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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda

Ano 10 - N° 500 - 22 de Janeiro de 2017

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

 

Sexo e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 21)

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro Sexo e Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada originalmente em 2002.

Questões preliminares 

A. Como agem os serviçais das paixões vis?  

Quando os serviçais e agentes do sexo perturbado direcionam o pensamento para alguém, e concedem-lhe assistência nefasta, a sua insistência é tão grande e pertinaz que são poucos aqueles que conseguem evadir-se do cerco ou superar-lhes a pressão doentia, escravagista. Inspiram a mentirosa excelência do gozo, dão ideia que a pessoa está perdendo excelentes oportunidades de ser feliz e que, afinal, a vida não pode ser levada tão a sério que dispense as suas concessões carnais, visto que o tempo monástico não mais se instalará na Terra... Noutras vezes, auxiliam por inspiração reflexões perturbadoras, procurando diminuir a gravidade dos compromissos sem responsabilidade, a banalização dos relacionamentos apressados e das múltiplas experiências como fonte de vida, em terríveis conciliábulos que, não poucas vezes, resultam exitosos para os seus delineamentos. (Sexo e Obsessão, capítulo 11: Retorno à cidade pervertida.) 

B. Mesmo quando resistem às influências espirituais nefastas, o perigo continua?  

Sim. Segundo o Mentor, muitos conseguem resistir às influências nefastas que nem sempre lhes encontram guarida na mente ou no sentimento, mas acabam, às vezes, tornando-se vítimas de companhias encarnadas que se corromperam e se oferecem para o banquete da loucura, alcançando-os com maior facilidade: “É-lhes possível resistir às interferências espirituais pelo pensamento, renovando-se e impondo-se ideias edificantes, no entanto, quando perseguidos por pessoas amigas que se transtornam e passam a assediá-los, o problema se lhes faz mais grave”. É preciso, pois, vigilância permanente. (Sexo e Obsessão, capítulo 11: Retorno à cidade pervertida.) 

C. Qual era o quadro reinante na cidade pervertida? 

Um pandemônio reinava por toda parte. A sensualidade desbordante tomava conta dos alucinados em transe de loucura. O desfile dos carros alegóricos expressando as organizações genitais deformadas e absurdas, os atos praticados em grupos vulgares e desvairados, inspiravam compaixão, não fosse a náusea que provocavam. Tudo ali fazia recordar os lupanares de baixa categoria e os antros da mais sórdida vulgaridade sexual animalizada. Estátuas horrendas, decorações absurdas, construções aberrantes, tudo era calcado no sensualismo chocante, ao tempo em que as músicas estridentes faziam-se acompanhar por detrás de conteúdo chulo e palavreado grosseiro, enquanto seres humanos transformados em bestas animalescas serviam de condução a hediondas personagens que as conduziam, utilizando-se de rédea e chicote, seminuas ou vestindo-se primitivamente com o que pareciam couro negro escuro e brilhante, tendo adereços e argolas grosseiras penduradas em várias partes do corpo, incluindo o sexo de aparência descomunal... Tudo eram referências às mais vis expressões da conduta desregrada do abuso sexual. Grupos desfilavam exibindo espetáculos coletivos de caráter sadomasoquista, em que as aflições que eram infligidas aos seus membros produziam gritos e dilacerações absurdas, mutilações e flagelos entre gargalhadas estentóricas e zombeteiras, como a imaginação mais exagerada não é capaz de conceber. (Sexo e Obsessão, capítulo 11: Retorno à cidade pervertida.)

Texto para leitura 

102. Como agem os serviçais das paixões vis – Dando sequência à sua fala acerca dos planos das trevas, o Mentor acrescentou: “Não têm sido poucos os homens e as mulheres que se reencarnaram nas fileiras da Doutrina Espírita, conduzindo altas responsabilidades em torno da sua divulgação e vivência corretas. Nada obstante, após alcançarem a notoriedade e mesmo certa respeitabilidade no Movimento, vêm tombando ante as facilidades em favor do uso do sexo irresponsável, comprometendo-se gravemente e gerando perturbação nos companheiros que, aturdidos, constatam que a sua não era uma conduta exemplar, nem autêntica. Quando esses serviçais das paixões vis direcionam o pensamento para alguém, e concedem-lhe assistência nefasta, a sua insistência é tão grande e pertinaz que são poucos aqueles que conseguem evadir-se do cerco ou superar-lhes a pressão doentia, escravagista. Inspiram a mentirosa excelência do gozo, dão ideia que a pessoa está perdendo excelentes oportunidades de ser feliz, tendo em vista a predominância do prazer doentio, e que, afinal, a vida não pode ser levada tão a sério que dispense as suas concessões carnais, que o tempo monástico não mais se instalará na Terra, e que estes são dias diferentes. Noutras vezes, auxiliam por inspiração reflexões perturbadoras, procurando diminuir a gravidade dos compromissos sem responsabilidade, a banalização dos relacionamentos apressados e das múltiplas experiências como fonte de vida, etc. em terríveis conciliábulos que, não poucas vezes, resultam exitosos para os seus delineamentos”. O gentil amigo percorreu a sala com o seu olhar percuciente, e vendo o expressivo número de Espíritos encarnados, desdobrados pelo sono, e desencarnados, buscando amparo e orientação, não se pôde furtar à emoção, prosseguindo: “Orando sinceramente, os companheiros ergastulados na matéria, sentindo-se perturbados com as caprichosas odisseias da sensualidade e visitados pelos desejos ignóbeis, vêm rogando proteção, buscando a reflexão nas leituras de obras confortadoras, trabalhando na ação da caridade, e como o cerco prossegue, apelam, quase em desespero, pela ajuda, que nunca falta, a fim de seguirem fiéis aos compromissos abraçados com devotamento”. (Sexo e Obsessão, capítulo 11: Retorno à cidade pervertida.) 

103. Não é fácil o trânsito na esfera carnal – Segundo o Mentor, muitos conseguem resistir às influências nefastas que nem sempre lhes encontram guarida na mente ou no sentimento, mas acabam, às vezes, tornando-se vítimas de companhias encarnadas que se corromperam e se oferecem para o banquete da loucura, alcançando-os com maior facilidade: “É-lhes possível resistir às interferências espirituais pelo pensamento, renovando-se e impondo-se ideias edificantes, no entanto, quando perseguidos por pessoas amigas que se transtornam e passam a assediá-los, o problema se lhes faz mais grave. Por essas e mais outras razões, iremos tentar remover alguns obstáculos do seu caminho e interferir na planificação odienta que se trama na cidade da perversão contra esses trabalhadores da Era Nova. Todos sabemos que não é fácil o trânsito na esfera carnal, onde já estivemos, entre tropeços nas trevas da ignorância e o ressumar das paixões adormecidas e não superadas”. Concluindo, o Mentor disse: “A fim de ganharmos tempo, deveremos volitar na direção da cidade, acercando-nos dos seus arredores, conforme sabemos, muito bem vigiados por perversos guardas adestrados para capturar visitantes inoportunos. Em qualquer situação, preservemos o equilíbrio e a serenidade, certos do divino auxílio, mantendo a confiança irrestrita em Deus e conscientes dos objetivos que até ali nos conduziram. Da vez anterior, na condição de observadores, não tivemos qualquer dificuldade em adentrar-nos nos seus limites, agora, no entanto, com finalidades de trabalho específico, deveremos manter-nos mais cuidadosos”. (Sexo e Obsessão, capítulo 11: Retorno à cidade pervertida.) 

104. Voltando à cidade pervertida – Ato contínuo, o grupo socorrista, após breve concentração, deslocou-se até a cidade perdida. Quando alcançou a região pantanosa próxima às cavernas escuras em cuja intimidade se homiziavam os seus infelizes habitantes, um odor pútrido denunciou o teor vibratório de baixíssimo nível moral de onde procedia, qual ocorrera por ocasião da primeira visita. Podia-se ouvir o clamor e o estardalhaço que se faziam crescentes, à medida que o grupo de aproximava de uma das furnas de entrada. Para melhor dificultar a identificação dos vigilantes, que conduziam Espíritos metamorfoseados em animais por processos perigosos de hipnose perispiritual infelizes, os integrantes do grupo socorrista fizeram-se cobrir por mantos pesados que alteravam sua aparência. Esse fato e a presença dos mastins faziam que pensassem tratar-se de retornados de excursão ao planeta de onde traziam novos aficionados para o turbulento espetáculo. Todos se mantinham em silêncio, não havendo, pois, despertado a atenção dos guardiães da entrada, tão certos estavam de que ninguém se atreveria a vencer as barreiras delimitadoras da comunidade alucinada. Respondendo às questões que eram propostas pelos vigilantes de plantão, o Mentor, circunspecto e concentrado, informou que se tratava de um novo grupo recém-convidado para o espetáculo da noite. (Sexo e Obsessão, capítulo 11: Retorno à cidade pervertida.) 

105. Uma vulgaridade alarmante – Um pandemônio reinava por toda parte. A sensualidade desbordante tomava conta dos alucinados em transe de loucura. O desfile dos carros alegóricos expressando as organizações genitais deformadas e absurdas, os atos praticados em grupos vulgares e desvairados, inspiravam compaixão, não fosse a náusea que provocavam. Tudo ali fazia recordar os lupanares de baixa categoria e os antros da mais sórdida vulgaridade sexual animalizada. Estátuas horrendas, decorações absurdas, construções aberrantes, tudo era calcado no sensualismo chocante, ao tempo em que as músicas estridentes faziam-se acompanhar por detrás de conteúdo chulo e palavreado grosseiro, enquanto seres humanos transformados em bestas animalescas serviam de condução a hediondas personagens que as conduziam, utilizando-se de rédea e chicote, seminuas ou vestindo-se primitivamente com o que pareciam couro negro escuro e brilhante, tendo adereços e argolas grosseiras penduradas em várias partes do corpo, incluindo o sexo de aparência descomunal... Tudo eram referências às mais vis expressões da conduta desregrada do abuso sexual. Grupos desfilavam exibindo espetáculos coletivos de caráter sadomasoquista, em que as aflições que eram infligidas aos seus membros produziam gritos e dilacerações absurdas, mutilações e flagelos entre gargalhadas estentóricas e zombeteiras, como a imaginação mais exagerada não é capaz de conceber. A execração não tinha limites, e apesar de nunca haver sido impressionável, mesmo quando da breve visita anterior, Manoel Philomeno encontrava-se quase atoleimado ante o que a mente em desalinho é capaz de produzir. (Sexo e Obsessão, capítulo 11: Retorno à cidade pervertida.) 

106. Um cortejo de crianças em atitudes grotescas – Representações de seres mitológicos se multiplicavam, sempre com destaque a área da sua perturbação ou representação sexual desconcertante; ridículos imperadores romanos do período da pré-decadência eram imitados com burlescas aparências e debochadas carantonhas; meretrizes famosas e seus amantes infelizes volviam à cena representativa, entre aplausos ensurdecedores, assobios e gritos infernais entronizando bizarros Eros, Baços, Afrodites... Nesse momento surgiu um cortejo de crianças em atitudes agressivas e grotescas de atos libidinosos estarrecedores. Apurando, porém, a atenção, pude detectar que se tratava de anões disfarçados, conforme notara anteriormente, a fim de reterem a imaginação dos pedófilos e doentes de outras expressões perturbadoras do sexo aviltado. Manoel Philomeno constatou, então, mais uma vez que, naquela cidade nefasta, muitíssimos líderes das aberrações que se apresentam na Terra iam ali buscar inspiração, em razão de estarem envolvidos com a população residente. Isso, quando não a visitavam com a frequência indispensável a uma perfeita identificação de conduta, que pretendiam transferir para o planeta. Recordava-se daqueles que sempre proclamam pela liberdade de expressão, no seu aspecto mais grotesco e selvagem, em nome da falsa cultura e da liberalidade que raia sempre pelo despropósito e pelo abuso. Alguns desses companheiros terrestres, que se fizeram famosos pelos conjuntos e bandas metálicas com personificações diabólicas, ali também se encontravam no desfile, exibindo suas mazelas e perversões com que se compraziam, a fim de despertarem no corpo físico mais tarde sob indisfarçável mal-estar, que pensavam minorar com doses de álcool e de outras drogas químicas de que se fizeram escravos. (Sexo e Obsessão, capítulo 11: Retorno à cidade pervertida.) 

107. A oportuna advertência do Mentor – Manoel Philomeno estava mergulhado nessas reflexões, quando escutou nos refolhos da alma a voz gentil do Benfeitor, chamando-lhe a atenção: “Não nos encontramos aqui para avaliar ou julgar o comportamento dos nossos irmãos doentes, mas sim com o objetivo de ajudá-los. Preservemos a sincera compaixão fraternal, aprendendo a avaliar tudo quanto não mais nos cumpre vivenciar, superadas essas manifestações primárias, nas quais um dia também nós, de certo modo, estagiamos antes de alcançar o momento atual. Oremos e vigiemos!” A advertência oportuna chegara abençoada, despertando-o para o dever da solidariedade e não da censura ou da observação malsã, uma vez que somos todos filhos de Deus, em cujo amor nos movimentamos e para cujo seio nos dirigimos. Todos teremos a nossa ocasião de ascender aos páramos da luz, por mais nos demoremos nas trevas da ignorância e da perversidade. Mudando de atitude mental, de imediato as cenas escabrosas, que continuaram da mesma forma, passaram a ter um outro sentido e significado ante a reflexão de que Deus as permitia, porque o ser humano as elaborava em favor de si mesmo, a fim de aprender a purificar-se, saindo do pântano a que se arrojara livremente na direção da paisagem de luz. Automaticamente Manoel Philomeno deixou-se embalar pela musicalidade íntima da oração de misericórdia e de ternura em favor dos Espíritos confundidos em si mesmos, necessitados todos de bondade e compreensão, experimentando outro estado interior de paz e de compaixão. (Sexo e Obsessão, capítulo 11: Retorno à cidade pervertida.) (Continua no próximo número.)



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita