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Um minuto com Chico Xavier

Ano 10 - N° 501 - 29 de Janeiro de 2017

REGINA STELLA SPAGNUOLO
rstella10@yahoo.com.br
Botucatu, SP (Brasil)
 

 

Chico Xavier, como sabemos, trocava cartas com Wantuil, presidente da FEB, que publicava todas as suas obras. No ano de 1949, havia uma preocupação acerca do título a ser colocado no livro Libertação, de André Luiz, que pudesse abarcar aquele manuscrito de alto valor doutrinário:  

(...) Nossos amigos do Alto consideram interessante a palavra sendas, mas os termos “evolutivas” ou “espirituais” são muito longos para um título. Que dirias do título “sendas libertas”?

(Nota inserida no final da carta: “Wantuil, o nosso devotado Emmanuel é de opinião que o livro de André Luiz tem por centro a missão libertadora, de Gúbio, efetuada pela força milagrosa do amor. Daí a necessidade de alguma palavra no título que nos recorde “liberdade” ou “libertação”.)

Após a troca de ideias entre Chico e Wantuil, o título do novo livro de André Luiz ficou sendo “Libertação”.

Em carta anterior o médium o anunciou e mencionou que há em suas páginas interessante material sobre a obsessão. Na carta de agora dá-nos ciência de que para Emmanuel o título deveria expressar a “missão libertadora de Gúbio, efetuada pela força milagrosa do amor”.

“Libertação” apresenta um caso de obsessão, o de Margarida, e todo o complexo processo de desobsessão visto pelo lado espiritual.

Pela primeira vez inteiramo-nos dos detalhes de como se realizam os reajustamentos entre Espíritos, promovidos pelos Instrutores Espirituais que se dedicam a esses misteres.

A desobsessão não consiste apenas na doutrinação pura e simples do obsessor, trazido às reuniões mediúnicas próprias.

Os Espíritos envolvidos em vingança, os que têm propósitos maléficos, os que se organizam para perseguir, pelo desejo único de praticar o mal, os que sentem nisso um prazer e o executam com requintes de perversidade, os que o fazem por ignorância, enfim, todos os que imbuídos dessas intenções buscam influenciar os encarnados, transformando-se em algozes renitentes e empedernidos no erro, não serão convencidos ou demovidos de seus projetos apenas pelo brevíssimo tempo de uma doutrinação.

Na realidade, quando a Entidade perseguidora é trazida a uma sessão de desobsessão pelos Mentores, todo o longo, moroso e difícil empreendimento de resgatá-la já foi efetuado.

Com que zelos e prudência os Benfeitores Espirituais se entregam a essa tarefa tão delicada; com que bondade e dedicação se empenham para despertar no infelicitador de hoje os latentes sentimentos positivos que tão habilmente sufocam e ocultam; com que paciência e perseverança aguardam o melhor momento ou repetem as tentativas sem jamais esmorecerem; com que amor o fazem!

Agora já o sabemos: todo um minucioso plano é elaborado pelos Benfeitores da Espiritualidade, após cuidadosas pesquisas, abrangendo os elementos envoltos nas tramas urdidas. Investigam, detalham, sem desprezar as mínimas possibilidades, vão aos meandros do passado, mergulham nas teias dessas vidas entrelaçadas até que consigam desenredar toda a trama e encaminhar algozes e vítimas à reconstrução de seus destinos.

Essa a conquista pelo amor, este divino sentimento que transforma, redime e eleva o ser humano das sombras para a luz.

A desobsessão é, em todos os sentidos, um processo de libertação, tanto para o algoz quanto para a sua vítima, em qualquer plano que se situem.
 

Do livro Testemunhos de Chico Xavier, de Suely Caldas Schubert.




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita