MARCELO
DAMASCENO DO VALE
marcellus.vale@gmail.com
Blumenau, SC (Brasil)
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A religião dos
ateus
Recentemente
chegou a minhas
mãos uma
pesquisa do
Instituto Gallup
Internacional,
nomeado Índice
Global de
Religiosidade e
Ateísmo.
Publicada em
2012, essa
pesquisa coloca
a China (47%) e
o Japão (31%)
com os maiores
percentuais de
Ateus Convictos,
enquanto países
como Brasil e
Nigéria
apresentam 1% da
população.
É comum associar
o ateísmo como
licença para
comportamentos
considerados
imorais e
chocantes. E em
localidades
fortemente
religiosas o
ateu é visto
como um
degenerado, um
pária.
Imediatamente
associamos
ateísmo com
materialismo.
Buscando
modificar o
ponto de vista
de que os ateus
não podem tirar
proveito dos
benefícios dos
cultos
religiosos, o
filósofo Allain
de Botton propõe
em seu livro
Religião para
Ateus:
“O que se segue
é uma tentativa
de ler as fés,
principalmente o
cristianismo e,
em menor grau, o
judaísmo e o
budismo, na
esperança de
provocar
insights que
possam ser úteis
na vida secular,
em particular,
em relação aos
desafios da
comunidade e do
sofrimento
mental e
corporal. A tese
subjacente não é
que o
secularismo seja
errado, mas que
com muita
frequência
secularizamos de
maneira
inadequada — na
medida em que,
no processo de
nos livrarmos de
ideias
inviáveis,
desnecessariamente
abdicamos de
algumas das
partes mais
úteis e
atraentes das
fés”.
O livro foi
publicado em
2011, mas,
antes, Alain de
Botton, como
ateísta
militante e
entendendo que
as religiões
devem ser
substituídas,
ele criou em
2008 “The School
of Life” (A
escola da
vida). Trata-se
de uma escola
para ensinar
filosofia
prática para ser
vivenciada no
dia a dia; ela
foi criada para
pessoas que não
conseguem mais
ver na Religião
uma fonte de
saúde emocional
e mental, e
pretendem
substituir o
vazio criado
pela "não
existência de
Deus", por
cultura,
literatura,
filosofia, arte
e psicologia. De
Botton projetou
e criou essa
escola
objetivando ser
o “lugar” onde o
homem moderno
deveria buscar
respostas para
lidar com suas
dificuldades e
seus medos. A
proposta central
é de que a
Filosofia pode
substituir a
Religião.
Como
materialista,
além de ateu, De
Botton não crê
na existência de
Deus, na Alma,
muito menos na
sobrevivência
após a morte
física;
consequentemente,
comunicabilidade
dos Espíritos,
penas e
recompensas
futuras, além da
reencarnação,
nem pensar.
A decepção com
as religiões
tradicionais, os
dogmas que ferem
a Razão, bem
como a falta de
acolhimento e
compreensão
dentro das
crenças
organizadas
levam à
descrença, à
desilusão.
Um estudo
aprofundado das
Obras de Allan
Kardec oferece
propostas para
uma vida sadia,
uma fé
raciocinada, bem
como a
eliminação
gradativa do
Orgulho e do
Egoísmo, dando
lugar à
convivência
saudável entre
as pessoas.
Estudo e
vivência da
Doutrina
Espírita ampliam
os laços entre
as pessoas,
diminuem a
miséria e, no
futuro,
iluminarão
outras crenças
que se
fortalecerão com
a incorporação
dos fundamentos
dessa Doutrina;
fundamentos
esses que são
universais.
Nesse tempo até
os ateus verão a
fragilidade de
suas dúvidas, a
fraqueza de suas
fugas e
justificativas,
então, a fé pura
lhes banhará o
coração.
Não é de
lastimar que o
materialismo
seja uma
consequência de
estudos que
deveriam,
contrariamente,
mostrar ao homem
a superioridade
da inteligência
que governa o
mundo? Deve-se
daí concluir que
são perigosos?
– “Não é exato
que o
materialismo
seja uma
consequência
desses estudos.
O homem é que
deles tira uma
consequência
falsa, pela
razão de lhe ser
dado abusar de
tudo, mesmo das
melhores coisas.
Acresce que o
nada os
amedronta mais
do que eles
quereriam que
parecesse, e os
espíritos
fortes, quase
sempre, são
antes fanfarrões
do que bravos.
Na sua maioria,
só são
materialistas
porque não têm
com que encher o
vazio do abismo
que diante deles
se abre.
Mostrai-lhes uma
âncora da
salvação e a ela
se agarrarão
pressurosamente.”
- Questão 148 de O
Livro dos
Espíritos.