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O Espiritismo responde
Ano 10 - N° 503 - 12 de Fevereiro de 2017
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 
BLOG
ESPIRITISMO SÉCULO XXI
 


 
A leitora Maria Anunciadora Gonçalves, em mensagem publicada na seção de Cartas desta mesma edição, escreveu-nos: 

Amigos. Gostaria de esclarecer duas dúvidas que surgiram em nossa casa espírita, referentes às sessões mediúnicas. Primeira: qual deve ser a duração ideal de uma sessão mediúnica? Segunda: as sessões mediúnicas são realizadas semanalmente ou pode um grupo realizar mais de uma reunião na semana?

Eis o que colhemos, sobre o assunto, nas obras espíritas adiante mencionadas. 

Duração de uma sessão mediúnica. Três obras fazem referência ao assunto:

1. No livro Diálogo com as Sombras, Hermínio Corrêa de Miranda escreveu: “Uma boa sugestão seria reservar, para os trabalhos mediúnicos, a segunda-feira, a partir de 20 horas ou 20h30m, com duração máxima de duas horas”. (Obra citada, primeira parte, cap. 1: O grupo.)

2. Na obra Qualidade na Prática Mediúnica, publicada sob os auspícios do Projeto Manoel Philomeno de Miranda, está escrito: “Qual o tempo de duração de uma prática mediúnica? Um tempo ideal para a prática mediúnica é de noventa minutos, incluindo-se a preparação com as leituras doutrinárias que, por princípio de disciplina, não devem ser alongadas”. (Obra citada, pergunta 47.)

3. No livro Desobsessão, obra mediúnica psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, lemos: “Terminada a prece final, o diretor, com uma frase breve, dará a reunião por encerrada e fará no recinto a luz plena. Vale esclarecer que a reunião pode terminar, antes do prazo de duas horas, a contar da prece inicial, evitando-se exceder esse limite de tempo”. (Obra citada, cap. 57: Encerramento.) (Negritamos.) 

Frequência das sessões mediúnicas. Poucas referências encontramos a respeito do assunto nas obras espíritas, mas duas delas, cuja importância ninguém contesta, tratam do tema:

1. Em O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, lemos esta importante orientação a propósito do funcionamento de uma Sociedade espírita: “Visto ser necessário evitar toda causa de perturbação e de distração, uma Sociedade espírita deve, ao organizar-se, dar toda a atenção às medidas apropriadas a tirar aos promotores de desordem os meios de se tornarem prejudiciais e a lhes facilitar por todos os modos o afastamento. As pequenas reuniões apenas precisam de um regulamento disciplinar, muito simples, para a boa ordem das sessões. As Sociedades regularmente constituídas exigem organização mais completa. A melhor será a que tenha menos complicada a entrosagem. Umas e outras poderão haurir o que lhes for aplicável, ou o que julgarem útil, no regulamento da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, que adiante inserimos”. (O Livro dos Médiuns, cap. XXIX, item 339.)

No cap. XXX da mesma obra Kardec inseriu o regulamento que ele mencionou no texto acima, e nele lemos: “Art. 17° - As sessões da Sociedade se realizarão às sextas-feiras, às 8 horas da noite, salvo modificação, se for necessária. As sessões serão particulares ou gerais; nunca serão públicas. Todos os que façam parte da Sociedade, sob qualquer título, devem, em cada sessão, assinar os nomes numa lista de presença”. (Regulamento da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, cap. III – Das sessões.) Vê-se com clareza que as sessões do grupo dirigido por Kardec eram semanais.

2. No livro Diálogo com as Sombras, escreveu Hermínio Corrêa de Miranda: “Temos o grupo montado e já definimos os seus objetivos. A próxima questão que se coloca é: onde e quando reuni-lo? Consideremos primeiro a segunda parte. A frequência às reuniões é usualmente de uma vez por semana, à noite. Dificilmente um grupo terá condições de reunir-se regularmente, durante vários anos, mais de uma vez por semana. Todos ou quase todos os seus componentes têm compromissos sociais, familiares e até profissionais, que tornam impraticável reuniões mais frequentes. (Obra citada, primeira parte, cap. 1: O grupo.) 

Hermínio C. Miranda não mencionou – e poderia perfeitamente haver mencionado – que existe outro motivo muito forte que recomenda a frequência semanal das sessões mediúnicas. Referimo-nos ao desgaste que os participantes da sessão, sobretudo os médiuns de incorporação, sofrem em decorrência da prática mediúnica.

É exatamente por isso que os autores espíritas mais conceituados recomendam que o médium de incorporação deve limitar as passividades a duas, ou no máximo três, em cada sessão mediúnica. Eis as referências que o leitor pode aferir no tocante a essa questão: Qualidade na Prática Mediúnica (Projeto Manoel Philomeno de Miranda), pergunta 50; Diretrizes de Segurança (Divaldo Franco e J. Raul Teixeira), pergunta 52; Desobsessão (André Luiz), cap. 40.


 


 
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