Falanges do
sacrifício
Cristãos
perseguidos e
até hoje
crucificados.
Palestinos e
muçulmanos
oprimidos.
Umbandistas
discriminados.
Crianças e
mulheres vítimas
de violência
social e
doméstica,
arrastadas por
meliantes em
fuga, ou
espancados.
Homoafetivos
brutalmente
assassinados...
Todos estes
Espíritos em
passagem pelo
mundo, a
despeito das
nuances talvez
complicadas de
contexto cármico
para cada caso,
configuram um
grupo especial
de reencarnados
com a missão
sacrificial de
espelhar a
urgência desta
humanidade “se
humanizar”. De
aprender em
definitivo a
lição milenar da
harmonização
entre as
diferenças. Do
respeito, do
amor, da
tolerância, para
o bem comum.
Para além de
cada diferença,
efetivamente o
que realça e
predomina é o humano.
O Espírito em
trajetória, que
verte lágrimas
de igual teor,
que sorri
sorrisos
semelhantes de
alegria ou de
vitória; que
sonha, como
quaisquer
daqueles que
pretensamente se
arvoram no
modelo a ser
seguido, em
muitas das
vezes,
baseando-se em
preconceitos,
convencionalismo
equivocado, e
num padrão
discriminatório
multimilenar
mofado, que não
prosperou nem em
tempos de
barbárie.
Ângulos
diferentes para
se enxergar uma
mesma vida. “Calcem
minhas
sandálias,
percorram os
meus caminhos, e
então entenderão
melhor” –
eis o que dita a
visão do bom
senso.
Quem, em são
consciência, tem
o direito de se
arvorar em
palmatória do
mundo?
Quando se
espanca,
esquarteja ou
mata um
homoafetivo, é
um ser humano
que, em última
instância, foi
selvagemente
sacrificado em
nome do ódio à
sua orientação
de vida que a
ninguém mais diz
respeito que não
a ele mesmo.
O índio
menosprezado, o
negro
discriminado
possuem sangue
vermelho
correndo nas
veias, que,
extravasado em
crime étnico ou
racial, provoca
a dor, como na
pele dos de
quaisquer raças
ou
nacionalidades.
Prisioneiros que
requerem
reinserção
social através
de políticas de
trabalho e
ocupação útil de
um tempo
excessivamente
ocioso não pedem
chacina, mas
educação e
correção, assim
como um filho
equivocado, na
ignorância das
coisas, próprias
da sua idade,
não reclama
violência
doméstica, mas
orientação
firme,
objetivando a
condução
saudável de sua
vida. E as
diversas
religiões mais
não são que
perspectivas
diferentes de
uma mesma
existência
acontecendo em
caminhos
diversos para um
mesmo Deus.
Em suma, dores
externas e
internas latejam
do mesmo modo, à
revelia das
diferenças que
alguns querem
como pretexto
para o ódio e a
opressão que não
solucionam
problemas, que
não privilegiam
quem quer que
seja, que não
conduzem o mundo
para a solução
definitiva na
direção do
estado de
felicidade ideal
que todos querem
- mas ainda,
egoisticamente,
sob a condição
de se impor aos
demais, como
regra, o seu
paradigma para
tudo o que se
vive.
Quanta
arrogância ainda
precisa ser
alijada do
íntimo de todos
nós!
E até que se
atinja este
ponto de
convergência
saudável entre
todas as
mentalidades e
graus de
compreensão da
vida, prosseguem
vindo ao mundo
estas almas
heroicas que, ao
preço cármico do
martírio
sacrificial, ao
mesmo tempo em
que arrematam
dívidas de
passado, alertam
o planeta, com a
coragem de
poucos, para a
necessidade
urgente de um
cenário ideal,
embora talvez
ainda distante.
Um panorama no
qual todos os
seres originados
no mesmo hálito
do Criador assim
se vejam e
respeitem, na
compreensão de
que a
prosperidade ou
o fracasso de um
será sempre o de
todos, e de que
é nesse sentido
que se deve
entender, de uma
vez por todas, a
urgência de uma
convivência
baseada na paz!