Sexo e Obsessão
Manoel Philomeno
de Miranda
(Parte 16)
Damos sequência
ao estudo metódico
e sequencial do
livro Sexo e Obsessão,
obra de
autoria de
Manoel Philomeno
de Miranda,
psicografada por
Divaldo P.
Franco
e publicada originalmente em 2002.
Questões
preliminares
A. Ouvir mais,
falar menos.
Isso é
importante no
atendimento
fraterno
realizado na
Casa Espírita?
Sim. Era o que
se via no
trabalho de
atendimento
descrito neste
livro por Manoel
Philomeno de
Miranda, no qual
não existia
interrogatório
nem ficha de
identificação na
qual se
anotassem os
dramas das
pessoas aflitas,
desnudando-as
aos olhos
estranhos e
deixando-lhes as
confidências por
escrito, para
futuros estudos
ou mesmo
comentários, nem
sempre felizes.
Tudo ali ocorria
de forma
natural,
conforme as
disposições do
pensamento
espírita, que
respeita a vida
interior das
criaturas. Além
disso, o
atendente
fraterno buscava
mais ouvir que
falar,
orientando o
consulente
mediante a
contribuição do
Espiritismo e
evitando emitir
suas próprias
conclusões, bem
como o que se
convencionou
denominar como
achismo,
mediante o qual
se opina sem
conhecimento de
profundidade a
respeito de
tudo. (Sexo e
Obsessão,
capítulo 8:
Atendimento
fraterno.)
B. Qual é,
exatamente, a
função do
atendimento
fraterno na Casa
Espírita?
Segundo Manoel
Philomeno, a
função do
atendimento
fraterno na Casa
Espírita não é a
de resolver os
problemas das
pessoas que vão
em busca de
socorro, mas a
de orientá-las à
luz da Doutrina
Espírita para
que cada uma
encontre por si
mesma a melhor
solução.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 8:
Atendimento
fraterno.)
C. Como nós
espíritas
entendemos – ou
deveríamos
entender – a
morte?
A resposta a
esta pergunta
não é difícil
para quem
acredita na
imortalidade da
alma: a morte
corpórea não é o
fim da vida, mas
o começo de uma
nova etapa da
Eternidade...
São felizes
aqueles que
retornam à
Pátria, após
cumprida a
tarefa na Terra,
seja qual for o
mecanismo da
desencarnação,
exceto,
evidentemente,
se a pessoa
contribuiu
direta ou
indiretamente
para que o fato
se dê. (Sexo
e Obsessão,
capítulo 8:
Atendimento
fraterno.)
Texto para
leitura
75. No
atendimento
fraterno, ouvir
mais, falar
menos –
A atendente,
mantendo-se
serena e
envolvendo a
dama em vibração
de simpatia e de
paz, disse-lhe:
“Sugiro-lhe que
leia O
Evangelho
segundo o
Espiritismo,
de Allan Kardec,
a fim de
encontrar
conforto moral e
paciência para
os
enfrentamentos
do cotidiano. A
sua leitura lhe
fará um grande
bem, em razão
dos
esclarecimentos
que lhe
proporcionará e
das diretrizes
necessárias à
sua paz interior
e, portanto, a
uma vida feliz.
Igualmente
proponho-lhe a
terapia
bioenergética,
isto é: os
passes, como
aconteceu há
pouco, antes da
nossa
conversação, com
o que se
fortalecerá para
as lutas e os
desafios. Por
fim, sendo-lhe
possível, venha
conhecer as
nossas reuniões
de palestras e
estudos do
Espiritismo, nas
quais adquirirá
conhecimento
para libertar-se
não apenas dessa
Entidade que a
aturde, como
também para
auxiliar outras
pessoas que se
encontram na
mesma situação
aflitiva”. Dito
isso, ela
respondeu a
outras
indagações
feitas pela
senhora, que
saiu dali
renovada. O
Mentor
espiritual da
atividade anotou
os dados da
consulente, e
entregou-os a um
membro da equipe
de visitadores
desencarnados, a
fim de que
oferecesse a
assistência
conveniente à
dama, conforme a
sua
receptividade ao
que lhe fora
informado.
Manoel Philomeno
notou que não
fora necessário
ali um
interrogatório,
que resulta dos
atavismos
religiosos do
passado, nas
incoerentes
confissões
auriculares,
agora sob
disfarce de
estatística para
futuros
resultados; não
havia ficha de
identificação,
na qual se
anotassem os
dramas das
pessoas aflitas,
desnudando-as
aos olhos
estranhos e
deixando-lhes as
confidências por
escrito, para
futuros estudos
ou mesmo
comentários, nem
sempre felizes.
Tudo era
natural,
conforme as
disposições do
pensamento
espírita, que
respeita a vida
interior das
criaturas. Outro
ponto
importante: o
atendente
fraterno buscava
mais ouvir que
falar,
orientando
mediante a
contribuição do
Espiritismo,
evitando as
próprias
conclusões e o
que se
convencionou
denominar como
achismo,
mediante o qual
se opina sem
conhecimento de
profundidade a
respeito de
tudo, apoiado no
que se acha, no
que se pensa, no
que se conclui,
nem sempre
corretamente.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 8:
Atendimento
fraterno.)
76.
Relacionamento
sexual
desequilibrado
– Manoel
Philomeno
acompanhou em
seguida um outro
atendimento no
qual uma senhora
casada expôs o
seguinte
problema: “Sou
casada há, mais
ou menos, dez
anos, e sempre
mantive um
relacionamento
sexual
equilibrado com
o meu marido.
Não me sentia
plena,
realizada, em
nosso
intercâmbio
íntimo, mas
pensava que era
assim mesmo. As
minhas amigas
sempre me
relatavam suas
dificuldades, e
resignei-me.
Ultimamente,
porém, percebo
que o meu esposo
se vem
corrompendo
muito,
entregando-se a
viagens mentais
e visitas a
motéis,
acompanhando
filmes eróticos
e pornográficos,
e exigindo-me
uma conduta
semelhante, o
que me ultraja”.
Feita pequena
pausa, ela
continuou:
“Agora,
tornou-se-me
insuportável o
seu assédio,
exigindo-me
compartilhar das
aberrações que
vê nos filmes de
prostituição e
vulgaridade, o
que me
aterroriza,
produzindo-me
reações de ódio
e nojo em
relação a ele, a
quem sempre
amei. Não o
desejo perder,
mas sinto que,
se não ceder às
suas exigências
descabidas e
mórbidas, ele me
abandonará. Que
hei de fazer?” A
atendente
meditou por
alguns instantes
e respondeu-lhe
com brandura:
“Este é,
realmente, um
momento muito
importante para
a preservação do
seu matrimônio.
Vivemos um
período de
perversões vis
em nossa
sociedade, que
se vêm
generalizando
assustadoramente.
O sexo tornou-se
objeto de
perturbação e de
infelicidade. O
matrimônio, no
entanto, é um
contrato social
e moral, de
resultados
espirituais,
unindo duas
pessoas pelos
laços do amor, a
fim de
edificarem a
família, não
podendo
transformar-se
em bordel de
excentricidades
profissionais. O
companheiro, de
acordo com a sua
narração,
encontra-se
doente, e
necessita de
terapia com um
sexólogo, a fim
de refazer
conceitos e
reencontrar o
equilíbrio a fim
de prosseguir
feliz no lar.
Não me cabe
dizer-lhe o que
deve fazer,
neste momento,
pois que seria
assumir a
responsabilidade
da sua futura
atitude. Cada um
de nós tem a
liberdade de
pensar e agir
conforme seja
melhor para o
próprio
entendimento. Os
resultados,
porém, virão
inevitavelmente,
e cada qual se
verá a braços
com o que haja
desencadeado,
num campo
saudável ou num
terreno
ingrato... Não
obstante, seria
de bom alvitre
que a amiga
convidasse o
esposo a uma
conversação
serena,
explicando-lhe a
questão conjugal
sob o seu ponto
de vista,
informando-o
sobre as suas
reações e
anseios, suas
necessidades
afetivas, que
nada têm a ver
com os
comportamentos
doentios ora em
voga. Enquanto
isso, indico-lhe
a oração como
recurso
autoterapêutico
que a
fortalecerá para
resistir às
inconvenientes e
descabidas
exigências,
mantendo-se
serena e amando
o companheiro,
momentaneamente
desajustado".
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 8:
Atendimento
fraterno.)
77. Função
do atendimento
fraterno
– Quando a
atendente
concluiu sua
sugestão, a
mulher
perguntou-lhe,
aflita: “E se
ele não
concordar?
Perdê-lo-ei ou
cederei?”
Mantendo a calma
e a amabilidade,
a atendente
respondeu: “Isso
dependerá da sua
estrutura
emocional, dos
seus valores
morais, da sua
constituição
espiritual.
Ninguém lhe
poderá dizer o
que fazer, nessa
situação
delicada. Pense,
amadureça
reflexões e
estude O
Evangelho
segundo o
Espiritismo,
de Allan Kardec,
que lhe
propiciará a
visão correta
dos fatos e da
vida. Esse é um
livro de
conforto moral e
espiritual. No
entanto,
considerando a
sua claridade
intelectual,
seria útil a
leitura de O
Livro dos
Espíritos,
do mesmo Autor,
que lhe dará
dimensão do que
é a vida e como
deveremos
experienciá-la
na busca da
plenitude,
explicando-lhe
as razões dos
acontecimentos
no dia a dia e
dos dramas
existenciais que
tanto nos
afligem”. A
dama,
sinceramente
confortada, que
também fora
beneficiada
pelos fluidos do
Espírito amigo
que inspirava a
atendente
fraterna, pediu
licença para
abraçá-la,
agradecendo com
palavras
repassadas de
ternura. Outro
Espírito gentil,
que anotou o
nome e o
endereço da
senhora,
acompanhou-a na
saída da sala.
Comentando o
fato, Manoel
Philomeno afirma
que, realmente,
a função do
Atendimento
fraterno, na
Casa Espírita,
não é a de
resolver os
problemas das
pessoas que vão
em busca de
socorro, mas a
de orientá-las à
luz da Doutrina
Espírita para
que cada uma
encontre por si
mesma a melhor
solução.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 8:
Atendimento
fraterno.)
78. A
morte não é o
fim da vida
– Na sequência,
um casal de meia
idade,
assinalado pela
amargura da face
e a debilidade
orgânica,
acercou-se de um
respeitável
cavalheiro que
aguardava o
próximo
consulente.
Percebendo a
angústia de
ambos, que se
mantinham
silenciosos e
trêmulos, o
atendente
indagou, afável:
“Em que lhes
poderei ser
útil? Posso
imaginar a dor
que os alanceia,
em razão da
aflição
refletida nos
seus rostos”.
Isso foi o
suficiente para
ambos se
deixarem dominar
pelas lágrimas.
Veio em seguida
a explicação:
“Perdemos o
nosso filho
único. A morte
arrebatou-o em
um acidente
cruel,
deixando-nos
desalentados e
sem razão para
continuar a
viver. Somente
encontramos
alívio pensando
em morrer,
porque a vida
perdeu
totalmente o
sentido.
Desejamos falar
com o irmão
Ricardo, para
tentarmos saber
se o nosso filho
continua vivo,
se pensa em nós,
onde e como se
encontra. Será
possível?” O
atendente disse
que sim, mas
observou:
“Antes, porém,
permito-me
informá-los que
ninguém perde um
ser querido,
quando
arrebatado pela
morte. A morte
não é o fim da
vida, antes é o
começo de uma
nova etapa da
Eternidade...
Recordem-se de
Jesus, morrendo
na Cruz, e da
angústia de Sua
Mãe. Logo após,
no entanto, três
dias, ei-lo de
volta,
ressurrecto e
vivo, triunfante
ao túmulo e
afetuoso como
sempre. Pensem
nEle e
entreguem-lhe o
filho que, antes
de lhes
pertencer, o é
também de Deus,
o Pai de todos
nós. Posso
afiançar-lhes
que ele está
bem, caso o
acidente de que
foi vítima não
haja sido
resultado de
imprudência ou
desequilíbrio.
Sempre quando
ocorre algo
dessa magnitude,
estamos diante
do efeito de
algum ato muito
grave, cuja
causa está no
ontem próximo,
nesta
existência, ou
remoto, em outra
reencarnação...
Desse modo, são
felizes aqueles
que retornam à
Pátria, após
cumprida a
tarefa na Terra,
seja qual for o
mecanismo da
desencarnação,
conforme nós, os
espíritas,
denominamos a
morte, que
independeu do
viajante
espiritual
querido”. Depois
de confortar por
alguns minutos o
casal sofrido,
encaminhou-o ao
atendimento
especializado
através do irmão
Ricardo. Mas,
enquanto
dialogavam, o
Espírito
responsável pelo
atendente
aplicou-lhes, em
ambos, energia
refazente e
calmante que os
tranquilizou.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 8:
Atendimento
fraterno.)
(Continua no
próximo número.)