A. Os fatos
apoiam a
tese de que
nas
manifestações
mediúnicas
entre vivos
ocorre, de
fato, uma conversa entre
duas
personalidades
espirituais
subconscientes?
Claro.
Bozzano
apresenta
neste livro
inúmeros
casos, todos
comprovados,
nos quais é
evidente que
em um número
enorme de
fenômenos a
conversa
gira em
torno de
assuntos ou
ocorrências
atuais, e
não sobre
fatos
registrados
no passado.
William
Stead
contribuiu
de forma
notável com
suas
experiências
para a
comprovação
dessa tese. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
B. Que diz
Bozzano
sobre a
outra
explicação,
que não
admite a conversa,
mas sim a
coleta de
certas
informações
por meio de
uma
clarividência
telepática
especial do
sensitivo?
Bozzano
afirma que
tal
explicação é
puramente
fantástica e
cientificamente
insustentável,
porque
destituída
de qualquer
fundamento
na prática,
ou seja, ela
não se apoia
em fatos,
como os
exemplos
mostrados
neste livro
comprovam de
forma cabal. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
C. Nas
comunicações
entre vivos,
o
comunicante
encarnado,
vendo depois
a mensagem
psicografada
pelo médium,
costuma
lembrar-se
de tê-la
escrito?
Muitos fatos
descritos
nesta obra
mostram que
não. Ele
confirma o
que está
escrito, as
informações
que ali
estão
grafadas,
mas não se
recorda de
haver
escrito a
mensagem.
Pelo menos,
na maioria
dos casos. É
como ocorre
nos sonhos,
cujo
conteúdo nem
sempre
lembramos,
porque se
dão durante
o sono
corpóreo, e
não no
estado de
vigília. O
caso que se
passou com
William
Stead em
Redcar, no
norte da
Inglaterra,
quando ele
foi
recepcionar
uma senhora,
colaboradora
da Review
of Reviews,
mostra
exatamente
isso. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
Texto para
leitura
170. Como
vimos, é
fato
positivamente
verificado
que, nas
manifestações
mediúnicas
de vivos,
trata-se de
uma conversa
entre duas
personalidades
espirituais
subconscientes.
Segue-se daí
que as
mesmas
manifestações
se
transformam
em provas
decisivas de
identificação
pessoal dos
vivos
comunicantes,
provas que,
por sua vez,
confirmam
também,
respectivamente,
as
manifestações
análogas
pelas quais
se obtêm
provas de
identificação
pessoal dos
mortos. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
171.
Supondo-se,
entretanto,
como o
fantasiam os
opositores
da hipótese
espírita,
que, nas
comunicações
mediúnicas
entre vivos,
os médiuns
extraem das
subconsciências
destes as
notícias que
fornecem
sobre a sua
vida
particular,
deveriam ser
interpretadas,
de modo
análogo, as
provas em
favor da
identidade
dos mortos,
considerando-as
um
noticiário
de fatos
privados,
surrupiados
pelos
médiuns às
subconsciências
dos vivos
que
conheceram o
morto que se
diz
presente,
tal coisa
tornaria
mais difícil
a
demonstração
rigorosamente
científica
das provas
de
identificação
espírita. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
172. Note-se
que digo
“mais
difícil”
somente e
não
teoricamente
impossível,
como
pretendem
alguns
opositores.
E digo assim
porque tal
demonstração
se apoia
solidamente
em algumas
modalidades
de
manifestação
mais do que
suficientes
para
distinguir
as
comunicações
dos vivos
daquelas dos
mortos, como
o
demonstraremos
nas
conclusões. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
173. De
qualquer
maneira,
repito que a
hipótese de
uma
clarividência
telepática
especial,
que possa
selecionar à
distância em
alguma
subconsciência
alheia as
notícias
necessárias
aos médiuns
com a
insulsa
finalidade
de se
mistificar a
si mesmo e
aos outros,
é puramente
fantástica e
cientificamente
insustentável,
por isso que
destituída
de qualquer
fundamento
na prática. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
174. Se
quisessem
explicar,
com essa
hipótese, os
casos de
identificação
pessoal dos
mortos,
dever-se-ia
pressupor
que os
médiuns
conseguem
selecionar
nas
subconsciências
alheias
coisinhas
insignificantes,
ocorridas,
algumas
vezes, mais
de um século
antes,
sucedidas,
não com a
própria
pessoa
examinada
pelo médium
e sim com
outras
pessoas dele
conhecidas.
E isto mesmo
quando o
vivo em
exame já
esqueceu
completamente
e há muitos
anos as
ninharias em
questão, o
que o médium
descobriria,
selecionaria
e
surrupiaria
igualmente
da
subconsciência
de tal
pessoa.
Francamente,
nada disto é
sensato e
parece
incrível que
tenhamos de
levá-lo a
sério,
porque se
encontram
eminentes
cientistas
que acolhem,
favoravelmente,
tais
fantasias. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
175.
Passando a
outras
experiências
com a mesma
sensitiva,
menciono
aqui a
narrativa de
uma visita a
Windsor,
feita pela
Srta.
Summers,
transmitida
mediunicamente
a Stead, do
qual se
achava a 250
milhas de
distância. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
176. Em 15
de outubro
de 1893,
pôs-se
diante da
mesa,
dirigindo o
pensamento
para a sua
“correspondente
espiritual”.
Sua mão
começou
então a
escrever o
seguinte:
“Faz um dia
esplêndido.
Parti da
estação de
Paddington
pelo trem de
1:15.
Cheguei a
Windsor,
visitei o
castelo,
gozamos da
vista desde
o terraço e
passamos
logo a
visitar a
capela de
São Jorge.
Tinha
desejado
fazê-lo
detidamente,
porém, por
falta de
tempo,
passei para
o parque, em
busca do seu
célebre
carvalho,
sem chegar a
encontrá-lo.
Gamos saíam
de todos os
lados. Errei
pelo bosque,
encontrando
um velho
carvalho,
mas não era
o que
procurava.
Gastei três
xelins de
trem, meia
coroa em
comida, seis
pence de
telegrama e
ônibus, num
total de
cinco xelins
e dez pence.” (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
177. William
Stead, muito
oportunamente,
observa:
“Tais
informações
se
verificaram
exatas: a
hora da
saída do
trem, a
sucessão dos
fatos, os
gastos, tudo
exceto a
soma, em que
se enganou.
Curioso esse
erro de
soma,
frequente
nas
comunicações
entre vivos
e mortos,
erro que
provavelmente
não depende
de
interferências
subconscientes,
senão de um
mau cálculo
da
personalidade
normal da
Srta.
Summers,
acolhido
pela
personalidade
subconsciente.” (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
178. Citarei
ainda um
exemplo
tomado das
experiências
com a Srta.
Summers, que
servirá para
convalidar
quanto se
disse sobre
a
sinceridade,
sem
reservas,
com que as
personalidades
subconscientes
confiam a um
terceiro os
seus casos
mais
delicados.
Em 20 de
setembro de
1893, Stead,
como de
costume,
dirigiu seu
pensamento à
Srta.
Summers,
pedindo
notícias.
Imediatamente
sua mão
escreveu o
seguinte:
“Hoje, para
mim, é um
dia de
tristes
ilusões. Em
paga do meu
trabalho
recebi uma
quantia bem
inferior à
que
esperava, de
modo que
passo por
dificuldades
econômicas.
Não lhe quis
dizer nada,
pois sabia
que me daria
o que me faz
falta, mas
não o quero.
Entre outras
coisas, devo
três libras
ao senhorio,
mas logo lhe
pagarei.
Eu lhe
disse:
–
Mandar-lhe-ei
o que lhe
faz falta.
– Não, não o
aceitarei.
Devolverei a
quantia,
pois não
quero ser
uma
colaboradora
mercenária.
No dia
seguinte,
enviei à
casa da
Srta.
Summers uma
pessoa de
toda a minha
confiança, a
qual me
confirmou
tudo o que
havia sido
escrito
mediunicamente.
Aconteceu,
porém, que
quando a
Srta. Summer
soube que eu
me havia
inteirado de
suas
dificuldades
econômicas,
teve um
grande
desgosto.” (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
179. Pelo
caso
exposto,
vê-se que
nas
experiências
em exame não
pode
tratar-se de
clarividência
telepática,
mas de
verdadeiro
diálogo
entre duas
personalidades
subconscientes.
Observe-se
que, quando
Stead disse:
“Mandar-lhe-ei
o que lhe
faz falta”,
a Srta.
Summers
respondeu:
“Não, não o
aceitarei”,
resposta que
implica uma
ação
dialogada no
presente, e
de nenhuma
forma uma
seleção de
recordações
latentes na
subconsciência
alheia. E,
como o
diálogo se
mostrou
verídico,
não é o caso
de invocar a
hipótese das
chamadas
“novelas
subliminais”
ou
subconscientes. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
180. O caso
que segue se
deu entre
Stead e seu
próprio
filho,
quando se
achava no
Reno, em
viagem de
recreio.
Escreve o
pai:
“Meu filho
levava
consigo uma
Kodak e,
como com
frequência
acontece,
ficou sem
chapas, de
maneira que
nos escreveu
pedindo-as.
Fi-las
enviar e,
quando já
haviam
transcorrido
os dias
necessários
para o seu
recebimento,
interroguei-o
mediunicamente,
respondendo
ele que as
esperava com
impaciência,
pois não
haviam
chegado.
Pedi
informações
e
disseram-me
que as
chapas
tinham sido
enviadas.
Porém, dois
dias após,
meu filho
escreveu por
minha mão:
‘Por que não
me remete as
chapas?’
Informei-me
mais uma vez
e soube mais
uma vez que
as chapas
tinham sido
expedidas
havia já uma
semana.
Deduzi que
minha mão
estava sendo
influenciada
por
interferências
subconscientes
e não quis
provocar
novos
ditados de
meu filho.
Quando,
porém,
voltei para
casa, soube
com espanto
que as
chapas não
tinham
chegado ao
seu destino
e que as
duas
perguntas
impacientes
ditadas, em
seu nome,
pela minha
mão em
Wimbledon,
correspondiam
exatamente
ao estado de
ânimo de meu
filho,
quando se
encontrava
em Boppart.” (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
181. No caso
exposto, e
do ponto de
vista da
autenticidade
das
comunicações
mediúnicas
entre vivos,
é
interessante
a
circunstância
de que Stead
tinha a
certeza de
que as
chapas
fotográficas
já haviam
sido
expedidas,
certeza esta
irreconciliável
com a
hipótese de
uma
mistificação
subconsciente,
pois em tal
caso o pai
devia ter-se
sugestionado
no sentido
da própria
certeza e
provocar uma
resposta
conforme a
mesma e, ao
contrário,
como a
realidade
era outra, a
resposta do
filho vinha
de acordo
com a
realidade, a
qual
confirma que
realmente
existia o
diálogo
mediúnico. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
182. O
episódio
seguinte se
deu com uma
pessoa que
ignorava o
fato de
William
Stead fazer
experiências
de
comunicação
mediúnica
entre vivos,
não havendo
com a mesma
laços
especiais de
família ou
de simpatia.
Escreve ele:
“Poder-se-ia
objetar que
meu filho ou
a Srta.
Summers
sabiam que
eu
tencionava
fazê-los
escrever com
a minha mão,
porém não se
pode dizer o
mesmo no
caso
seguinte, em
que se trata
de uma
senhora
estranha e
com a qual
eu só havia
falado uma
vez.
Há alguns
meses eu me
achava em
Redcar, no
norte da
Inglaterra,
e fui à
estação
esperar a
referida
senhora,
colaboradora
da Review
of Reviews,
que me havia
escrito
informando
que chegaria
ali pelas
três da
tarde.
Eu era
hóspede de
meu irmão,
cuja casa se
encontrava a
uns dez
minutos da
estação.
Quando
faltavam
cerca de
vinte
minutos para
as três,
pensei que,
com a
expressão
“ali pelas
três da
tarde”,
aquela
senhora
queria
significar
algum tempo
antes da
hora
indicada e,
como não
tinha no
momento um
guia de
horário das
estradas de
ferro,
dirigi meu
pensamento
para a
senhora,
pedindo que
me
informasse,
por
intermédio
de minha
mão, a hora
precisa da
chegada do
trem. É
preciso
notar que
era a
primeira vez
que eu
tentava a
experiência
com ela, e a
resposta
veio logo,
dizendo que
o trem
chegaria às
três menos
dez. Não
havia tempo
a perder,
porém, antes
de sair de
casa, quis
saber em que
estação se
achava ela
naquele
momento.
Minha mão
escreveu:
– Neste
momento o
trem entra
na curva
antes da
estação de
Redcar.
Dentro de um
minuto
chegaremos.
Perguntei
ainda:
– Por que
tanto
atraso?
– Não sei
por quê.
Deteve-se
muito na
estação de
Middlesbourough.
Guardei o
papel e fui
para a
plataforma;
o trem
aparecia.
Quando a
senhora
desceu,
perguntei-lhe:
– Por que
tanto
atraso?
– Ignoro o
motivo. O
trem se
deteve muito
na estação
de
Middlesborough
–
respondeu-me.
Então eu lhe
dei o papel
para ler.
Ela
confirmou
tudo o que
eu havia
escrito,
acrescentando
que não
tinha
nenhuma
lembrança de
ter sido
interrogada
telepaticamente
por mim, nem
de haver
respondido.” (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
183. No
episódio
narrado fica
bem clara a
autenticidade
do fenômeno
de
comunicação
entre vivos,
como também
de se haver
desenrolado
uma conversa
verdadeira e
própria,
entre duas
personalidades
espirituais
subconscientes.
O episódio
torna
oportuna uma
discussão
ulterior
para
esclarecimento
do asserto
de que,
quando uma
pessoa entra
em relação
psíquica e
conversa
mediúnica
com outra
pessoa
distante,
deve
necessariamente
cair em
sonolência
notória ou
disfarçada.
De fato, no
caso em
apreço,
nota-se que
a amiga de
William
Stead teve
de responder
às suas
perguntas em
dois tempos
diversos e
que em ambas
as vezes o
fez
imediatamente.
Surgem,
portanto, os
seguintes
quesitos: “É
lícito
admitir-se
essa rapidez
na passagem
do estado
normal à
condição de
inconsciência
e
vice-versa?”
Parece que
sim. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
184. Durante
a
conferência
de Stead em The
London
Spiritualist
Alliance,
foram
formulados
tais
quesitos, e
o Rev. G. W.
Allen
narrou, a
propósito, o
seguinte
incidente
pessoal que
tende a
demonstrar
essa
possibilidade:
“Tinham de
extrair-me
dois dentes
molares e
fui
aconselhado
a
submeter-me
à ação do
clorofórmio.
Eu me achava
em estado de
convalescença
de grave
enfermidade
e sob a
suspeita de
que, em tal
estado de
saúde, o
clorofórmio
me faria
mal,
tornava-me
um tanto
hesitante.
Quando
começaram a
aplicar-me o
anestésico,
fui tomado
de um grande
pânico e
tirei a
máscara,
exclamando:
‘Não aguento,
não quero
tomá-lo’. O
médico que
me estava
cloroformizando
disse-me:
‘Fez
muitíssimo
mal em
retirar a
máscara,
porque
estava a
ponto de
adormecer.
Experimente
de novo e
lhe garanto
que tudo
correrá
bem’.
Igualmente,
a
enfermeira,
por sua vez,
também me
animava e
por isso me
decidi a
submeter-me
à prova,
mesmo com o
risco de
sucumbir.
Ajustaram-me
de novo a
máscara e
respirei
profundamente
algumas
vezes,
depois
levantei-me
de um salto
e sentei-me
no leito,
exclamando:
‘É inútil
tentar a
prova. Não
posso
adormecer’.
O doutor
disse-me:
‘Faça o
favor de
lavar a boca
com esta
solução’.
Perguntei-lhe:
‘Por quê?’
Acrescentou
ele: ‘Porque
já lhe
extraímos os
dentes!’
Pois bem, eu
teria jurado
por qualquer
tribunal de
justiça que
não havia
perdido a
consciência
um só
momento. E,
ao
contrário,
tinha ficado
inconsciente
o tempo
preciso para
me extraírem
dois dentes.
Assim sendo,
não é
perfeitamente
admissível
que se possa
realmente
passar a
outra
condição de
existência
por um tempo
mais ou
menos curto,
sem disso
conservar
recordação
alguma?” (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C) (Continua
no próximo
número.)