A. Nas
comunicações
mediúnicas
entre
pessoas
vivas há
necessidade
de um
requisito
essencial.
Qual é ele?
Segundo
Bozzano, as
manifestações
deste tipo
se realizam
unicamente
quando entre
os
protagonistas
existem
relações
afetivas ou,
pelo menos,
relações de
qualquer
grau de
parentesco,
de amizade
ou de
simples
conhecimento.
Na ausência
de tais
condições,
não se
poderia
estabelecer,
entre as
duas
pessoas, a
“relação
psíquica”,
que é
condição
indispensável
para a
realização
de toda
manifestação
telepático-mediúnica.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo A)
B. Como se
pode
comprovar
nas
manifestações
entre
pessoas
vivas que os
fatos
realmente
ocorreram?
O episódio
incluído
nesta obra
sob o título
Caso 6,
o qual
foi
extraído do
volume XXX,
pág. 230,
dos
Proceedings
of the S. P.
R.,
constitui um
exemplo de
como os
investigadores
deveriam
proceder.
Relatado
pelo Prof.
William
Barrett, o
episódio foi
rigorosamente
documentado.
Ambos os
protagonistas
haviam
guardado as
cartas
trocadas por
ocasião do
caso, cartas
essas que
foram
entregues ao
Prof.
Barrett
juntamente
com os
envelopes em
que foram
expedidas.
Os
protagonistas
foram o Sr.
Arundell
Mackenzie-Ashton
e o Cel. E.
H. Nicholson.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo A)
C. Nas
manifestações
mediúnicas
entre
pessoas
vivas, é
possível
manter
diálogos
idênticos às
conversações
que se dão
nas sessões
espíritas?
Sim. O caso
relatado
pelo Prof.
Barrett, a
que nos
referimos na
questão
anterior, é
uma prova
disso. Tais
diálogos
fazem
presumir
que, em
semelhantes
circunstâncias,
não se trata
mais de
simples
casos de
transmissão
telepática
do
pensamento,
mas de
verdadeira e
precisa
conversação
entre duas
personalidades
integrais ou
espirituais.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo A)
Texto para
leitura
73. No caso
descrito no
item
anterior,
observa-se a
particularidade
de um
espírito de
vivo que se
manifesta,
no sono, a
uma pessoa
que não
conhece,
particularidade
bem rara nas
manifestações
mediúnicas
desse gênero
e,
especialmente,
entre
pessoas
vivas, pois
é notório
que as
manifestações
se realizam
unicamente
quando entre
os
protagonistas
existem
relações
afetivas ou,
pelo menos,
relações de
qualquer
grau de
parentesco,
de amizade
ou de
simples
conhecimento.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo A)
74. Na
ausência de
tais
condições,
não se
poderia
estabelecer,
entre as
duas
pessoas, a
“relação
psíquica”,
que é
condição
indispensável
para a
realização
de toda
manifestação
telepático-mediúnica.
Ora, como se
observa no
caso em
questão, em
que o agente
não conhecia
a pessoa a
quem se
manifestou
mediunicamente,
ele é
excepcional,
conquanto se
trate de uma
exceção que
confirma a
regra.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo A)
75. Leve-se
em conta
que, pelas
informações
fornecidas
sobre os
protagonistas,
é notório
que a
“relação
psíquica”
entre eles
pôde se
estabelecer
em virtude
do grande
interesse
que no
indivíduo-agente
havia
suscitado a
leitura de
um trabalho
literário da
médium-percipiente,
interesse
tão
acentuado e
sentimental,
que inspirou
ao agente
uma poesia
em homenagem
à jovem
desconhecida,
como também
o levou a
iniciar
relações
epistolares
com ela.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo A)
76.
Compreende-se,
pois, que
tal estado
de alma
(indicando a
existência
de uma
grande
afinidade no
temperamento
literário
dos dois
escritores)
tenha sido
suficiente
para
provocar,
espontaneamente,
durante o
sono, a
“relação
psíquica”
entre o
admirador e
a admirada.
Em outros
termos, se
os
protagonistas
não se
conheciam,
eram, porém,
duas almas
que vibravam
em uníssono.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo A)
77. Como
dissemos,
tais
episódios
são
raríssimos
nas
comunicações
mediúnicas
entre vivos,
conquanto se
realizem com
maior
frequência
nas
comunicações
mediúnicas
com os
mortos, e
isso devido
a condições
que não se
verificam
nas
comunicações
com os
vivos.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo A)
78. Além de
tudo, há
entidades
espirituais
conhecidas
pelo nome de
“espíritos-guias”
que levam
intencionalmente
às sessões
espíritas
personalidades
de mortos
desconhecidos
de todos os
presentes a
fim de que
eles
transmitam
aos vivos
informações
verificáveis
de suas
existências
terrenas e,
com isso,
fornecem
provas
incontestáveis
de
identificação
espírita. Em
tais
circunstâncias,
a “afinidade
psíquica”
entre o
espírito
desconhecido
e o médium
realizar-se-ia
de forma
indireta,
isto é, por
intermédio
do
“espírito-guia”.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo A)
79. É isso
que
acontecia
nas célebres
experiências
do Rev.
William
Stainton
Moses, nas
quais o
“espírito-guia”
“Imperator”
levava às
sessões
numerosas
entidades
desconhecidas
do médium e
dos
presentes, a
fim de
confirmar
indiretamente
a gênese
transcendental
dos ensinos
ministrados
por meio de
uma longa
série de
provas de
identificação
espírita.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo A)
80. A outra
circunstância
que torna
possíveis as
comunicações
mediúnicas
com
entidades
desencarnadas
desconhecidas
consistiria
no fato de
que os
médiuns, no
ato de
exercerem as
suas
faculdades
supranormais,
serem
circundados
de uma aura
luminosa
perceptível
a qualquer
graduação de
espíritos
desencarnados,
dos quais,
mesmo os
inferiores,
não
deixariam de
se
aproveitar
para
satisfazer o
vivo desejo
de se
comunicarem
com o mundo
dos vivos,
empresa
difícil,
porém
algumas
vezes
realizável,
porque, no
complexo das
qualidades,
dos
defeitos,
das
tendências
particulares
ao
temperamento
do médium,
muitas vezes
os espíritos
encontram o
elemento de
afinidade
psíquica
necessário
ao
estabelecimento
de uma
relação
ainda que
imperfeita
com o
médium.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo A)
81.
Observe-se,
finalmente,
que a
relatora
explica o
incidente
referido,
tomando-o
por um
fenômeno de
“bilocação”,
isto é, que
o “duplo” do
agente
ter-se-ia
transportado
de Palermo a
Florença.
Penso que
não será
necessário
recorrer a
tal
hipótese, em
contingências
semelhantes,
que podem
ser
esclarecidas
com a
transmissão
telepática
do
pensamento,
ou melhor,
pela
comunicação
a distância
entre duas
personalidades
integrais
subconscientes,
o que não
deveria
causar muito
espanto
quando se
reflete que
o tempo e o
espaço não
existem no
ambiente
espiritual.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo A)
82. Caso
6 – Este
caso foi
extraído do
volume XXX,
pág. 230,
dos
Proceedings
of the S. P.
R.
Relatado
pelo Prof.
William
Barrett,
trata-se de
um episódio
rigorosamente
documentado.
Ambos os
protagonistas
haviam
guardado as
cartas
trocadas por
ocasião do
caso, cartas
essas que
foram
entregues ao
Prof.
Barrett
juntamente
com os
envelopes em
que foram
expedidas.
Os
protagonistas
foram o Sr.
Arundell
Mackenzie-Ashton
e o Cel. E.
H. Nicholson.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo A)
83. Eis como
os fatos se
deram:
“O episódio
se deu no
Walesby
Vicarage, em
Nottinghamshire,
no ano de
1882. Eis a
primeira
carta que o
Cel.
Nicholson
enviou ao
Sr.
Mackenzie
Ashton:
Newark-on-Trent,
11 de
setembro de
1882.
Distinto
Senhor
Passei algum
tempo no
Walesby
Vicarage e
lá, à noite,
nos
divertíamos
fazendo
mover
mediunicamente
a mesinha.
Quando se
verificaram
os primeiros
movimentos,
perguntamos:
– Quem é o
espírito
presente?
– Arundell
Mackenzie.
– Onde se
encontra?
– Aqui
presente, em
espírito.
– O que está
fazendo ou
em que
condições se
acha
presentemente
o seu corpo?
Ora, como a
esta nossa
pergunta foi
dada uma
resposta
fornecendo
indicações
precisas e
minuciosas,
nós lhe
pedimos a
fineza de
informar o
que estava
fazendo na
noite
anterior
(quinta-feira),
das 10:30 às
11:30 horas,
e em
companhia de
quem se
achava.
Rogamos-lhe
ainda o
obséquio de
nos dizer de
que modo
empregara o
dia. Espero
que V. Sa.
me releve a
liberdade
que tomo em
lhe dirigir
um
interrogatório
tão
impertinente,
tanto mais
que não
tenho a
honra de
conhecê-lo
pessoalmente.
Permita-me
fazê-lo,
porque estou
ansioso por
me assegurar
se a
“manifestação”
que
obtivemos
foi
verdadeira
ou falsa.
Com todo o
respeito
firmo-me
a) E. H.
Nicholson
O Sr.
Mackenzie-Ashton
respondeu
gentilmente
o
questionário
que lhe foi
remetido, e
o Cel.
Nicholson
replicou com
esta
missiva,
datada de 16
de setembro:
Distinto
Senhor:
Ainda um
favor.
Estimaria
que V. Sa.
tivesse a
bondade de
assegurar-me,
sob sua
palavra de
honra, que
não soube o
que me
relata, por
alguém que
houvesse
estado no
Walesby
Vicarage na
quinta-feira
à noite.
Tendo o Sr.
Mackenzie-Ashton
garantido,
sob palavra
de honra,
nada ter
ouvido com
relação ao
caso,
recebeu do
Cel.
Nicholson a
seguinte
carta em que
descreve o
ocorrido:
Newark, 19
de setembro
de 1822.
Distinto
Senhor:
Quando lhe
pedi a sua
palavra de
honra,
estava certo
de que tal
era
supérfluo,
mas a
experiência
por nós
feita me
parece tão
extraordinária,
que achei
necessário
pedi-la.
As pessoas
sentadas ao
redor da
mesa, além
do
signatário
desta e sua
esposa, eram
as
seguintes:
(dá-lhes
os nomes,
aqui não
reproduzidas).
A mesa se
pôs em
movimento
quase
imediatamente
e lhe
pedimos que
desse três
pancadas se
algum
espírito
estivesse
presente.
Tendo batido
três
pancadas,
perguntamos-lhe
o nome do
espírito
presente e
recebemos o
nome
Arundell
Mackenzie,
depois do
que os seus
movimentos
pararam.
Perguntamos-lhe
em que ponto
da sala se
achava e o
que estava
fazendo.
Respondeu:
“Estou aqui,
em
espírito.”
Perguntamos-lhe
então onde
se achava o
seu corpo
naquele
momento e,
por algum
tempo, não
recebemos
resposta, de
sorte que
ficamos
perplexos e
não sabíamos
como
proceder,
pressupondo
que V. Sa.
estaria
imerso no
sono. Afinal
decidimos
repetir a
pergunta e
recebemos
logo a
resposta:
“Joguei
bilhar”.
Naquele
momento eram
11:15.
Perguntamos-lhe
então quem
havia jogado
com ele.
Respondeu:
“Meu pai”.
“Quem ganhou
a partida?”
– “O filho”.
“Quantas
partidas
jogaram?” –
“Duas”.
“O que fez
durante o
dia?” –
“Estive
caçando”.
Em vista
desta
resposta
deu-se uma
exclamação
unânime
entre nós:
“Impossível!”
E, de fato,
assim nos
parecia,
devido ao
mau tempo
que reinara.
Então o Sr.
H. perguntou
zombeteiramente
ao suposto
espírito:
“Caçou
faisões ou
perdizes?”,
mas não
obteve
resposta.
Pedimos
então ao sr.
H. que se
afastasse um
pouco da
mesa e
perguntamos
ao
comunicante
por que não
respondera.
Foi logo
ditado: “Ele
levou a
coisa em
brincadeira.”
Iniciou-se
então uma
comunicação
com as
palavras:
“Um espírito
silencioso
está aqui
comigo...”
mas nesse
ponto a
mensagem foi
interrompida,
não tendo
mais
seguimento.
Eis a
narração
exata do que
houve.
Contavam-se
as palavras
do alfabeto
pelas
batidas da
mesa. Antes
que se
chegasse à
letra
desejada, a
mesa entrava
em vibração,
que crescia
de
intensidade
até que
chegasse à
letra, que
era
designada
com um
movimento
rápido e uma
pancada
forte. A
sala estava
normalmente
iluminada.
Confesso-lhe
que tal
experiência
me encheu de
pasmo, etc.
a) E. H.
Nicholson."
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo A)
84. O pasmo
do Cel.
Nicholson
era mais do
que
justificado,
porque os
detalhes
fornecidos
pelo
espírito
comunicante
em tudo
estavam de
acordo com a
verdade,
como se vê
do seguinte
trecho de
uma carta do
sr.
Mackenzie-Ashton:
“Durante o
dia eu
estive
caçando, e à
noite joguei
duas
partidas de
bilhar com
meu pai,
ambas ganhas
por mim.
Depois disso
estendi-me
no divã na
sala de
jantar e
adormeci.
Durante o
sono, sonhei
que me
achava em
Walesby
Vicarage.
Noto um
detalhe
curioso: Eu
(ou melhor,
o meu
espírito)
dei o meu
nome antigo
de Arundell
Mackenzie,
omitindo o
de Ashton,
que passei a
usar mais
tarde,
embora já o
usasse
enquanto se
realizou a
sessão de
que se
trata.”
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo A)
85. É
importante
acrescentar
que a
distância
entre as
residências
dos
protagonistas
era de 130
milhas. A
propósito,
observa o
Prof.
Barrett:
“Não pode
haver dúvida
alguma
quanto à
autenticidade
do caso
exposto, que
apresenta
notável
valor
psicológico.
Baseando-se
nele,
fica-se
sabendo que
um impulso
telepático
por parte de
uma pessoa
viva
transmite-se
e é
transmitido
pelo
automatismo
motor da
mesa
mediúnica,
como também
que se pode,
de tal modo,
manter
diálogos
idênticos às
conversações
com que nos
achamos
familiarizados
nas
comunicações
espíritas.
Como o Cel.
Nicholson me
informou que
obtivera
outras
comunicações
análogas à
precedente,
isto me faz
supor que,
em tais
circunstâncias,
o médium
seja ele.”
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo A)
86. Assim se
expressa o
Prof. Barret
e
observa-se,
com razão,
que o
significado
teórico mais
notável do
caso
referido
consiste na
demonstração
de se
poderem
desenvolver,
mediunicamente,
verdadeiros
diálogos, a
grande
distância,
entre
pessoas
vivas. Ora,
tais
diálogos
fazem
presumir
que, em
semelhantes
circunstâncias,
não se trata
mais de
simples
casos de
transmissão
telepática
do
pensamento,
mas de
verdadeira e
precisa
conversação
entre duas
personalidades
integrais ou
espirituais.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo A)
87. É quase
supérfluo
observar que
tais
considerações
projetam
nova luz
sobre as
comunicações
mediúnicas
com os
mortos,
porque os
casos de
comunicação
entre os
vivos,
provando de
maneira
decisiva que
se podem dar
manifestações
de tal
natureza
entre
espíritos
encarnados,
concorrem
para remover
um dos
maiores
obstáculos
teóricos
para se
poder
admitir a
possibilidade
de
comunicações
mediúnicas
com os
mortos.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo A)
88.
Acrescente-se
que,
demonstradas
as provas de
identificação
pessoal
fornecidas
mediunicamente
por
personalidades
de vivos,
tendo
positivamente
origem nas
personalidades
dos próprios
vivos, não
há mais
razão para
dúvidas
quanto à
origem das
provas de
identidade
pessoal dos
mortos.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo A)
89. Firmadas
na análise
comparada
das duas
ordens de
manifestações,
vemos que
entre elas
existe
absoluta
identidade
de produção.
Deve-se
inferir,
pois, que se
a conclusão
em apreço é
válida e
incontestável
para as
primeiras,
deve sê-lo
também para
as segundas;
isto, bem
entendido,
toda vez que
os
pormenores
da
identificação
pessoal
fornecidos
pela
entidade
morta se
demonstrarem
verdadeiros
e, em sua
maior parte,
sejam
ignorados de
todos os
presentes.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo A)
(Continua no
próximo
número.)