O joio e o trigo
Para
conhecer a verdade, é
preciso estudar
O monge dominicano
Giordano Bruno,
filósofo, astrônomo e
matemático italiano
(1548-1600), foi acusado
pelo Tribunal da
Inquisição de ter
sustentado a afirmação
da existência de
inúmeros mundos e de que
a Terra gira em torno do
Sol.
Acusaram-no ainda de
acreditar na
reencarnação e não no
inferno, e de ter
afirmado que até os
demônios seriam salvos,
um dia, conforme a lei
de evolução do Espírito;
de que a magia
(entenda-se a
mediunidade) é
verdadeira e de que os
profetas e apóstolos
eram magos (entenda-se
médiuns).
Giordano Bruno, uma das
figuras mais
representativas da
Renascença, preferiu ser
queimado na fogueira, em
8 de fevereiro de 1600,
do que abjurar as suas
ideias que, hoje, vemos,
não eram fantasias, mas
verdades insofismáveis.
Sobre a sua atitude,
afirmou: "Por enquanto
ficariam felizes com a
minha abjuração. Mas
viver também significa
percorrer um longo
caminho que nos afasta
Deus!" Em Roma, no local
de seu martírio, há uma
estátua que eterniza o
seu amor à verdade.
O amor à verdade é uma
das características do
homem de bem. De tal
maneira que, como se lê
n’ O Evangelho
segundo o Espiritismo, de
Allan Kardec,
capítulo XVII - O Homem
de Bem (...): "Se
interroga a sua
consciência sobre os
próprios atos, pergunta
se não violou essa lei,
se não cometeu o mal, se
fez todo o bem que
podia, se não deixou
escapar voluntariamente
uma ocasião de ser útil,
se ninguém tem o de se
queixar dele, se fez aos
outros tudo aquilo
que queria que os outros
fizessem por ele".
Espíritos assim já vêm
preparados. Não é fácil
caminhar-se para o
cadafalso tendo-se a
certeza de que poderia
escapar-se dele. Mentir,
abjurar, que importa,
quando está em jogo a
vida? - diria um
Espírito fraco.
Esses bons cristãos, e,
conseguintemente, os
bons espíritas, são
amantes da verdade,
acima de tudo.
Neste mesmo capítulo,
diz o Evangelho que:
(...) "O Espiritismo não
cria uma nova moral, mas
facilita aos homens a
compreensão e a prática
da moral do Cristo, ao
dar uma fé sólida e
esclarecida aos que
duvidam ou vacilam".
A verdade de cada um
está de acordo com a sua
evolução espiritual. A
verdade dos fracos é
frágil; a verdade dos
fortes é firme. Assim
deve ser a verdade do
espírita, uma verdade
calcada nos ensinamentos
de Jesus à luz da
Doutrina espírita.
Muito embora não se diga
dono da verdade, o
Espiritismo, sem dúvida,
tem a chave que abre as
portas do conhecimento,
pois os seus
ensinamentos não se
baseiam no pensamento ou
interpretação deste ou
daquele homem, deste ou
daquele fundador, mas na
interpretação clara dos
Espíritos.
Allan Kardec codificou
as Verdades do Evangelho
e da Doutrina Espírita,
trazidas pelos Espíritos
Tutelares, em cinco
importantes livros (as
Obras básicas da
Codificação Espírita): O
Livro dos Espíritos, O
Livro dos Médiuns, O
Evangelho segundo o
Espiritismo, O Céu e o
Inferno, A Gênese.
Estudemos Kardec, para
que possamos distinguir
a verdade da mentira,
diante da enxurrada de
informações falsas que
nos são impostas
diariamente, por uma
verdadeira plêiade de
falsos cristãos e falsos
profetas. Se assim
fizermos, saberemos
separar o joio do trigo.
Amemo-nos e
instruamo-nos, como nos
pede o Espiritismo. Este
chamamento encontra-se
na mensagem do Espírito
de Verdade, registrada
no capítulo VI de O
Evangelho segundo o
Espiritismo - O Cristo
Consolador: "Espíritas,
amai-vos, este o
primeiro ensinamento;
instruí-vos, este o
segundo. No Cristianismo
encontram-se todas as
verdades; são de origem
humana os erros que nele
se enraizaram. Eis que
do além-túmulo, que
julgáveis o nada, vozes
vos clamam: 'Irmãos!
nada perece. Jesus
Cristo é o vencedor do
mal, sede os vencedores
da impiedade'".