ANSELMO FERREIRA
VASCONCELOS
afv@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
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A
espiritualidade
pode transformar
o
mundo?
Em maio do ano
passado
realizou-se na
cidade de
Manchester,
Inglaterra, a 4ª
Conferência
Internacional da
Associação
Britânica para o
Estudo da
Espiritualidade.
O tema central
foi o título do
presente artigo.
Vale ressaltar
que os
principais
trabalhos foram
posteriormente
publicados no
volume 6 (2ª
edição) de 2016
do Journal
for the Study of
Spirituality.
É extremamente
promissor notar
que esse tema
vem sendo
gradualmente
investigado pela
comunidade
acadêmica
mundial. No
Brasil, o
esforço nessa
esfera
particular vem
sendo
capitaneado
principalmente
pelo Jornal
de Estudos
Espíritas e
a Revista
Ciência
Espírita.
Voltando ao
tópico principal
da conferência,
não temos dúvida
quanto ao
potencial
transformador do
tema. Há
certamente muito
a ser explorado
não apenas em
termos de saúde,
bem-estar,
religião,
secularização,
questões
metodológicas e
formas de
conhecimento,
conforme divisão
formulada pelos
organizadores,
mas sobretudo em
termos de
conhecimento
libertador.
É mais do que
chegado o
momento da
humanidade
descobrir a sua
origem e encetar
novos caminhos
rumo à sua
elevação e
progresso
espiritual.
Diante dos
quadros
tenebrosos que
se desenrolam
quase que
diuturnamente em
todas as partes
do orbe
produzindo
sofrimentos e
imagens
lancinantes, é
imperioso nos
conectarmos com
a consciência
cósmica. Desse
modo, por
intermédio de
Jesus, “o
caminho, a
verdade e a
vida” e “a luz
do mundo”,
podemos reunir
as forças e
disposições
necessárias ao
enfrentamento do
bom combate.
Como enfatiza o
Espírito Joanna
de Ângelis, na
obra Oferenda (psicografia
de Divaldo P.
Franco): “O
mundo clama por
novos Franciscos
de Assis e
Mohandas Gandhi,
mas também por
palavras de
orientação e
consolo que
possam diminuir
as angústias e
acalmar as
almas”. Nesse
sentido, é
pertinente
esclarecer que
não se trata de
transformar
imediatamente a
nossa conduta ao
nível
comportamental
de um santo, mas
de iniciar um
processo efetivo
na direção de
aquisição de
virtudes.
Ao abraçar esse
objetivo não
podemos, por
outro lado,
esperar
facilidades de
espécie alguma.
As agruras e
asperezas da
estrada
produzirão
muitas
cicatrizes e
dores – tenhamos
certeza disso.
Afinal, essa é a
moradia
abençoada que
fizemos por
merecer.
No entanto, o
conhecimento da
continuidade da
vida na
espiritualidade,
com o
obrigatório
enfrentamento
das
consequências
derivadas da
existência
pregressa na
dimensão
material, tem o
poder de
transformar a
criatura humana
rumo ao bem e à
felicidade
plena. Como
também pondera o
Espírito Joanna
de Ângelis, na
obra Vida:
Desafios e
Soluções (psicografia
de Divaldo P.
Franco): “A
humanidade em
geral vive em
estado de sono,
em letargo, e,
por isso mesmo,
padece da
enfermidade mais
dominadora, que
é a ignorância
de si, da
destinação de
cada um, do
significado da
existência”.
Mas ao se
descobrir como
filho de Deus
(exercício
penoso, mas
igualmente
depurador), o
indivíduo passa
a se modificar
não mais
aceitando os
maus alvitres,
não mais
resvalando em
torpezas e
espetáculos
dantescos, não
mais
protagonizando
ações
desastrosas e/ou
lesivas aos
irmãos de
jornada. Não
mais acumula
tesouros
perecíveis que
podem lhe ser
subtraídos a
qualquer
instante por
força das
circunstâncias.
Ao tomar tais
deliberações
emerge daí,
portanto, um ser
em ascensão.
Ademais, a
oportunidade
para a
autoiluminação é
sempre
significativa,
já que “Há muita
sombra no mundo,
aguardando um
raio de luz que
sirva de sinal
de esperança
apontando
rumos”, segundo
igualmente
observa o
Espírito Joanna
de Ângelis, na
obra Atitudes
Renovadas (psicografia
de Divaldo P.
Franco).
Não tenho
nenhuma réstia
de dúvida de que
há um poder
transformador
incomensurável
derivado do
conhecimento das
coisas do
espírito. Assim
sendo, o desafio
colocado é o de
aceitar as
responsabilidades
daí inerentes e
iniciar a
mudança.