Observe estas frases, que
são muito comuns na
conversação entre nós que
cultivamos o idioma
português e em textos
publicados em livros,
jornais e revistas:
1. Pobre do rapaz, a
namorada o deixou.
2. Desde 1994 que os
palmeirenses sonhavam com um
título.
3. Nós é que sabemos
quanto vale uma amizade.
Embora bastante utilizadas,
muitas pessoas ignoram que
nessas frases há
determinadas palavras – que
grafamos acima em negrito – que
podem ser retiradas do texto
sem prejudicar a sua
compreensão.
Tais partículas são usadas
para conferir força ou graça
à frase, constituindo o que,
em estudos de gramática,
chamamos de expressões de
realce.
Retiradas as palavras de
realce – também chamadas
partículas expletivas –, as
frases ficariam assim:
1. Pobre rapaz, a namorada o
deixou.
2. Desde 1994 os
palmeirenses sonhavam com um
título.
3. Nós sabemos quanto vale
uma amizade.
Eis outros exemplos de
expressões de realce, em que
as partículas expletivas
estão grafadas em negrito:
Desde ontem que nós o
aguardávamos.
O empresário é que
sabe onde lhe aperta o
cinto.
Foi
no monte Sinai que
Moisés recebeu o Decálogo.
Éramos
nós que queríamos
estar no casamento.
Era
ela que queria
viajar.
Quanto não vale o
amor de mãe!
Eu lá sabia o que
estava fazendo?
Pobre do povo
brasileiro – que Congresso é
esse?
*
Um leitor pergunta-nos: -
calidoscópio ou
caleidoscópio? Qual o certo?
Ambos os vocábulos existem e
são sinônimos.
Do grego kállos (beleza) +
eidos (o que é visto),
caleidoscópio ou
calidoscópio é o nome dado a
um aparelho de física cujo
objetivo é obter imagens em
espelhos inclinados, e que a
cada momento apresenta
combinações variadas e
interessantes. A palavra
designa também: conjunto de
coisas que se sucedem,
mudando.