FLÁVIO BASTOS DO
NASCIMENTO
bastosdonascimento@gmail.com
Brasília, DF
(Brasil)
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O estresse
Estresse,
originado da
língua inglesa,
stress,
pode ser
definido como
toda forma de
pressão, a qual,
exercida com
certa frequência
sobre alguém,
que a recebe na
forma de carga
emocional,
termina por
gerar algum
distúrbio
comportamental.
O fenômeno não é
novo; contudo,
como tudo o que
diz respeito a
nós, seres
humanos, nos
acompanha desde
os tempos mais
remotos e tem se
intensificado
nestes tempos de
acontecimentos
intensos e
atropelados, na
velocidade
vertiginosa do
furacão da
denominada
“pós-modernidade”
ou, para
acompanharmos o
pensamento de
Zygmunt Bauman1,
da “modernidade
líquida”, onde
tudo é fluido,
amorfo,
imponderável.
Nestes dias de
tumulto
planetário, a
perturbação é
generalizada,
globalizada e,
portanto, não
respeita as
fronteiras
geográficas
convencionadas
pelos homens nem
as
estratificações
artificiais,
impostas pelos
interesses
econômicos
(leia-se,
interesses
egoísticos),
escalando todos
os degraus das
pirâmides
sociais.
Com o
avizinhamento da
Nova Era, se faz
mais intenso o
entrechoque
entre as duas
gerações
espirituais, a
que chega e
aquela que se vê
obrigada a se
adequar aos
novos tempos ou
a gravitar para
planetas
adequados a
Espíritos
afinizados a
expiações e que
ainda necessitam
submeter-se a
duras provações
– o nosso amado
orbe terráqueo
avança para o
estágio mais
equilibrado da
regeneração
(re-generação),
no qual não
haverá mais o
império das
forças ligadas
ao mal, mas,
sim, o
equilíbrio entre
os dois pratos
da balança e
tudo que é
ligado ao Bem,
ao belo e ao
útil ganhará
maior destaque.
A parcela da
humanidade
ligada à Terra
poderá, então,
respirar
aliviada,
ganhando fôlego
para prosseguir
na escalada
evolutiva, eis
que ainda nos
encontramos
muito
distanciados da
angelitude.
Estes são os
dias antevistos
por todas as
tradições
proféticas,
momentos
decisivos para a
nossa jornada
espiritual, nos
quais não cabem
mais vacilações
ou recuos. A
tensão é
palpável e a
angústia se
apodera de
corações e
mentes
invigilantes,
conduzindo
muitos aos
consultórios
médicos,
acometidos das
mais variadas
distonias
orgânicas, como
insônia, úlceras
gástricas, queda
de cabelo, perda
ou ganho
acentuados de
massa corporal,
no que se
acordou
denominar de
doenças
psicossomáticas
(de psique,
alma + soma,
corpo), o que
força as
ciências médicas
e psicológicas a
reencontrarem
uma visão
holística do ser
humano, em sua
composição
triunívoca de
corpo
(perispirítico e
físico, dentre
outros), mente
(subconsciente,
consciente e
superconsciente)
e espírito
imortal,
centelha nascida
da Divindade
Amorosa, no
dizer dos
Invisíveis que
trabalharam na
Codificação
organizada por
Kardec, todos
sob a égide do
Cristo de Deus,
“princípio
inteligente”2
esse que já
estagiou por
longos e
imemoráveis
períodos de
tempo nos reinos
mineral, animal
e ora no
hominal, a
caminho, por
enquanto
longínquo, do
angelical. Assim
é que tudo se
encadeia na
Natureza, “desde
o átomo
primitivo até o
arcanjo”3.
Esta
manifestação que
chamamos hoje
comumente de
estresse foi
observada de
maneira
científica
primeiramente
por Hans Selye4
e sua equipe no
Canadá, por
volta das
décadas de 40 e
50 do século XX
e catalogada
como Síndrome de
Adaptação Geral,
na qual podem se
notar três fases
principais e
distintas, de
alarme, de
resistência e de
exaustão.
Em um primeiro
momento, as
glândulas
adrenais liberam
descargas de
adrenalina e
cortisona em
altas dosagens,
o que gera
aceleração dos
batimentos
cardíacos e
constrição dos
vasos
sanguíneos, em
preparação para
a fuga ou para o
confronto; em
sequência,
mantido o estado
de tensão, de
estresse, o
organismo, como
é natural, tende
à homeostase, ao
reequilíbrio, se
esforçando por
se adequar à
situação
vivenciada, no
entanto, se a
situação
estressora
perdura,
atinge-se a fase
da exaustão, a
qual pode,
inclusive,
culminar com a
morte, a
desagregação
molecular de
todo o arcabouço
físico.
Vale destacar
que em que pese
a conotação
negativa
relacionada
costumeiramente
ao termo
estresse, tal
qual acontece ao
vocábulo carma,
que significa
apenas ação, ou
ação e reação,
nem sempre ele
advém de uma
situação
considerada como
ruim, quais
sejam, a
desencarnação
abrupta de um
ente querido, as
perdas de
posições
socioeconômicas
ou o
desfazimento
intempestivo de
vínculos
afetivos,
podendo ser
notado,
igualmente, na
iminência do tão
sonhado enlace
matrimonial que
se aproxima, na
almejada
promoção
profissional ou
no há muito
desejado
nascimento de
um(a) filho(a).
Como a maioria
de nós não gosta
de sofrer, salvo
os masoquistas,
e nem mesmo nós,
os espiritistas,
queremos
desencarnar tão
cedo, apesar do
estágio aqui na
crosta ser
pintado de
maneira tão
sombria, importa
considerar
algumas táticas
e técnicas,
traçando as
nossas
estratégias para
lidarmos com
adversário tão
ardiloso como o
estresse.
Neste campo,
dispomos de todo
um arsenal, de
uma
diversificada
gama de
ferramentas
hábeis a nos
fornecerem o tão
sonhado
equilíbrio nas
adversidades,
quais sejam:
- a oração
sincera, que
brota do coração
e que nos
vincula a seres
espirituais mais
adiantados que
nós e, até
mesmo, aos
encarregados de
nos guiarem e de
velarem pelo
nosso
crescimento, os
nossos anjos
guardiões;
- a meditação,
que apazigua
mente e corpo,
favorecendo a
sinergia entre
eles, por meio
da disciplina
mental e
emocional;
- as bioenergias,
manejadas
diuturnamente
nas casas e nos
lares espíritas,
com a
fluidoterapia do
passe e da água;
- a alimentação
saudável e
equilibrada que,
aliás, é a onda
do momento, em
que se apregoa o
retorno ao “slow
food” e o
abandono do
“fast food”;
- a prática de
exercícios
físicos com
regularidade,
podendo cada um
de nós escolher
aqueles que mais
nos agradam, o
que permitirá a
persistência
neste bom
hábito;
- as leituras
prazerosas quão
edificantes,
dentro e fora da
literatura
espírita e a
cinematografia
de idêntico
teor;
- a utilização
de terapias
alternativas,
como a ioga, a
acupuntura, as
massagens e a
musicoterapia;
- o apoio de
profissionais
especializados e
gabaritados das
ciências
psicológicas,
antes de
alcançarmos
neuropatias mais
complexas;
- acima de tudo,
a maior
empreitada de
todas, a busca
do encontro com
o Cristo que vem
nos convidando,
há dois mil
anos, a
implantarmos em
nosso íntimo o
Reino de Deus:
“Não se turbe o
vosso coração”5;
“A minha paz vos
dou, a minha paz
vos deixo; não a
dou como o mundo
vo-la dá”6.
Tudo para que
alcancemos o
estado íntimo de
pacificidade,
que jamais será
de passividade,
antes, de
empenho
incansável na
melhoria de nós
e de todos que
nos cercam.
Sem estresse!!
____________________________
1
Zygmunt Bauman (Poznań, 19
de novembro de 1925)
é um sociólogo polonês.
Serviu na Segunda
Guerra Mundial pelo
exército da União
Soviética e
conheceu sua
esposa, Janine
Bauman, nos
acampamentos de
refugiados
polacos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Zygmunt_Bauman
- cite_note-:0-2.
Nos anos 40 e 50
foi militante
entusiasmado do
Partido
Comunista
Polaco, até se
desligar da
organização
devido ao
fracasso das
experiências
socialistas no
leste europeu.
2 Parte da
resposta à
pergunta de no.
23, de O Livro
dos Espíritos.
3 Parte da
resposta à
pergunta de no.
540, de O Livro
dos Espíritos.
4
Hans Hugo Bruno
Selye, (em húngaro: Selye
János) (Viena, Áustria-Hungria; 26
de janeiro de 1907 — Montreal, Quebec, Canadá; 16
de outubro de 1982)
foi um endocrinologista de etnicidade húngara,
nascido na
antiga Áustria-Hungria.
5 João, 14:1.
6 João, 14:27.