TEMI MARY FACCIO
SIMIONATO
temi_mary@yahoo.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
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Paciência: educação
para o Espírito
Todos nós estamos
situados em extenso
parque de oportunidades
de trabalho, renovação,
desenvolvimento e
melhoria. Ninguém vive
deserdado da
participação nas boas
obras, então, não
pequemos por omissão:
colheremos o que
semearmos, velha verdade
sempre nova.
Quando dificuldades
surgem na estrada, não
nos omitamos fazendo em
favor dos outros o
melhor que pudermos, a
fim de que a nossa
esperança se erga
sublime em luminosa
realização, aceitando as
dificuldades à nossa
volta, executando as
tarefas as quais a
Sabedoria de Vida nos
estabeleceu na
existência em que nos
encontramos.
Se alguém nos responde
asperamente, se um amigo
aparece incompreensivo,
se outro companheiro
passa a nos dedicar
antipatia gratuita,
suponhamos que estes
irmãos estejam presos
mentalmente a problemas
de angústia e
coloquemo-nos no lugar
deles. Certamente nos
compadeceremos de cada
um, dispondo-nos a
auxiliá-los, aprendendo
a não desprezar o poder
da migalha na obra do
auxílio.
É preciso não apenas
desculparmos todos os
insultos e
desconsiderações maiores
que nos atinjam, mas,
sobretudo, aprendamos a
suportar com paciência e
esquecer completamente
todas as pequeninas
injustiças do cotidiano,
como o gesto áspero, a
voz agressiva, a palavra
impensada, a acusação
injusta, o comentário
maledicente. Assim,
poderemos retirar de
toda e qualquer crítica
as parcelas de proveito
a nós mesmos, não nos
acomodando com o
desânimo, guardando
silêncio, serenidade e
compadecendo-nos dos que
nos prejudicam,
aceitando sem revolta as
dificuldades que
porventura nos afetem.
Ao nos imobilizarmos na
senda a pretexto de
amarguras ou ofensas
recebidas, lembremo-nos
do apóstolo Paulo que,
sobrecarregado de
problemas, não se
resignou a interromper o
trabalho que o Mestre
lhe conferiu, seguindo
sempre na direção do
alvo que deveria
atingir.
Portanto, abstenhamo-nos
da queixa e da rebeldia,
procurando realizar o
melhor que pudermos,
porque a verdade é que
somos consciências
endividadas perante a
Lei Divina e, tão
somente auxiliando-nos
uns aos outros é que
encontraremos o caminho
da nossa própria
libertação, deixando que
a luz da compreensão nos
guie as palavras,
seguindo em frente na
execução dos deveres,
guardando, assim, o
coração tranquilo e o
raciocínio claro.
Lembremo-nos de que um
sorriso de confiança,
uma prece de ternura,
uma frase de bom ânimo,
um gesto de
solidariedade e um
minuto de paz não têm
preço na Terra. Muitas
vezes é só o que o outro
espera: simplesmente uma
palavra de entendimento
e de reconforto para
sair da treva à luz. E
apenas assim é que
entenderemos que a
caridade é amor sempre
vivo a fluir incessante
do amor de Deus.
O benfeitor espiritual
Emmanuel lembra, em
texto significativo no
livro Caminho,
Verdade e Vida,
lição cinquenta, pela
sublime mediunidade de
Chico Xavier: “Dá,
porém, de ti mesmo aos
semelhantes em bondade e
serviço, reconforto e
perdão, cada vez que
alguém se revele faminto
de proteção e desculpa,
entendimento e carinho”,
e continua
aclarando-nos: “Cada
Espírito, em
relacionando o esforço
que lhe compete, será
compelido a esclarecer a
sua qualidade de ação
nos menores
departamentos da
realização terrestre,
onde foi chamado a viver”.
Todos nós necessitamos
de paciência uns para
com os outros, mas
compete igualmente a
todos estudar a
paciência em sua função
educativa. Paciência é
serenidade, calma,
compreensão, esperança,
entendimento, mas não é
passaporte ao abuso. É
tolerância, brandura,
entretanto, não é
correlato com o erro
deliberado, sobretudo, é
a capacidade de
verificar a dificuldade
ou desacerto na
construção do dia a dia,
buscando a solução do
problema ou do
obstáculo, sem alardes e
sem farpas de irritação.
Em todos os aspectos da
paciência, recordemos
Jesus, que foi no mundo
o paradigma de
semelhante virtude, mas
não foi conformista,
jamais se apassivou
diante do mal,
empreendendo meios de
tudo renovar para o bem.
Recordando de Sua
sinceridade e franqueza,
não podemos nos esquecer
de que o Cristo se
revelou tão paciente que
não hesitou em regressar
depois da morte ao
convívio das criaturas
humanas que O haviam
abandonado.
Podemos, assim, nos
lembrarmos de uma
inesquecível lição
evangélica: “Primeiro
a semente lançada à
Terra, depois a flor na
ramaria, em seguida a
formação da espiga e,
logo após, o grão
surgindo na espiga
assegurando a colheita”.
É necessário manter a
calma construtiva na
tarefa que temos a
realizar. Todas as
forças da natureza
aguardam com paciência
as realizações às quais
estão destinadas.
Portanto, caminhemos
servindo, transpondo com
paciência os obstáculos,
reconhecendo sempre que
a prática do bem é
bússola indispensável à
nossa orientação.
Nos derradeiros
ensinamentos, Jesus não
esqueceu de induzir-nos
à calma, recomendando:
“Na paciência possuís
as vossas almas”,
encontrado em Lucas,
capítulo vinte um,
versículo dezenove.
Concluímos, assim, que
precisamos de paciência,
não só para angariar
simpatia e a colaboração
das almas alheias, mas
para educar também as
nossas.
Bibliografia:
XAVIER, C. Francisco -
Encontro Marcado
- ditado pelo Espírito
Emmanuel - 14ª edição -
Brasília/ DF – FEB
Editora - 2013 - lição
46.
XAVIER, C. Francisco –
Palavras de Vida
Eterna - ditado pelo
Espírito Emmanuel – 35ª
edição – Uberaba/ MG –
Comunhão Espírita Cristã
- 2010 - lições 34, 68,
172.