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Divaldo Franco: “O
problema da criatura
humana é a própria
criatura humana”
O conhecido orador
visitou as cidades
paulistas de Sorocaba e
São Bernardo do Campo,
onde falou a um público
numeroso
O Clube União
Recreativo, em sua sede
campestre, em Sorocaba
(SP), acolheu, na noite
de 16 de novembro de
2016, cerca de 4.200
pessoas para ouvir
Divaldo Franco. O evento
foi organizado pela USE
(União das Sociedades
Espíritas do Estado de
São Paulo)
Intermunicipal Sorocaba.
Divaldo Franco deu
início à palestra
abordando as causas que
|
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respondem
pelo
enorme
sofrimento
que
envolve
o
comportamento
humano
da
atualidade,
onde o
materialismo
e o
desprezo
pelos
valores
morais e
éticos,
associados
ao
ateísmo, tiranizam
grande parte da
sociedade pela imposição
de seus valores
transitórios e
alienantes do sexismo,
do individualismo e do
consumismo. |
Divaldo fez, então, uma
sucinta, porém
brilhante, incursão pela
história da humanidade
perpassando os eventos
chaves que resultaram no
fortalecimento da
filosofia materialista e
ateísta.
Divaldo relembrou o Iluminismo, movimento
cultural no século
XVIII, que procurou
mobilizar o poder da
razão, a fim de reformar
a sociedade e o
conhecimento herdado da
era medieval e revelar
as inconsistências
bíblicas.
A partir dos ideais
iluministas e a par com
uma severa crise, o povo
revoltou-se e em 14 de
julho de 1789, com a
queda da Bastilha, teve
início a Revolução
Francesa.
Cansados e oprimidos
pela intolerância
religiosa e pelos
privilégios do clero e
em associação aos
pensamentos filosóficos
materialistas os
revolucionários buscaram
impor os seus
pensamentos. Pierre
Gaspard Chaumette (1763-1794),
político francês e
pertencente ao grupo dos
ultrarrradicais
fanáticos no período da
Revolução Francesa,
considerava ser a
religião uma relíquia
das superstições da era
medieval, não mais
correspondendo às
conquistas intelectuais
obtidas com o
Iluminismo.
Chaumette considerava a Igreja e
os inimigos da Revolução
Francesa como sendo a
mesma coisa e, apoiado
em seu fanatismo,
iniciou o movimento de
descristianização do
povo francês.
O auge da imposição do
pensamento materialista
e ateísta ocorreu na
catedral de Notre
Dame de
Paris no dia 10 de
novembro de 1793, quando
se deu a destruição do
altar da catedral e a
entronização da deusa
Razão (representada pela
atriz Mademoiselle Candeille)
em substituição a Deus.
A partir de então nesta
data passou-se a
comemorar o Festival da
Razão.
Sete razões por que
acreditar em Deus
Em 1801 Napoleão
Bonaparte assina com o
Papa Pio VII o acordo de
restabelecimento da
religião, trazendo de
volta Deus para a
França, o qual ficou
conhecido por
“Concordata de 1801”.
Em 1804, enquanto o
imperador francês
Napoleão Bonaparte
invade outros países
para impor sua
dominação, nascia na
histórica cidade de
Lyon, na mesma França de
Bonaparte, Hippolyte
Léon Denizard Rivail –
mais tarde Allan Kardec
– representando uma luz
na terrível noite a que
se entregava a
humanidade.
Enquanto as terríveis
consequências das
guerras napoleônicas
prosseguiam impondo
sofrimento a tantos
povos, o jovem Hippolyte Denizard
ingressava na escola
fundada por Henrique
Pestalozzi em Yverdon, na
Suíça, construindo as
bases da estrada de luz
que viria em socorro da
humanidade.
Divaldo segue ilustrando
o caminho da filosofia
materialista no século
XIX com o surgimento do
Positivismo de Auguste
Comte (1798-1857).
Freud, Nietzsche e o
niilismo, Karl Max e a
afirmação de que a
religião é o ópio do
povo representam o
máximo do pensamento
materialista ateísta.
Guerras e revoluções
sangrentas dominam o
século XX e a
libertinagem dos
costumes morais –
travestidas de liberdade
– empurram a sociedade
para a conquista do nada
existencial em prejuízo
dos valores
transcendentais.
A humanidade
empanturrada de
tecnologia experimenta,
porém, sofrimentos
emocionais e morais a se
refletir nas imensas
multidões de
depressivos.
O comportamento pendular
da sociedade humana
desloca-se, então, uma
vez mais e tem início a
volta dos cientistas e
da ciência para Deus,
minimizando assim as
crises passadas.
Fazendo contraponto ao
ilusório império
materialista-ateísta,
Divaldo cita o químico
americano e presidente
da Academia de Ciência
de Nova York, Dr. Abraham
Cressy Morrison (1864
– 1951), que publicou um
artigo na imprensa
americana intitulada “Sete
Razões por que um
Cientista Acredita em
Deus” (Seven Reasons a
Scientist Believes in
God).
Nesse artigo o Dr.
Morrison – baseado na
lógica das descobertas
científicas – enumera as
razões que comprovam
cientificamente a
existência de Deus.
A ciência ajuda, mas
somente o amor edifica
Utilizando-se do
conhecimento da
velocidade de rotação da
Terra, da distância da
Terra em relação ao Sol,
da espessura da camada
da atmosfera que
circunda a Terra, do
ângulo de inclinação do
eixo vertical da Terra,
da existência da Lua
etc., o Dr. Morrison
conclui que tudo foi
cuidadosamente pensado e
construído para que a
vida na Terra fosse
possível e, dessa
maneira, alguém
se preocupou com isso e
cuidou de todos os
detalhes. Se não foi
Deus – pergunta o
cientista – quem teria
sido?
Deus retorna à pauta das
considerações
científicas e o homem
deixa de ser apenas um
amontoado de átomos,
moléculas e células
fadado ao túmulo após
uma breve existência,
para se transformar em
herdeiro do Universo.
Para sentirmos a
presença de Deus é
necessária, porém, uma
condição: amar.
Amar, como nos convidou
Jesus – o tipo mais
perfeito que Deus deu
aos homens para lhes
servir de Modelo e Guia
– e anotada pelo
evangelista Marcos no
capítulo 12:29 e 30:
Amar a Deus acima de
todas as coisas e ao
próximo como a si mesmo.
A tecnologia e a ciência
auxiliam, mas somente o
amor edifica
permanentemente.
Divaldo Franco concluiu
a palestra emocionando a
todos os presentes com a
narrativa da página de
autoria de Felício
Terra em
torno da vida de Leland
Stanford, sua esposa Jane
Stanford e
do filho Leland
Stanford Jr. (1868-1884),
cuja morte – por tifo –
durante uma viagem pela
Europa despertou nos
pais a motivação para as
preocupações
transcendentais da vida.
Tocada pelos exemplos de
amor do filho Leland
pelas crianças
desassistidas e
excluídas de um orfanato
que um dia visitara
junto com a mãe, o casal
Stanford passou a
considerar a ideia de
fazer das crianças da
Califórnia as crianças
da família Stanford.
Com essa motivação o
casal fundou a Universidade
Stanford (oficialmente
o nome é Leland
Stanford Junior
University)
Nessa emocionante
história vemos
retratada, uma vez mais,
a aplicação das
recomendações do Mestre
Jesus quanto ao amor
incondicional a Deus e
ao próximo.
Divaldo encerrou a
conferência luarizando a
todos com poema da
gratidão.
O problema da criatura
humana é...
Na noite do dia 17 de
novembro de 2016 Divaldo
Franco falou em São
Bernardo do Campo, fato
que representou para a
instituição espírita Lar
da Criança Emmanuel, o
Centro Espírita Obreiros
do Senhor e o Centro
Espírita Maria Amélia, o
coroamento de esforços
que, desde 2010, foram
mobilizados para as
comemorações de meio
século
de
fundação
desses
núcleos
de amor
e
caridade.
Nessa
|
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data o
tribuno
Divaldo
Franco
apresentou-se
no
Centro
de
Formação
dos
Profissionais
de
Educação
“Ruth
Cardoso”
em São
Bernardo
do
Campo,
levando
a mais
de 2.000
pessoas
a
mensagem
de
esperança,
consolação
e amor,
sempre
baseada
nos
ensinamentos
de Jesus
e
Kardec. |
Do alto da tribuna
Divaldo iniciou a
conferência com uma
frase
sintética, mas
abrangente em seu
significado: “O
problema da criatura
humana é a própria
criatura humana”.
A partir desse introito
Divaldo discorre sobre o
processo
antropopsicológico da
criatura humana que
inicia sua viagem com a
manifestação do instinto
desdobrado em suas três
abrangências:
1. O Instinto de
Reprodução;
2. O instinto de
Alimentação;
3. O instinto de
Repouso.
Avançando um pouco mais
e observando as forças
da Natureza agindo à sua
volta, o homem primitivo
desenvolve sua primeira
emoção: o medo, que o
capacita
fisiologicamente para
enfrentar ou fugir das
situações perigosas
A partir do medo surgem,
então, a ira, a cólera,
o ódio e o desejo de
vingança.
Agrupados em suas
cavernas e observando a
fragilidade e
dependência das crias,
tem início o
desenvolvimento dos
pródromos do nobre
sentimento que somente
muito mais tarde se
consolidará em sua
estrutura psicológica: o
amor.
E para nos falar desse
amor Divaldo – com a
habilidade e competência
habitual – desvenda-nos
os pensamentos dos
grandes estudiosos da
criatura humana.
Os níveis de consciência
segundo Ouspensky
De acordo com o
sociólogo, médico
psiquiatra e psicólogo
Emilio Mira y Lopez (1896-1964),
do ponto de vista
psicológico o ser humano
é constituído de cinco
elementos:
1. Personalidade (A
máscara que afivelamos à
face).
2. Conhecimento (São
as aquisições
intelectivas e formada
pelas lições de
aprendizagem)
3. Identificação (São
as sintonias daquilo com
o que nos afinizamos)
4. Consciência (Que
atuando com o
Conhecimento forma a
base do discernimento)
5. Individualidade (O
elemento que o egoísmo
procura defender a todo
custo).
A consciência possui
níveis diferenciados,
como os conceituou Pedro
Ouspensky:
a) Consciência
de sono SEM sonhos
(Só pensa em si próprio:
É meu)
b) Consciência
de sono COM sonhos
(Já passamos a ter
ideais e não somente o
desejo de acumular)
c) Consciência
de sono ACORDADO (A
consciência que não mais
está sonolenta pelo
egoísmo)
d) Consciência
de si mesmo.
(Quando o Ego - a
máscara que afivelamos à
face e que luta por
defender a qualquer
preço nossa
Individualidade - toma
conhecimento dos
conteúdos psíquicos. Em
outras palavras: É
quando eu sei fazer o
que DEVO quando POSSO e
– também -
fazer o que POSSO quando DEVO).
Nesse ponto Divaldo
ilustra que as crises –
morais, sociais,
econômicas – vêm do fato
de realizarmos o que PODEMOS quando NÃO DEVEMOS e
fazer o que DEVEMOS quando NÃO PODEMOS.
Ainda no item de
Consciência de si mesmo
Divaldo alonga maiores
esclarecimentos e
enumera as 7 (sete)
funções que a
Consciência vai permitir
controlar na máquina
orgânica: I)
Função Emocional; II)
Função Intelectiva; III)
Função do Instinto; IV) Função
dos Movimentos; V)
Função Sexual (Expressões
Feminina – anima e
Masculina – animus -
permitindo equilibrar a
psicologia à anatomia); VI)
Função Emoção Superior e VII)
Função Intelectiva
Superior.
e) Consciência
Cósmica. (Já não sou eu
quem vive, mas Cristo
que vive em mim. Paulo –
Gálatas, 2:20).
Herói era aquele que
destruía os inimigos
Findo esse périplo pela
conceituação acadêmica
da consciência Divaldo
adentra a parte final da
conferência abordando a
parte moral do tema.
Allan Kardec, na questão
625 de O Livro dos
Espíritos, indagou
aos Espíritos
Superiores: -
Qual o tipo mais
perfeito que Deus
ofereceu aos homens,
para lhe servir de
modelo e guia?
Os Numes tutelares da
humanidade responderam
sinteticamente: Jesus.
Jesus é o Modelo, Guia e
Mestre de toda a
Humanidade e, com seu
amor incondicional por
todos nós, é exemplo
para nossos
comportamentos e nos
indica a direção a
seguir, além de nos
legar ensinamentos
imortalizados de forma
sucinta do Sermão da
Montanha, principalmente
nas Bem-Aventuranças.
Jesus vem subverter o
entendimento dos
conceitos gerados pela
falta de consciência da
época e que perduram até
os dias atuais. Herói
era aquele que destruía os
inimigos e Vitorioso era
aquele que conquistava a
todos, a tudo esmagando
e derramando-lhe o
sangue.
Para aqueles que já têm
a consciência iluminada
pelos ensinamentos do
Cristo, o Herói é aquele
que vence a Si mesmo e
Vitorioso é aquele que
controla suas más
inclinações e vence suas
tendências malignas. O
Espiritismo vem
despertar a nossa
consciência para a
necessidade de
encontrarmos um sentido
psicológico para a vida,
deixando a fase do
primarismo representado
pelos instintos e as
sensações.
O sentido da vida,
conforme nos ensinou
Jesus, é AMAR. Nós somos
mais do que o ser
definido pelos
antropologistas: bípede
e emocional. Somos
também aqueles que
trazemos na alma a
presença de Deus e fomos
nascidos para amar, pois
o amor é o ápice do
nosso processo evolutivo
ético e moral.
Divaldo silencia e
arremata: “A vida tem
que ter um significado:
o desenvolvimento do
amor”.
Concluindo o seminário,
Divaldo estendeu a todos
o convite que lhe foi
formulado por Joanna de
Ângelis de que devemos
abrir o carinho das
nossas emoções e
sentimentos ao nosso
próximo, buscando
aqueles que são
“invisíveis” na
sociedade, os esquecidos
e marginalizados, e
contribuindo para
torná-los dignos e
socialmente visíveis.
Divaldo narra sua
experiência pessoal
quando, convidado por
Joanna de Ângelis,
abraçou um simples
garçom e, ao estabelecer
diálogo com ele, veio a
descobrir que o abraço
recebido o fez abandonar
a decisão de cometer
suicídio, visto que
experimentava a dolorosa
injunção do câncer.
Emocionados – e felizes
- lentamente todos
foram-se retirando com
os ensinamentos de Jesus
ainda repercutindo na
acústica da alma,
convidando-nos a todos a
sermos felizes. Hoje.
Nota do Autor:
As fotos desta
reportagem foram feitas
por Sandra Patrocínio.
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