História
Antero de Quental
Disse a Verdade ao
Homem, certo dia:
- Cautela, irmão! A
Terra não é tua,
E disse a Fé: - A vida
continua
Além da cova infortunada
e fria!...
O velho e triste rei da
fantasia
Desferiu gargalhada
estranha e crua
E bradou: - “Minha
glória não recua...
A carne é o meu reinado
de alegria...”
Mais tarde, veio a Dor e
disse: - “Para!”
O Homem ouviu-lhe a voz
sonora e clara,
Desdenhando-lhe o feio e
escuro porte.
Mas a Dor deu-lhe as
úlceras por manto,
E por luz sublimada
deu-lhe o pranto
Para a jornada lúgubre
da Morte.
Do livro Cartas
do Coração, obra
mediúnica psicografada
pelo médium Francisco
Cândido Xavier.