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Elucidações de Emmanuel

Ano 10 - N° 505 - 26 de Fevereiro de 2017



 

A lição da espada

 

"Não cuideis que vim trazer a paz à terra..." 
Jesus. (Mateus, 10:34.)

 

"Não vim trazer a paz, mas a espada" - disse-nos o Senhor.

E muitos aprendizes prevalecem-se da feição literal de Sua palavra, para estender a sombra e a perturbação.

Valendo-se-lhe do conceito, companheiros inúmeros consagram-se ao azedume no lar, conturbando os próprios familiares, em razão de lhes imporem modos de crer e pontos de vista, vergastando-lhes o entendimento, ao invés de ajudá-los na plantação da fé viva quando não se desmandam em discussões  e conflitos, polemizando sem proveito ou acusando indebitamente a todos aqueles que lhes não comunguem a cartilha de violência e de crueldade.

O mundo, até a época do Cristo, legalizara a prepotência do ódio e da ignorância, mantendo-lhe a terrível dominação, através da espada mortífera da guerra e do cativeiro, em sanguinolentas devastações.

A realeza do homem era a tirania revestida de ouro, arruinando e oprimindo onde estendesse as garras destruidoras.

Com Jesus, no entanto, a espada é diferente.

Voltada para o seio da terra, representa a cruz em que Ele mesmo prestou o testemunho supremo do sacrifício e da morte pelo bem de todos. É por isso que seu exemplo não justifica os instintos desenfreados de quantos pretendem ferir ou guerrear em Seu nome.

A disciplina e a humildade, o amor e a renúncia marcam-lhe as atitudes em todos os passos da senda.

Flagelado e esquecido, entre o escárnio e a calúnia, o perdão espontâneo flui-lhe, incessante, da alma, para somente retribuir bênção por maldição, luz por treva, bem por mal.

Assim, se recebeste a espada simbólica que o Mestre nos trouxe à vida, lembra-te de que a batalha instituída pela lição do Senhor permanece viva e rija, dentro de nós, a fim de que, ensarilhando sobre o pretérito a espada de nossa antiga insensatez, venhamos  a convertê-la na  cruz redentora, em que combateremos os inimigos de nossa paz, ocultos em nosso próprio "eu", em forma de orgulho e intemperança, egoísmo  e animalidade, consumindo-se ao preço de nossa própria consagração à felicidade dos outros, única estrada suscetível de conduzir-nos ao império definitivo da Grande Luz.

 

Do livro Ceifa de Luz, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita