouros.
Nessa última semana, o
texto oferecido em nosso
culto particular, sob a
tutela dos mentores
queridos, foi O Poder
das Trevas*.
Resumidamente, o Mestre
ensina a um dos
seguidores sobre os
métodos que os Espíritos
decaídos utilizam para
enfraquecer as
iniciativas dos mais
fortalecidos nas
práticas benfeitoras que
favorecem o mundo.
O chefe daqueles
domínios sombrios
instrui seu preposto no
sentido de agir junto ao
que resiste aos ataques
das sombras
enfraquecendo a sua
autoestima.
Convencendo-o de que é
um reles zero à esquerda
no universo, sem nenhuma
importância, e que
presunção grande é supor
que pode significar ou
praticar algo relevante
para a vida. Assegurar à
vítima dos seus atos
infelizes que ele nada
representa no contexto
geral da existência, e
que presumir o contrário
é incorrer em risível
arrogância. Assim –
assegurava o chefe ao
aprendiz dos desenganos
– atingiriam o propósito
de enfraquecer em
definitivo o ânimo
daquele resistente
trabalhador do bem,
retirando-o de campo,
para atingirem mais
facilmente seus
objetivos mesquinhos e
prejudiciais aos
cenários terrestres.
Mais uma vez, na prática
do Culto no Lar, fui
presenteada com
excelente e oportuno
ensinamento!
Em quantas situações não
nos flagramos, em
instantes de cansaço
extremo, com esses
pensamentos
desalentadores boiando
em nossas mentes?
De que adianta tanto
esforço, se o resultado
não se faz visível? Pior
– aparenta muitas vezes
não surtir efeitos, ou
surtir pouco, na ordem
geral das poderosas
engrenagens cotidianas,
contribuidoras dos
panoramas caóticos que
todos presenciamos!
Em quantas ocasiões não
nos imaginamos, de fato,
pequenos demais, ínfimos
demais, e pretensiosos,
com nosso eventual
entusiasmo de contribuir
para algum tipo de
melhoria na vida, em
esforços que se mostram
quase sufocados,
invisíveis, estiolados
debaixo da avalanche
diária de preocupações
que nos asfixiam os
propósitos?
A lição do Mestre é
clara. O trabalhador
bem-disposto da
parábola, ao fim de
tudo, sucumbe às
insinuações insidiosas,
e termina a vida em
desalento completo,
estagnando-se em
letargia improdutiva –
para só despertar na
ocasião da
desencarnação,
recordando a realidade
de que a mais majestosa
das árvores começa
sempre na semente
humilde sob o solo, mais
à frente desabrochada no
broto tenro, depois de
vencer paulatinamente os
obstáculos ríspidos do
solo rasteiro.
Portanto, não poderemos
nos esquecer em nenhum
momento da lição,
enquanto vivenciamos a
passagem rápida dos dias
na materialidade
terrena.
Não importa como! Mas
deve-se manter, na
prática, as melhores
intenções no dia a dia.
A seu modo – sem se
deter por julgamentos
alheios, críticas
infelizes, ingratidão,
incompreensão, desprezo,
ironias ou desdéns.
Sustentemos o foco. Não
importa em que lugar
frequentado, se no
ambiente do lar ou do
trabalho profissional,
nas ruas, no lazer, nos
períodos de descanso. À
primeira ideia insidiosa
infiltrando-se no campo
mental em razão de
reações negativas dos
que nos cercam, ou como
resultado de ideias
estranhas,
sorrateiramente
sussurradas em nossa
atmosfera psíquica,
recordemo-nos da
semente, e não
amesquinhemos a
importância da
colaboração humilde de
cada ser para o sucesso
da expansão da Luz, em
quaisquer lugares onde a
vida se faça presente.
Devemos desistir das
comparações; das
referências equivocadas
de valor, vigentes nas
ilusões da materialidade
sufocante das qualidades
luminosas do Espírito.
Um gesto de
solidariedade prestado
anonimamente a quem quer
que sofra, na passagem
oculta dos minutos; um
auxílio doméstico a quem
se vê vencido pelo
cansaço; uma informação
de boa vontade ao
transeunte perdido nas
vias públicas. Um
abraço, ou o silêncio de
compreensão a quem
precisa do desabafo, em
desalento. O carinho nos
filhos, no animal de
estimação. A colaboração
material e espiritual
aos mais deserdados da
sorte, não importa!
Nada disso, perante os
paradigmas da Luz, é
destituído de valor, e
menor em importância
frente ao considerado
como os grandes feitos
nos cenários materiais
terrenos.
Efetivamente, a posse de
um cargo de poder
mal-empregado em favor
dos agrupamentos
numerosos das populações
será equívoco de
lastimáveis
consequências, e de
cobrança pesada e certa
pelas leis exatas da
vida – em contrapartida
à diligência cônscia de
um sem-número de mães e
pais desconhecidos que,
na agitação frenética da
manutenção da
sobrevivência de cada
lar, ainda encontram
tempo para o diálogo
diário amoroso e
instrutivo com os
filhos. Para o carinho,
para a amizade com o
próximo; para o sorriso,
o humor, e o calor
humano, passíveis de
produzir melhorias
milagrosas na
multiplicidade das
ocorrências de
sofrimento existentes
nos recantos
desconhecidos do mundo!
Afinal, cada componente
grandioso desta mesma
vida material só se
consolida na Terra pelo
concurso importante dos
átomos humildes,
presentes no imenso
corpo da Criação.