RODINEI MOURA
rodimoura@uol.com.br
Ibitinga, SP
(Brasil)
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Espiritismo filosófico:
uma redundância
necessária
No livro O que é o
Espiritismo, Alan
Kardec define a doutrina
espírita como ciência e
filosofia, deixando
claro que o objetivo
desta obra não é ser uma
religião no sentido
comum desta palavra. E
explica que é ciência,
porque estuda através da
observação a relação do
nosso mundo com o mundo
espiritual. E é
filosofia porque estuda
através da razão as
consequências desta
relação.
Necessariamente o
Espiritismo quando bem
observado nos faz
pessoas melhores, porque
com ele aprendemos as
leis que regem o
universo, especialmente
a lei de ação e reação,
que nos mostra que não
há acaso e que tudo
aquilo que plantamos
iremos também colher. Ou
seja, não somos vítimas
de nada, mas os autores
de nossa própria
história, estagiando
neste plano por um curto
espaço de tempo para
aprender e resgatar
dívidas do passado, sem
o que não teríamos paz
interior para seguir
nossa viagem rumo ao
infinito. Portanto,
pode-se afirmar que é
esta uma doutrina
científica e filosófica
de consequências morais.
Logo, dizer que o
Espiritismo é uma
filosofia é uma
redundância, mas que se
faz necessária, devido
ao grande número de
trabalhadores que têm,
ainda que de boa-fé,
contribuído para
mistificar a doutrina,
criando inclusive dogmas
e rituais, como nas
escolas religiosas de
até então, que nada
acrescentam à alma,
servindo mais à forma
que ao fundo, e
desviando assim o foco
que é a transformação
moral das criaturas
humanas deste mundo.
Importante notar que
tanto a ciência como a
filosofia necessitam de
métodos racionais para
serem bem desenvolvidas
e produzirem os frutos
desejados que, neste
caso específico da
doutrina espírita, são:
esclarecer e consolar.
Daí a necessidade
daqueles que querem
contribuir com o seu
desenvolvimento, o que
significa contribuir com
o progresso e bem-estar,
a curto e longo prazo,
dos seus semelhantes,
seres questionadores e
estudiosos, sempre com a
humildade dos que têm
consciência de que pouca
coisa sabemos a respeito
da grandeza da obra da
criação.
Isso porque, caso
contrário, estaremos
apenas contribuindo para
a formação de fanáticos
de uma escola
doutrinária mística e
que nada poderá ofertar
de real para o
fortalecimento e
crescimento espiritual
dos seres que a buscam
como socorro para suas
angústias. Daí serem os
dois primeiros
mandamentos espíritas:
“amai-vos e
instruí-vos”.