Victor Hugo, um
dos pioneiros do
Espiritismo na
França
Num dia como
hoje, 26 de
fevereiro,
nasceu em
Besançon,
França,
Victor-Marie
Hugo, o poeta e
romancista
que todos
admiramos
Nascido no ano
de 1802, dois
anos antes de
Allan Kardec,
Victor-Marie
Hugo foi
romancista,
poeta,
dramaturgo,
ensaísta,
artista,
estadista e
ativista pelos
direitos
humanos, de
grande atuação
política em seu
país. Autor de Les
Misérables e
de Notre-Dame
de Paris,
entre diversas
outras obras
clássicas de
fama e renome
mundial, ele
também se
notabilizou
entre nós,
espíritas, pelas
obras que
escreveu por
meio da
psicografia.
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Foram,
ao todo,
enquanto
encarnado,
22
livros
de
poesias,
8
romances,
14 peças
de
teatro,
sendo
que
várias
delas
não
param de
ser
encenadas,
e mais
15
volumes
de
prosa,
ensaios,
diários,
artigos
políticos,
entre
outros.
Conhecido
por seu
devotamento
às
causas
sociais,
seja por
meio de
discursos,
seja em
suas
obras
literárias,
defendeu
a paz
universal,
os
direitos
das
crianças
e dos
homens,
a
abolição
da pena
de morte
e o
progresso
social. |
Victor Hugo
casou-se com
Adèle Foucher e
durante a vida
teve
diversasamantes,
sendo a mais
famosa a atriz
Juliette Drouet,
a quem ele
dedicou inúmeros
poemas.
Durante o
Segundo Império,
em oposição a
Napoleão III,
viveu em exílio
em Jersey,
Guernsey e
Bruxelas. Foi um
dos poucos a
recusar a
anistia decidida
algum tempo
depois.
A morte da sua
filha,
Leopoldina,
afogada por
acidente no rio
Sena, junto com
o marido, fez
com que o
escritor se
deixasse levar
por experiências
espíritas
relatadas na
obra "Les Tables
Tournantes de
Jersey" (As
Mesas Moventes
de Jersey).
O encontro com a
falecida filha
Leopoldina
Durante seu
exílio na ilha
Jersey entre
1851 e 1855,
Victor Hugo
participou de
inúmeras sessões
espíritas,
observando as
então emergentes
mesas girantes e
conseguindo por
esse meio entrar
em contato com
diversos
espíritos –
entre eles o de
sua falecida
filha Leopoldina
–, obtendo
também pelo
mesmo processo a
confirmação de
muitas de suas
antigas ideias
filosóficas e
religiosas.
Sobre isso ele
escreveu anos
depois: "Os
seres que povoam
o Invisível, e
que veem os
nossos
pensamentos,
sabem que há
vinte cinco anos
me ocupo dos
assuntos que a
mesa suscita e
aprofunda".
Diante de
experiências
como essas,
Victor Hugo se
tornou espírita
e em 1867 clamou
que a ciência
deveria dar
atenção e
seriedade para
os fenômenos das
mesas: "A mesa
girante ou
falante foi
bastante
ridicularizada.
Falemos claro.
Esta zombaria é
injustificável.
Substituir o
exame pelo
menosprezo é
cômodo, mas
pouco
científico.
Acreditamos que
o dever
elementar da
Ciência é
verificar todos
os fenômenos,
pois a Ciência,
se os ignora,
não tem o
direito de rir
deles. Um sábio
que ri do
possível está
bem perto de ser
um idiota.
Sejamos
reverentes
diante do
possível, cujo
limite ninguém
conhece;
fiquemos atentos
e sérios na
presença do
extra-humano, de
onde viemos e
para onde
caminhamos".
A crença em Deus
foi sempre uma
constante em seu
pensamento. Para
ele, não havia
espaço para a fé
cega, mas para o
exercício do
pensamento, da
dúvida, da
razão. "Deus é o
astro de amor
brilhando no
infinito e
visível pelos
olhos da alma",
afirmava o
notável
escritor.
O que Victor
Hugo pensava
sobre a morte
Victor Hugo pode
ser, assim,
considerado com
inteira justiça
um dos
precursores do
Espiritismo na
França, visto
que seu contato
inicial com
fenômenos
mediúnicos
ocorreu em 1853,
antes mesmo de
Allan Kardec,
conforme
relatado acima.
Apesar de Victor
Hugo
preocupar-se em
não se deixar
influenciar por
tais
experiências, o
fato é que a
comunicação com
os mortos
transformou
sensivelmente
seus valores e,
consequentemente,
o conteúdo de
suas obras.
Em muitas delas,
tanto em prosa
como em poesia,
o escritor
manifestou sua
forte crença na
vida após a
morte, como por
exemplo no poema À
Villequier,
de 1854:
“Eu digo que o
túmulo que sobre
os mortos se
fecha/ Abre o
firmamento/ E o
que acreditamos
aqui em baixo
ser o fim/ É o
começo.”
A partir de
1849, Victor
Hugo dedicou sua
obra à política,
à religião e à
filosofia humana
e social. Em
1870 retornou à
França e reatou
sua carreira
política. Foi
eleito primeiro
para a
Assembleia
Nacional e, mais
tarde, para o
Senado.
Emmanuel Godo,
no livro Victor
Hugo et Dieu,
afirma que o
contato do
escritor com as
mesas girantes
trouxe-lhe não
somente a
certeza da
existência como
da presença
tangível dos
Espíritos.
A partir daquela
época, o próprio
escritor passou
a vivenciar
fenômenos dentro
de sua casa como
ruídos, visões e
premonições,
como comprovam
as anotações
pessoais de sua
agenda, guardada
atualmente na
Biblioteca
Nacional de
Paris.
O que Flammarion
disse sobre
Victor Hugo
Morto no dia 22
de maio de 1885,
aos 83 anos de
idade, de acordo
com seu último
desejo, o corpo
do escritor foi
enterrado em um
caixão humilde
no Panthéon,
após ter ficado
vários dias
exposto sob o
Arco do Triunfo
à visitação
pública.
No seu
testamento, o
escritor
escreveu: "Deixo
cinquenta mil
francos aos
pobres. Desejo
ser levado para
o cemitério na
sua carreta.
Recuso a oração
de qualquer
igreja; peço uma
oração a todas
as almas. Creio
em Deus. Victor
Hugo”.
O astrônomo e
pesquisador
psíquico francês
Camille
Flammarion
escreveu em
1889: "Victor
Hugo, alguns
anos antes de
sua morte, por
várias vezes
conversou
pessoalmente
comigo em Paris;
ele jamais
deixara de
acreditar nas
manifestações de
Espíritos. E
esta
inquebrantável
crença, cujas
raízes
remontavam às
experiências de
Jersey, no
convívio
diuturno com as
‘mesas falantes’
foi, para o
gigante da
literatura do
século XIX, um
incentivo para a
vida, para o
trabalho e para
o amor a seus
semelhantes".
|
No final
de 2012,
o museu
Maison
de
Victor
Hugo,
que
antes
foi a
casa do
escritor,
em
Paris,
abriu
uma
exposição
sobre a
influência
do
Espiritismo
em
Victor
Hugo e
na
produção
artística
em
geral: "Entrée
des
médiums,
Spiritisme
et Art,
de Hugo
à
Breton".
O título
"Entrada
dos
médiuns"
vem de
um texto
do
francês
André
Breton,
líder do
surrealismo,
movimento
artístico
que teve
grande
interesse
pela
mediunidade,
principalmente
pela
psicopictografia.
Sobre o
romancista
francês,
vale a
pena ler
o li- |
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