A. Nas
comunicações
mediúnicas
que manteve
com
indivíduos
encarnados,
os chamados
vivos, qual
o fato que
mais
surpreendeu
William
Stead?
Atendendo à
sugestão de
Júlia,
William
Stead pôs
sua mão ao
dispor de
amigos que
residiam a
diversas
distâncias e
notou que
quase todos
eles se
achavam em
condições de
se
comunicarem,
embora
variasse
muito a
capacidade
de
manifestação.
Alguns
escreviam
logo
correntemente,
com as suas
próprias
características
de estilo,
de forma, de
caligrafia,
desde as
primeiras
palavras, e
prosseguiam
desembaraçadamente
como se
estivessem
escrevendo
uma carta
normal. Mas
o que mais
surpreendeu
Stead foi a
inconcebível
franqueza de
alguns
amigos seus,
dos quais
ele conhecia
a
sensibilidade,
a moderação
e a reserva
de que eram
dotados e,
no entanto,
lhe
declaravam,
com toda a
sinceridade,
que se
achavam em
aperturas
econômicas
ou
confessavam,
sem
disfarces ou
reservas,
outras
coisas
íntimas, de
várias
naturezas.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
B. O estado
de vigília,
nesse tipo
de fenômeno,
é um
empecilho à
comunicação
entre vivos?
Sim. Bozzano
diz que os
fatos
mostram
isso. Caso o
comunicante
esteja no
estado de
vigília, é
provável que
no momento
da
comunicação
ele tenha
cochilado
ou, então,
passado para
um estado de
sonambulismo
em vigília
sem que os
presentes o
percebessem.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
C. Qual é a
outra
conclusão, a
respeito de
como ocorre
o fenômeno,
fortalecida
pelos fatos
ocorridos
com William
Stead?
É a
confirmação
de um ensino
teórico já
extraído dos
casos
precedentes
e que será
mais do que
nunca
confirmado
nos que
seguem, a
saber,
nas
comunicações
mediúnicas
entre vivos,
estamos
diante de
verdadeiras
e próprias
conversas
entre duas
personalidades
espirituais
subconscientes,
conversas
transmitidas
à
personalidade
consciente
do médium
por meio da
escrita
automática.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
Texto para
leitura
153.
Atendendo à
sugestão de
Júlia,
William
Stead pôs
sua mão ao
dispor de
amigos que
residiam a
diversas
distâncias e
notou que
quase todos
eles se
achavam em
condições de
se
comunicarem,
embora
variasse
muito a
capacidade
de
manifestação.
Alguns
escreviam
logo
correntemente,
com as suas
próprias
características
de estilo,
de forma, de
caligrafia,
desde as
primeiras
palavras, e
prosseguiam
desembaraçadamente
como se
estivessem
escrevendo
uma carta
normal.
Confiavam-lhe
seus
pensamentos,
informavam-no
que tinham
intenção de
virem
consultá-lo
ou diziam
como haviam
passado o
dia. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
154. Em tais
conversações,
já por si
mesmas tão
assombrosas,
o que mais
surpreendeu
Stead foi a
inconcebível
franqueza de
alguns
amigos seus,
dos quais
ele conhecia
a
sensibilidade,
a moderação
e a reserva
de que eram
dotados. Ele
estava bem
certo de que
nunca lhe
teriam
confiado
certos
segredos ou
certas
dificuldades
financeiras
e,
entretanto,
lhe
declaravam,
com toda a
sinceridade,
que se
achavam em
aperturas
econômicas
ou
confessavam,
sem
disfarces ou
reservas,
outras
coisas
íntimas, de
várias
naturezas.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
155. Tal
circunstância
lhe pareceu
tão séria,
do ponto de
vista da
convivência
social, que
um dia pediu
explicações
a Júlia,
nos
seguintes
termos: “Os
resultados
que estou
obtendo no
meu novo
campo de
investigações
estão me
preocupando
seriamente,
pois me
parece que
não haveria
mais
segredos
neste mundo
se os outros
procedessem
como eu”, ao
que ela
respondeu:
“Oh, não!
Estás
exagerando”,
pelo que ele
objetou:
“Então como
se explica
que, por
meio de
minha mão,
um amigo me
revela
segredos que
pelas vias
normais
nunca
confessaria?”
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
156. Ela
deu-lhe uma
explicação
em que nunca
ele havia
pensado.
Disse ela:
“Vossa
personalidade
real, ou
espiritual,
não confiará
nunca a
ninguém, por
via
mediúnica,
coisas que
considera
dever
conservar
secretas e,
se algumas
vezes confia
incidentes
mais ou
menos
íntimos, faz
isto em
plena
consciência.
A diferença
é que a
vossa
personalidade
real, ou
espiritual,
pensa e
julga, com
relação ao
valor
intrínseco
de um fato,
de modo
muito
diferente de
vossa
personalidade
normal”.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
157. Stead
perguntou-lhe:
“Que queres
dizer com a
expressão
personalidade
real, ou
espiritual?”
Respondeu:
“Vossa
personalidade
real, ou
espiritual,
o que
chamais o
vosso eu,
inspeciona
tanto a
vossa mente
consciente
quanto a
subconsciente,
empregando a
seu gosto
uma e outra.
Vossa mente
consciente
serve-se das
faculdades
sensoriais
para se
comunicar
com os seus
semelhantes
quando estes
se acham ao
alcance das
mesmas
faculdades,
que,
portanto,
são muito
rudimentares
em sua
potencialidade.
Não se dá o
mesmo com as
faculdades
sensoriais
da mente
subconsciente,
que são já
um
instrumento
de
comunicação
muito mais
sutil,
refinado e
eficaz,
porquanto
permanecem
sempre como
instrumento
a serviço de
vossa
personalidade
espiritual,
que, quando
deseja
comunicar-se
com alguma
pessoa a
distância,
serve-se da
mente
subconsciente.
Esta, porém,
não se dá à
tarefa
absurda de
revelar a
outrem o que
realmente
deve ser
mantido em
segredo,
tanto como
não o faria,
normalmente,
pela
conversação.
Em suma,
vossa
personalidade
real, ou
espiritual,
é senhora
absoluta de
seus
instrumentos
de
comunicação.”
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
158. Stead
indagou
então: “Como
tais
comunicações
são
produzidas?”
Ela assim
respondeu:
“Como? Os
Espíritos do
universo
inteiro
acham-se em
contato
entre si, de
modo que
podeis falar
com a
personalidade
espiritual
de qualquer
pessoa no
mundo, sem
limite algum
de
distância,
com a
condição
única de
tê-la
conhecido
pessoalmente.
Se podeis
falar com
uma pessoa
que
encontrardes
na rua, pelo
fato de lá a
conhecerdes,
podereis,
pela mesma
razão,
conversar
com ela em
qualquer
parte do
mundo em que
ela se
achar,
convidando-a
a escrever
pela vossa
mão.” (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
159. Apesar
dessa
explicação,
William
Stead disse
que não
conseguia
entrar em
relações
mediúnicas
com todos os
seus amigos
e encontrava
grande
diferença no
valor
intrínseco
de suas
comunicações.
Assim, por
exemplo, há
alguns que
lhe davam
informações
pessoais tão
extraordinariamente
exatas que,
em cem
afirmativas,
só
encontrava
uma única
inexata. Há
outros, ao
contrário,
que se
manifestam
com as suas
características
pessoais e
firmam as
mensagens
com o seu
nome e,
todavia,
transmitem
informações
completamente
falsas.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
160. De
qualquer
modo, a
maioria
deles
demonstra a
máxima
exatidão ao
transmitir
as suas
notícias. Em
se tratando
de notícias,
nota-se um
fato
curioso: se
ele pedia a
um amigo de
Glasgow
notícias de
sua defluxão(1)
facial,
respondia
ele com
escrupulosa
exatidão, ou
que está
piorando, ou
que os
tumores
estão
abertos, e
que seu
rosto está
coberto com
um
cataplasma,
e subscreve
as mensagens
com a sua
própria
assinatura.
Mas quando
encontra tal
amigo em
carne e osso
e lhe mostra
a sua
escrita, ele
absolutamente
não se
recorda de
ter
conversado
com Stead.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
161. Pediu a
Júlia
esclarecimentos
nesse
sentido,
formulando
nos
seguintes
termos a
pergunta:
“Como se
explica que,
quando
pergunto ao
meu amigo
sobre a sua
doença
facial, ele
responde
dando
informação
exata a
respeito do
seu estado
e, contudo,
não se
lembra de
ter-se
comunicado
comigo? Se a
nossa
personalidade
espiritual
não
transmitisse
nunca
informações
em plena
consciência
de o fazer,
como se
explica que
os amigos me
fornecem
informações
que ignoram
ter
fornecido?”
Respondeu-me
ela: “Quando
vos dirigis
mediunicamente
a um vosso
amigo, a sua
personalidade
espiritual
responde,
empregando
as
faculdades
mentais
subconscientes
e não as
faculdades
conscientes
ou cerebrais
e,
naturalmente,
não toma o
cuidado de
comunicar à
mente
consciente
ou cerebral
que deu essa
informação
servindo-se,
para isso,
das
faculdades
mentais
subconscientes
porque,
absolutamente,
não é
necessário
fazê-lo. Se
achasse
útil, então
o amigo se
recordaria.”
(Light),
1893, págs.
134-143).
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
162. Após as
informações
extraídas da
interessante
conferência
de William
Stead,
Bozzano
relata, no
item
seguinte, um
incidente
ocorrido com
William
Stead no
começo das
suas novas
experiências.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
163. O
distante
paciente
escolhido
foi uma
distinta
escritora
que colabora
na Review
of Reviews
e que em
pouco tempo
se tornou um
dos melhores
“correspondentes
espirituais”
de Stead.
Ela
correspondia
imediatamente
aos convites
espirituais
deste
último, em
qualquer
lugar em que
se achasse,
iniciando
conversações
interessantíssimas,
porque
exuberantes
em provas de
identificação
pessoal:
[Como
permanecesse
eu um tanto
incrédulo,
comecei a
fazer
experiências
pensando
numa moça de
Londres, que
escolhi
porque
existiam
entre mim e
ela laços de
simpatia
recíproca, e
a prova
produziu
maravilhosos
resultados.
Minha amiga
não
encontrava
dificuldade
alguma em
servir-se da
minha mão
para dar as
suas
notícias,
expressando-se
com o seu
humor do
momento.
Uma vez,
enquanto a
minha amiga,
que aqui
chamarei de
Srta.
Summers,
estava
ditando uma
mensagem, eu
a interrompi
bruscamente,
perguntando-lhe:
“É você
mesma que
está
escrevendo
com a minha
mão, ou sou
eu que estou
conversando
com a minha
subconsciência?”
Minha mão
escreveu:
“Provar-lhe-ei
que sou eu
realmente
quem está
escrevendo.
Neste
momento
estou
sentada
diante da
mesa e tenho
nas mãos um
objeto que
amanhã
levarei ao
seu
escritório.
Será um
pequeno
presente que
você terá de
aceitar de
mim. É a
imagem de um
velho
cardo.”
Interrompi:
“Como é
mesmo? Um
velho
cardo?” –
“Sim,
exatamente
um velho
cardo.
Representa
uma grata
recordação
de minha
vida e é por
isso mesmo
que tenho
muito
carinho por
ele. Amanhã
eu o levarei
à sua casa e
lhe
explicarei
tudo melhor,
de viva voz.
Tenho a
pretensão de
pensar que o
aceitará.”
No dia
seguinte,
minha amiga
veio ao meu
escritório e
eu lhe
perguntei
logo se me
havia
trazido um
pequeno
presente.
Respondeu
que não, que
havia
pensado em
trazer, mas
havia
acabado por
deixá-lo em
casa.
Perguntei-lhe
em que
consistia e
ela
respondeu
que se
tratava de
um presente
tão absurdo
que não
desejava
nomeá-lo. Eu
insisti e
finalmente
ela explicou
que se
tratava de
um pedaço de
sabão!
Fiquei
profundamente
decepcionado
com o
aparente
insucesso e
lho
confessei.
Ela, porém,
replicou com
surpresa: “É
deveras
extraordinário!
Tudo sucedeu
como está
escrito
nesta folha
de papel e
trata-se
mesmo de um
cardo,
e mais, de
um cardo
velho, que
está
impresso,
porém, num
pedaço de
papel.
Amanhã o
trarei. O
cardo
representa
algo
importante
nas
recordações
de minha
vida.” E
então narrou
o incidente
pessoal
relativo ao
cardo. No
dia seguinte
levou-me o
pedaço de
sabão sobre
o qual se
distinguia,
efetivamente
impressa, a
imagem de um
velho
cardo.]
(Vol. IX,
pág. 53, dos
Proceedings
of the S. P.
R.) (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
164. O prof.
Myers
confirma o
episódio nos
seguintes
termos:
“Foi-me
narrado o
incidente
pessoal
ligado à
imagem do
velho cardo,
cuja
significação
completa
estava na
imagem sobre
o pedaço de
sabão. A
Srta.
Summers
havia
pensado em
levá-lo ao
Sr. Stead
antes que a
mão deste
último
houvesse
escrito o
informe e,
provavelmente,
pensou o
mesmo no
momento
preciso em
que Stead
escrevia”.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
165. No caso
exposto, o
incidente da
identificação
pessoal
destinado a
provar a
Stead que
não se
tratava de
uma
mistificação
da
subconsciência
dele, e sim
de uma
conversa
real com a
personalidade
espiritual
da Srta.
Summers,
alcançou bem
a sua
finalidade,
visto que o
presente
prometido a
título de
prova em tal
sentido
consistia
numa coisa
de natureza
tão
excepcional,
que não pode
ser
explicada
pela
hipótese das
coincidências
fortuitas.
É, de fato,
claro, que
uma imagem
de “cardo
velho” não é
objeto que
se costuma
dar de
presente.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
166.
Observa-se,
além disso,
que no
incidente em
apreço, como
em outros,
sucedidos
com a mesma
sensitiva,
esta parece
ter entrado
em relação
mediúnica
com Stead
durante o
estado de
vigília, o
que não
significa,
porém, que o
incidente se
tenha
desenvolvido
precisamente
assim, antes
de tudo,
porque em
nenhuma das
experiências
em exame
houve
testemunhas
que pudessem
certificar-se
de que a
sensitiva
não tivesse
cochilado e,
depois,
porque,
mesmo que
tais
testemunhas
existissem,
não teriam
grande valor
teórico,
visto que
uma pessoa
pode muito
bem passar
para um
estado de
sonambulismo
em vigília
sem que os
presentes o
percebam.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
167. O
principal
ensino
teórico a
extrair-se
do caso
exposto, ou,
melhor, a
confirmação
ulterior de
um ensino
teórico já
extraído dos
casos
precedentes
e que será
mais do que
nunca
confirmado
nos que
seguem,
consiste no
fato notório
e
indubitável
de, nas
comunicações
mediúnicas
entre vivos,
tratar-se de
verdadeiras
e próprias
conversas
entre duas
personalidades
espirituais
subconscientes,
conversas
transmitidas
à
personalidade
consciente
do médium
por meio da
escrita
automática.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
168. Pelo
contrário,
verifica-se
não poder
tratar-se de
faculdades
telepático-clarividentes
dos médiuns,
que iriam
colher
segredos
sepultados
nos recessos
das
subconsciências
alheias,
selecionando-as
no meio de
um montão
inextrincável
de
recordações
ali
existentes
em estado
latente.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
169. Nada
mais
insustentável
do que esta
última
versão, pois
que tudo
concorre
para
sustentar
que os
médiuns não
compreendem
nada e nada
escolhem,
mas
simplesmente
conversam
com a
personalidade
subconsciente
ou
espiritual
dos vivos
distantes,
do mesmo
modo que
conversariam
normalmente
com os
próprios
vivos, salvo
a diferença
de se
mostrarem as
personalidades
espirituais
dos vivos,
quando
conversam
mediunicamente,
muito menos
reticentes
do que as
personalidades
normais dos
mesmos
quando
conversam de
viva voz. E
isso pela
razão de
que, quando
os vivos de
encontram em
condições
transitórias
de Espíritos
desencarnados,
não atribuem
importância
a certas
conveniências
sociais a
que os
Espíritos
encarnados
dão
demasiada
importância.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
(Continua no
próximo
número.)
(1)
Defluxão – o
mesmo que
defluxo:
inflamação
catarral da
membrana
mucosa das
fossas
nasais, com
corrimento
de humor
aquoso.