Alô! É o meu guia?
Podemos dizer,
numa linguagem
figurada, que os
guias
espirituais
recebem ligações
nossas via
mental, quase
todos os
instantes de
nossa vida,
enquanto no
corpo
estagiamos.
Quando
desencarnamos
suponho que
essas ligações
aumentem ainda
mais porque é aí
que o calo
aperta ao nos
encontrarmos com
a própria
consciência.
A imagem da mãe
conduzindo o
filho por uma
das mãos,
ensinando-o
andar, vem bem
ao caso.
Queremos
atravessar pela
estrada da
jornada
terrestre com o
nosso guia
conduzindo-nos
pelos caminhos
seguros para que
não venhamos
encontrar
grandes
dificuldades.
Seria assim como
se
solicitássemos
de Deus a
anulação do
nosso
livre-arbítrio,
transferindo a
responsabilidade
para nosso guia
a tiracolo.
Situação deveras
cômoda, porém,
incompatível com
a justiça
Divina. É da Lei
que venhamos a
caminhar com as
nossas próprias
pernas para que
tenham méritos
os nossos
acertos e
sejamos
responsabilizados
nos erros
cometidos.
Existem em
determinados
agrupamentos
espíritas uma
agenda de
consulta aos
guias para quase
todas as
decisões a serem
tomadas.
Estabelece-se
uma linha direta
entre as
necessidades dos
encarnados e o
seu guia num
mecanismo
ininterrupto de alô,
alô – quem
fala? É
o meu guia?
Uma história
muito conhecida
no meio espírita
é propícia para
representar essa
verdadeira perseguição ao
guia
desencarnado.
Conta-se que uma
pessoa espírita,
que quase tudo
perguntava ao
seu guia, estava
dirigindo seu
carro em alta
velocidade
quando o
motorista
irresponsável
resolveu
perguntar ao
guia se daria
para realizar um
determinado
cruzamento em
local de grande
movimento.
Teria, esse
encarnado guia-dependente,
ouvido a
seguinte
resposta: vai! E
ele, lógico,
foi. E bateu em
outro veículo.
Revoltado
perguntou ao
coitado do guia
o que tinha
acontecido
porque, afinal,
ele ouvira
nitidamente a
recomendação – vai! –
quando então,
foi e bateu. O
guia muito
paciente
respondeu-lhe:
você não deu
tempo para que
eu completasse a
frase! Eu ia
dizer: vai
bater! Mas você
não deu tempo
para a resposta
por inteiro!
Vai pintar o
Centro espírita?
Qual a cor?
Pergunte ao
guia. Vai
reformar o
Centro espírita?
Onde mexer?
Pergunte ao
guia. Vai
programar algum
evento? Qual o
melhor?
Informe-se com o
seu guia. Vai
escolher o nome
para o Centro?
Pergunte ao
guia. Se ainda
não tiver um,
pergunte a quem
tem para que ele
pergunte a esse
guia qual o
melhor nome. Vai
escrever um
livro? Melhor
colocar como
sendo de autoria
de algum
Espírito, porque
só Espírito
desencarnado
sabe escrever.
Espírito
encarnado, não.
Só depois que
deixar o corpo
físico entrará
na posse dos
dons literários
que hoje não
possui e que irá
adquirir pela mágica da
morte corporal.
Exageros fora, é
preciso
despertar para a
realidade de que
estamos no mundo
físico em
trânsito para a
imortalidade
exatamente para
exercitarmos
nossas
responsabilidades
e não convocar
Espíritos para
que o façam em
nosso nome. Essa
busca exagerada
pelas opiniões
dos
desencarnados
deixa a
impressão que
eles trabalham
mais do que
aqueles que
estão no corpo
para executar as
suas funções,
saldar seus
compromissos,
exercitar o
livre-arbítrio,
aprender a
caminhar com as
próprias pernas.
Sobre esse tema,
Emmanuel, no
livro O
Consolador,
questão 194, tem
alguns
ensinamentos
muito úteis, que
vamos recordar.
Diz ele: Um
guia espiritual
poderá cooperar
sempre em vossos
trabalhos, seja
auxiliando-vos
nas
dificuldades, de
maneira
indireta, ou
confortando-vos
na dor,
estimulando-vos
para a
edificação
moral,
imprescindível à
iluminação de
cada um;
entretanto, não
deveis tomar as
suas expressões
fraternas por
promessa formal,
no terreno das
realizações do
mundo, porquanto
essas
realizações
dependem do
vosso esforço
próprio e se
acham entrosadas
no mecanismo de
provações
indispensáveis
ao vosso
aperfeiçoamento.
Pode ser que
exista alguém
que irá
perguntar ao seu
guia sobre a
utilidade do
conteúdo desse
artigo. Alô,
alô? É
o meu guia?...
Será que quando
estamos fazendo
alguma coisa que
a nossa
consciência não
recomenda também
pedimos a
opinião do nosso
guia, ou nessas
ocasiões a linha
telefônica encontra-se
ocupada?
Em tempo: n’O Livro
dos Espíritos,
questão de
número 625, os
Espíritos da
Codificação nos
ensinam que o
nosso modelo e
guia deve ser
sempre Jesus!
Que tal
consultarmos os
ensinamentos
Dele em nossos
momentos de
dúvidas?