Chico Xavier, em passagem
por Goiânia, compareceu à
reunião da Assembleia
Legislativa daquele Estado
na noite de 7 de maio de
1974, para um diálogo sobre
assuntos diversos,
centralizados no tema
“Cristo e a Atualidade”.
Destacamos do encontro
algumas questões ainda tão
atuais em que muitas
famílias se veem
envolvidas:
1) Por que razões a
esquizofrenia surge na idade
infantil ou mesmo depois da
puberdade, quando a vida da
criatura começa a
desabrochar em plenitude de
esperança e promessa?
A esquizofrenia, na
essência, decorre de
transformações de caráter
negativo no quimismo da vida
cerebral. Esse problema, no
entanto, procede da Vida
Espiritual, antes do
processo reencarnatório, de
vez que o problema da culpa,
instalando em nós, por nós
mesmos, na experiência
terrestre, se transfere
conosco, pela desencarnação,
no rumo do mais Além.
Muitas vezes, atravessamos
condições de vida
purgatorial, no Outro Mundo,
mas somos devolvidos à Terra
mesmo, aos núcleos
habitacionais em que as
nossas culpas foram
adquiridas, e,
frequentemente, carreamos
conosco as telas da
esquizofrenia.
Quando o processo da
esquizofrenização se
patenteia violento, eis que
as perturbações consequentes
se manifestam na criatura em
período de desenvolvimento
infantil, mas na maioria dos
casos a esquizofrenia
aparece depois da puberdade
ou logo após a maioridade
física.
Os Instrutores Espirituais
são unânimes em afirmar que
esse desequilíbrio decorre
de nossos próprios débitos,
nas áreas das forças
espirituais de que dispomos
no campo da própria
consciência.
2) Como entender o martírio
de uma criança que nasce
mutilada?
O tema relaciona conexões
naturais com a questão
anterior. Quando perpetramos
determinado delito e
instalamos a culpa em nós,
engendramos o caos adentro
da própria alma e,
regressando à Vida Maior,
após a desencarnação,
envolvidos na sombra do
processo culposo,
naturalmente padecemos em
nós mesmos os resultados dos
próprios atos infelizes.
Reconhecendo isso, pedimos
ou desejamos intensamente
voltar à Terra nas condições
que traçamos para nós
mesmos. Se armamos o braço
contra alguém e destruímos a
vida de alguém,
conscientemente, na Vida
Maior, muitas vezes nos
sentimos amargurados com
aquele segmento de nosso
corpo espiritual que se
transformou em veículo da
nossa própria perda, e
rogamos permissão às Leis
Divinas para renascer, em
processos de mutilação
correspondentes, quase
sempre ao lado daqueles
mesmos que se fizeram nossos
devedores ou que se
transformaram igualmente em
benfeitores nossos e que, na
Terra, nos auxiliam por
amor.
3) Se determinadas
enfermidades são provas para
a regeneração dos Espíritos
reencarnados, por que
permitem os mensageiros da
Vida Superior o aparecimento
de agentes medicamentosos
que suprimem a dor?
Os Espíritos Amigos
asseveram sempre que a dor
não é filha da Lei Divina. A
dor, dizem eles, é uma
criação nossa. Explicam que
toda a Ciência Médica
procede da misericórdia de
Deus, em favor de nós
outros, neste mundo, quando
infernizamos a própria
consciência.
Criamos o processo culposo,
atingimos o Mais Além,
encontramo-nos doentes, à
feição de criaturas que
transportam em si o
purgatório, ou aquilo que
podemos considerar como
sendo o lado infernal da
vida e Deus nos concede a
Medicina para que, na Terra,
possamos aliviar o mérito ou
esforço que vamos
adquirindo.
Por isso mesmo, a anestesia
é uma conquista da Ciência
Médica em favor da
Humanidade, demonstrando que
o Senhor de Justiça e
Misericórdia não nos quer
sofredores, conquanto não
possa exonerar-nos da
autorredenção.
Do livro Chico Xavier em
Goiânia, de Chico Xavier
e Emmanuel.
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