Um leitor de Minas
Gerais, em mensagem
particular que nos foi
enviada, disse-nos o
seguinte:
“Amigo, bom dia! Tenho uma
pergunta! Li o livro
Brasil, coração do mundo,
pátria do evangelho.
Aprendi que nosso país tem
um perfil e um planejamento,
mas vi também que uma nação,
assim como um indivíduo, tem
seu livre-arbítrio. Como se
explica todo esse processo
da atual política
brasileira? Era realmente
para ser como está? Não sou
partidário, nem fã de
político algum. Eu gostaria
de saber sob a luz da
doutrina! Abraços! Paz e
luz!”
Já escrevemos nesta
revista, em outro setor
deste periódico, sobre o
tema proposto pelo leitor. A
resposta que lhe enviamos
consiste basicamente no
texto abaixo.
Há pouco tempo, diante da
violência praticada, a mando
do governo estadual, contra
os professores do Paraná,
uma professora espírita
postou em uma conhecida rede
social a seguinte pergunta:
“O Brasil não é o Coração do
Mundo, a Pátria do
Evangelho? por que, então,
tanta negatividade, tanta
irresponsabilidade?”
A essa pergunta
poderíamos, de nossa parte,
acrescentar: Por que tanta
corrupção? por que tantos
desmandos? por que tantos
abusos? por que tanta
incompetência e falta de
comprometimento da parte de
quem deveria governar com
sabedoria os destinos do
país?
Muitos leitores, até
mesmo no meio espírita,
ignoram que a expressão
Pátria do Evangelho apareceu
pela primeira vez associada
ao Brasil na obra Brasil,
Coração do Mundo, Pátria do
Evangelho, o sexto livro
psicografado por Francisco
Cândido Xavier, datado de
1938, de autoria de Humberto
de Campos (Espírito). Nessa
obra, o Brasil é
representado em inúmeras
oportunidades pelas
palavras: Pátria do
Evangelho.
Admitindo, apenas para
argumentar, a veracidade do
que Humberto de Campos expôs
em seu livro, fica claro,
desde o diálogo inicial
entre Jesus e Helil, que a
ideia primeira, com o
povoamento que se seguiu à
chegada de Pedro Álvares
Cabral, era constituir em
nosso país uma nação imbuída
de novos ideais, sem o
histórico de guerras, de
intrigas e de mazelas outras
que caracterizavam a
civilização europeia.
Do descobrimento do país
até 1889, quando foi
proclamada a República, a
condução do Brasil teria
estado – segundo relata
Humberto de Campos – sob as
rédeas do plano espiritual,
algo que é de difícil
compreensão quando nos
lembramos que foi exatamente
em tal período que se
instalou e reinou soberano
no país o lamentável regime
de escravidão e em que os
povos indígenas que aqui
viviam foram praticamente
dizimados.
Admitamos, no entanto,
que o autor do livro não se
tenha equivocado. Sendo
assim, relembremos o que a
obra em foco nos apresenta
no capítulo intitulado “A
República”, no qual o autor
reproduz uma interessante
mensagem atribuída a Jesus:
"Irmãos, a Pátria do
Evangelho atinge agora a sua
maioridade coletiva.
Profundas transições
assinalarão a sua existência
social e política. Uma nação
que alcança a sua maioridade
é a responsável legítima e
direta por todos os atos
comuns que pratica, no
concerto dos povos do
planeta. Necessário é
separemos agora o organismo
político do Brasil dos
alvitres permanentes e
constantes do mundo
espiritual, para que todos
os seus empreendimentos
sejam devidamente
valorizados. À maneira dos
indivíduos, as pátrias têm,
igualmente, direito à mais
ampla liberdade de ação, uma
vez atingido o plano dos
seus raciocínios próprios.
“Acompanharemos,
indiretamente, o Brasil,
onde as sementes do
Evangelho foram jorradas a
mancheias, a fim de que o
seu povo, generoso e
fraternal, possa inscrever
mais tarde a sua gloriosa
missão espiritual nas mais
belas páginas da
civilização, em o livro de
ouro dos progressos do
mundo. Seus votos
evolutivos, no que se refere
às instituições sociais e
políticas, serão
carinhosamente observados
por nós, de maneira a não
serem obstadas as
deliberações das suas
autoridades administrativas
no plano tangível da matéria
terrestre; mas, como o reino
do amor integral e da
verdade pura ainda não é do
orbe terreno, urge
reformemos também as nossas
atividades, concentrando-as
na obra espiritual da
evangelização de todos os
espíritos localizados na
região do Cruzeiro.
“A proclamação da República
Brasileira, como índice da
maioridade coletiva da nação
do Evangelho, há de fazer-se
sem derramamento de sangue,
como se operaram todos os
grandes acontecimentos que
afirmaram, perante o mundo,
a Pátria do Cruzeiro, os
quais se desenvolveram sob a
nossa imediata atenção.
Doravante, o Brasil político
será entregue à sua
responsabilidade própria.”
Conforme é dito com
absoluta clareza na mensagem
acima, a partir de novembro
de 1889 saiu de cena a
cobertura espiritual, quando
os condutores espirituais da
República decidiram dar um
tempo, e o país passou à
responsabilidade direta, e
sem nenhuma tutela, dos
próprios brasileiros.
Terão as coisas
melhorado?
Do ponto de vista
material, parece-nos que
sim. Para isso a ciência e
as inovações tecnológicas
contribuíram de forma
efetiva e inquestionável.
Quanto ao desenvolvimento
moral, social e político, há
controvérsias, e a própria
observação feita pela
professora, a que nos
reportamos no preâmbulo,
indica isso.
Perguntaram certa vez ao
professor José Raul Teixeira
como conciliar a existência
da escravidão no Brasil por
tanto tempo com o fato de
ter sido o país colonizado
sob a égide do Cristianismo
e com o título, que Humberto
de Campos (Espírito) lhe
atribuiu, de coração do
mundo e pátria do Evangelho.
Raul, com a objetividade
que lhe é característica,
respondeu:
“O Cristianismo do Cristo
muito se distingue do
cristianismo dos cristãos.
Assim é que tantos abusivos
atos foram e são cometidos
em nome do Cristianismo, sem
que se especificasse
tratar-se do segundo. Na
alusão de Humberto de Campos
encontramos a mesma
gravidade da previsão de
Jesus, ao afirmar que a
Terra seria o mundo renovado
do porvir, quando no mundo
encontramos, ainda, toda
sorte de loucuras, guerras e
materialismo, e que, como o
Brasil, espera no tempo as
possibilidades de alcançar o
seu destino traçado no Mais
Além.”
[A entrevista de que foi
extraída a resposta acima
pode ser lida na íntegra
clicando-se neste link:
http://www.oconsolador.com.br/5/entrevista.html]
Em face de tudo o que
acima foi dito, é bastante
válido, pois, perguntar:
Pátria do Evangelho, para
onde caminhas?
Alguém, porventura, sabe
dar-nos a resposta?
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Para
esclarecer
suas
dúvidas,
preencha
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Sua
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será
respondida
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uma
de
nossas
futuras
edições. |
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