De: A. D. (Londrina, PR)
Segunda-feira, 28 de novembro de 2016 às 14:03
Quando vemos alguém prodigioso, mormente precocemente, falamos que é a prova da reencarnação. Esta afirmativa sempre me incomodou.
Afinal, não aprendi nada em existência anterior?
Não sei nada.
Tenho que aprender tudo novamente.
Pelo menos alguma coisa deveria saber bem, pelo uma língua - a língua da existência anterior. Ou seja: português, alemão, russo, italiano... alguma língua deveria ter facilidade para aprender - a língua da existência anterior. Mas, nada, nada...
Por que só alguns, muito raros, trazem esses aprendizados conquistados anteriormente?
A.
Resposta do Editor:
As dúvidas contidas na mensagem acima não foram estranhas a Allan Kardec, como o leitor pode conferir à vista das questões d´O Livro dos Espíritos abaixo reproduzidas:
218. Encarnado, conserva o Espírito algum vestígio das percepções que teve e dos conhecimentos que adquiriu nas existências anteriores? “Guarda vaga lembrança, que lhe dá o que se chama ideias inatas.”
a) — Não é, então, quimérica a teoria das ideias inatas? “Não; os conhecimentos adquiridos em cada existência não mais se perdem. Liberto da matéria, o Espírito sempre os tem presentes. Durante a encarnação, esquece-os em parte, momentaneamente; porém, a intuição que deles conserva lhe auxilia o progresso. Se não fosse assim, teria que recomeçar constantemente. Em cada nova existência, o ponto de partida, para o Espírito, é o em que, na existência precedente, ele ficou.”
b) — Grande conexão deve então haver entre duas existências consecutivas? “Nem sempre tão grande quanto talvez o suponhas, dado que bem diferentes são, muitas vezes, as posições do Espírito nas duas e que, no intervalo de uma a outra, pode ele ter progredido.”
219. Qual a origem das faculdades extraordinárias dos indivíduos que, sem estudo prévio, parecem ter a intuição de certos conhecimentos, o das línguas, do cálculo, etc.? “Lembrança do passado; progresso anterior da alma, mas de que ela não tem consciência. Donde queres que venham tais conhecimentos? O corpo muda, o Espírito, porém, não muda, embora troque de roupagem.”
220. Pode o Espírito, mudando de corpo, perder algumas faculdades intelectuais, deixar de ter, por exemplo, o gosto das artes? “Sim, desde que conspurcou a sua inteligência ou a utilizou mal. Depois, uma faculdade qualquer pode permanecer adormecida durante uma existência, por querer o Espírito exercitar outra, que nenhuma relação tem com aquela. Esta, então, fica em estado latente, para reaparecer mais tarde.”
O assunto foi tratado também nas edições 27 e 40 desta revista, como o leitor pode conferir acessando as respectivas matérias. Eis o links:
edição 27 - http://www.oconsolador.com.br/27/classicosdoespiritismo.html
edição 40 - http://www.oconsolador.com.br/40/oespiritismoresponde.html
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