Carta de Natal
Casimiro Cunha
Meu amigo.
Não te esqueças,
Pelo Natal do Senhor,
Abre as portas da
bondade
Ao chamamento do amor.
Reparte os bens que
puderes
Às luzes da devoção,
Veste os nus.
Consola os tristes,
Na festa do coração.
Mas, não te esqueças de
ti,
No banquete de Jesus:
Segue-lhe o exemplo
divino
De paz, de verdade e
luz.
Toma um novo compromisso
Na alegria do Natal,
Pois o esforço de si
mesmo
É a senda de cada qual.
Sofres? Espera e confia.
Não te furtes de lembrar
Que somente a dor do
mundo
Nos pode regenerar.
Foste traído? Perdoa.
Esquece o mal pelo bem.
Deus é a Suprema
Justiça.
Não deves julgar
ninguém.
Esperas bens neste
mundo?
Acalma o teu coração.
Às vezes, ao fim da
estrada,
Há fel e desilusão.
Não tiveste recompensas?
Guarda este ensino de
cor:
- Ter dons de fazer o
bem
É a recompensa melhor.
Queres esmolas do Céu?
Não te fartes de saber
Que o Senhor guarda o
quinhão
Que venhas a merecer.
Desesperaste? Recorda.
Nas sombras dos dias
teus,
Que não puseste a
esperança
Nas luzes do amor de
Deus.
Natal!... Lembrança
divina
Sobre o terreno
escarcéu...
Conchega-te aos
pobrezinhos
Que são eleitos do Céu.
– Mas, ouve, irmão! Vai
mais longe
Na exaltação do Senhor:
Vê se já tens a
humildade,
A seiva eterna do amor.
Do livro Antologia
Mediúnica do Natal,
obra mediúnica
psicografada por
Francisco Cândido
Xavier.