Sexo e Obsessão
Manoel Philomeno
de Miranda
(Parte 25)
Damos sequência
ao estudo metódico
e sequencial do
livro Sexo e Obsessão,
obra de
autoria de
Manoel Philomeno
de Miranda,
psicografada por
Divaldo P.
Franco
e publicada originalmente em 2002.
Questões
preliminares
A. Diante do Mal
todo cuidado é
pouco?
Sim. Foi exatamente isso que o Mentor
espiritual disse ao autor deste livro,
explicando por que tantas precauções foram
tomadas, aparentemente sem necessidade,
quando da visita feita pelo grupo socorrista
à cidade pervertida. Informou, então, o
instrutor espiritual: “Diante do Mal nunca
devemos descurar dos cuidados hábeis que se
tornam necessários, tendo-se em vista os
recursos de que se utilizam aqueles que se
conduzem equivocadamente. Destituídos de
sentimentos de dignidade e de correção
moral, os partidários da desordem não temem
investir na violência, nem urdir planos
astuciosos de forma a enredarem suas vítimas
em potencial, que lhes tombam nas malhas da
crueldade. Assim, as providências tomadas
tinham por objetivo situações de surpresa ou
enfrentamentos mais difíceis”. (Sexo
e Obsessão, capítulo 14: Visita oportuna.)
B. Houve numa existência anterior algum
relacionamento entre padre Mauro e o marquês
de Sade?
Sim. Havendo vivido os dias napoleônicos, o
marquês foi, igualmente, frequentador da
mansão de Madame X, onde eram permitidas e
estimuladas práticas sexuais aberrantes,
então na moda, havendo um comprometimento da
mesma senhora com o infeliz autor e
inspirador de inomináveis anomalias. Como já
vimos, Madame X e padre Mauro são a mesma
individualidade em diferentes momentos
reencarnatórios. (Sexo
e Obsessão, capítulo 14: Visita oportuna.)
C. Depois de viver a triste experiência como
Madame X, padre Mauro havia reencarnado?
Sim. Sobre o assunto, o Mentor informou que
esta, como padre, era a terceira tentativa
concedida ao infeliz Espírito, a fim de
recuperar-se e aprender a respeitar as
Soberanas Leis da Vida. Duas vezes ele
retornou com a organização fisiológica
feminina, na França, assinalado por
terríveis marcas perispirituais que lhe
deformavam a instrumentalidade física,
havendo sido vítima de estupros e crueldades
provocados por famigerados mendigos e
ciganos das áreas onde foi acolhido pela
misericórdia de Deus. Mais tarde, no Brasil,
com expressiva legião de Espíritos franceses
transladados para as terras do Cruzeiro do
Sul, o que vem ocorrendo com certa
periodicidade, esteve mergulhado na
organização masculina, vivendo tormentos
inauditos, algumas vezes superados, outras
não, para recomeçar, na atualidade,
novamente na mesma polaridade, porém
vinculado à religião católica, a que se
dedicara irregularmente em passado não muito
distante. Os vícios, que se encontram
arraigados no imo, levaram-no aos desaires
de que tem sido vítima. (Sexo
e Obsessão, capítulo 14: Visita oportuna.)
Texto para leitura
123. Diante
do Mal é preciso sempre precaução –
Quando o grupo retornava do palácio
episcopal, Manoel Philomeno de Miranda
perguntou ao Mentor espiritual: “Por qual
motivo a visita à cidade perversa parecera
ocorrer de forma tão fácil, tendo-se em
vista as precauções tomadas, que poderiam
ter sido evitadas?” O Guia respondeu-lhe:
“Diante do Mal nunca devemos descurar dos
cuidados hábeis que se tornam necessários,
tendo-se em vista os recursos de que se
utilizam aqueles que se conduzem
equivocadamente. Destituídos de sentimentos
de dignidade e de correção moral, os
partidários da desordem não temem investir
na violência, nem urdir planos astuciosos de
forma a enredarem suas vítimas em potencial,
que lhes tombam nas malhas da crueldade.
Assim, as providências tomadas tinham por
objetivo situações de surpresa ou
enfrentamentos mais difíceis. Porque a
circunstância houvesse transcorrido de
maneira favorável, evitou-se a utilização
dos mastins, bem como dos jovens acostumados
a embates específicos com os legionários da
hediondez e do crime. Ademais, a presença da
venerável Mentora acarretara muitas bênçãos
para o grupo de ação, envolvendo-o em
vibrações defensivas especiais, que não
chamavam a atenção dos vigilantes das
entradas de acesso. Na etapa final, conforme
recordamos, o marquês, aturdido e sem
conhecimento do que se passara,
responsabilizou-se pelo nosso afastamento da
região sem qualquer empeço”. Miranda
indagou, em seguida: “Que tem a ver o
marquês na problemática de Mauro, junto a
quem estamos trabalhando?” O Mentor
esclareceu: “Havendo vivido os dias pré e
napoleônicos, o marquês foi, igualmente,
frequentador da mansão de Madame X. Naquele
lupanar de luxo eram permitidas e
estimuladas práticas sexuais aberrantes,
então na moda, havendo um comprometimento da
mesma senhora com o infeliz autor e
inspirador de inomináveis anomalias. A
sociedade, quando vazia de sentimentos,
sempre dispõe de tempo para elaborar
propostas indecentes e inusuais no seu
comportamento. Os espaços abertos entre as
guerras que o Corso mantinha em regime de
continuidade facultava aos seus exaustos
oficiais a busca de experiências
desafiadoras e estimulantes para os nervos
cansados e os ideais combalidos. Dessa
maneira, a residência da extravagante
senhora era palco para os desatinos mais
absurdos que o comércio da luxúria e da
corrupção pode oferecer aos seus
aficionados”. (Sexo
e Obsessão, capítulo 14: Visita oportuna.)
124. O
que ocorria na mansão de Madame X –
Madame X e o marquês de Sade foram,
portanto, pessoas próximas. O Mentor
acrescentou: “A célebre cafetina fizera-se
centro de interesse da maioria dos
desvariados que residiam em Paris e alguns
que moravam no estrangeiro, visitando-a com
frequência. Sua Mansão, de triste memória,
nas cercanias da Capital da França, era
frequentada por numeroso cortejo de
insensatos de ambos os sexos, que ali davam
vazão aos seus desejos doentios ou
extravagâncias emocionais. Desfilavam,
durante os seus bailes de máscaras,
personalidades da aristocracia, da Política,
da Religião, da intimidade do imperador,
saturadas de prazeres que a vida insensata
lhes impunha. Nessas oportunidades, muitos
convidados apresentavam-se vestidos de
animais, em dias especiais para a
exorbitância, e, ante o ensurdecer de
músicas atordoantes, entregavam-se às
perturbações que lhes impunham a imaginação
doentia. Noutras vezes, animais em fase de
cio eram colocados em improvisada arena para
a relação sexual imposta pelo instinto,
enquanto os espectadores, estimulados e
enlouquecidos, tentavam repetir as cenas,
que acompanhavam, mediante comportamentos
escabrosos, até a exaustão, tombando,
desfalecidos ou embriagados, e desligando-se
do corpo lasso em torpor, sob a ação de
sequazes desencarnados com os quais se
homiziavam em regiões espirituais odientas.
Por sugestão do marquês de Sade, Madame X
transformou o porão da herdade em pequenas
celas, utilizando alguns cômodos que se lhes
assemelhavam, onde eram praticadas
verdadeiras atrocidades sadomasoquistas.
Diversos pacientes ali experimentaram o
horror em tal escala de alucinação, que
alguns não conseguiram sobreviver, falecendo
nos hediondos catres transformados em
câmaras medievais de aflições, enquanto
outros, enlouquecendo, eram encaminhados aos
lares ou aos manicômios, não mais
recuperando a saúde mental”. (Sexo
e Obsessão, capítulo 14: Visita oportuna.)
125. Apogeu
e declínio de Madame X –
Segundo os esclarecimentos do mentor, muitos
alucinados se entregavam naquela casa
dirigida por Madame X a atos abomináveis com
animais amestrados que, no seu primarismo,
feria-os, dilacerava-os, constituindo essas
monstruosidades razões para comentários nos
diversos grupos sociais que tinham
conhecimento da sua ocorrência e anuíam na
grande maioria. Prosseguiu ele: “É certo que
Madame, mais de uma vez, esteve a braços com
a polícia do Estado, conseguindo liberar-se
com facilidade, graças aos seus protetores
que lhe frequentavam o lôbrego bordel. A
inexorabilidade orgânica, o seu processo de
envelhecimento e de desgaste, a decadência
do império napoleônico contribuíram para
alterações profundas nos hábitos dominantes
na época, e a residência da mulher
famigerada, que caiu em desgraça, foi tomada
e ela, abandonada pelos seus amigos, também
infelizes e desatinados, terminou os dias na
obscuridade e na solidão”. Concluindo, o
Guia espiritual informou: “O marquês, que
teria mudado de comportamento na velhice,
conforme alguns dos seus biógrafos, o que
para nós carece de fundamento, prosseguiu
mais moderado na sua loucura até que foi
arrebatado pela morte e conduzido para a
cidade perversa, de onde procedera, ali
dando curso às suas alucinações e recebendo,
logo depois, Madame X...”. (Sexo
e Obsessão, capítulo 14: Visita oportuna.)
126. Padre
Mauro e suas tentativas fracassadas –
Após um silêncio constrangedor, Dilermando,
que se mantinha calado, demonstrando
compaixão e surpresa ante a narração,
indagou: “Esta é a primeira reencarnação de
Madame, após as experiências
recém-narradas?” O Mentor explicou: “Em
verdade, esta é a terceira tentativa
concedida ao infeliz Espírito, a fim de
recuperar-se e aprender a respeitar as
Soberanas Leis da Vida. Duas vezes retornou
com a organização fisiológica feminina, na
França, assinalado por terríveis marcas
perispirituais que lhe deformavam a
instrumentalidade física, havendo sido
vítima de estupros e crueldades provocados
por famigerados mendigos e ciganos das áreas
onde foi acolhido pela misericórdia de Deus.
Desencarnou em estado lamentável, porém com
menos culpa, retornando, à mesma região
espiritual que o acolhera anteriormente.
Mais tarde, no Brasil, com expressiva legião
de Espíritos franceses transladados para as
terras do Cruzeiro do Sul, o que vem
ocorrendo com certa periodicidade, esteve
mergulhado na organização masculina, vivendo
tormentos inauditos, algumas vezes
superados, outras não, para recomeçar, na
atualidade, novamente na mesma polaridade,
porém vinculado à Religião dominante, a que
se dedicara irregularmente em passado não
muito distante. Os vícios, que se encontram
arraigados no imo, levaram-no aos desaires
de que tem sido vítima”. (Sexo
e Obsessão, capítulo 14: Visita oportuna.)
127. O
amor jamais desiste –
Dilermando quis saber, na sequência, desde
quando a mãe do padre Mauro laborava em
favor da sua libertação. O Mentor informou:
“Desde os dias de S. Francisco de Assis...
Quando, em posição de destaque na Itália,
ele ouviu falar sobre o santo da Úmbria,
desejou, sinceramente, segui-lo. Protelando
a decisão, quando se resolveu por integrar a
ordem franciscana, o Poverello já havia
deixado o corpo. Embora o fervor que
dominava muitos dos seus seguidores, a
ausência física do discípulo amado de Jesus
facultou que alguns exaltados e menos
equipados para o ministério introduzissem a
vaidade, o poder temporal, a coleta de
recursos monetários para a Ordem, e a
decadência se anunciou... Nesse comenos, o
nosso amigo logo derrapou vitimado pela
ambição – e esqueceu dos projetos iniciais,
assim contribuindo em favor da derrocada dos
elevados propósitos da Obra que nascera no
coração do amor e se alongara no mundo pelas
palavras de fé e pelos atos de caridade...
Desde ali, portanto, sua mãezinha,
profundamente vinculada a Jesus e à Irmã
Clara, vem lutando em favor da sua
libertação, travando agora a batalha final a
que se entrega com total dedicação, e para a
qual fomos convidados...” Manoel Philomeno
de Miranda extasiou-se ante a explicação,
por poder aquilatar a força e a tenacidade
do amor que não mede esforços, não tem
limites, não desiste, vencendo todos os
óbices para alcançar a meta da felicidade
que se impõe. (Sexo
e Obsessão, capítulo 14: Visita oportuna.) (Continua
no próximo número.)