A ventura de não fazer
o
mal é felicidade?
Muitas pessoas acreditam
na felicidade plena
depois desta vida,
simplesmente por não
terem feito o mal.
É claro que não praticar
atos que desrespeitem a
Lei Divina é fundamental
para a consciência
tranquila de cada um.
Entretanto, entendemos
que não basta não fazer
o mal – é necessário
também fazer o bem,
pois, seremos
responsáveis pelo mal
que advenha do bem que
deixarmos de realizar em
família, no trabalho e
na sociedade como um
todo.
Em O Livro dos
Espíritos, na
questão 657, Allan
Kardec indagou: Os
homens que se entregam à
vida contemplativa, não
fazendo nenhum mal e só
pensando em Deus, têm
algum mérito a Seus
olhos?
E recebeu a resposta dos
Espíritos superiores:
Não, pois se não fazem o
mal, também não fazem o
bem, e são inúteis. Além
disso, não fazer o bem
já é um mal. Deus quer
que pensemos n’Ele, mas
não que pensemos apenas
n’Ele, pois deu ao homem
deveres a cumprir na
Terra. (...)
Não nos equivoquemos em
relação à vida. Devemos
praticar a caridade em
todas as circunstâncias,
seja em pensamento, em
palavras, em ações; seja
em doações intelectuais,
profissionais,
espirituais, ou em
doações materiais e
financeiras, que fazem
parte do desprendimento
material e emocional,
quando compreendemos que
é somente dando que
expandimos nosso eu e
vivenciamos o verdadeiro
amor cristão.
O desafio a vencer, com
as dificuldades e lutas
do dia a dia, está na
comunhão com Deus, mas
principalmente com nosso
próximo. Quando criamos
o hábito de falar com
Deus, acabamos por mudar
também o nosso jeito de
falar com nossos irmãos.
E mesmo diante de provas
e ingratidões, daqueles
que por vezes querem nos
derrubar, tenhamos a
firme convicção e fé n’Aquele
que nos levanta todos os
dias e nos dá força e
esperança para vencermos
no bem.
Jesus, o emissário de
Deus aqui na Terra, diz
que “a cada um segundo
suas obras” – então,
tenhamos em vista que
todo o bem que
realizamos retorna
através de bênçãos em
nossa vida; se
espalharmos o bem por
onde passarmos, ele
retornará em forma de
saúde, bem-estar,
esperança, pois a vida
devolve aquilo que damos
para ela
(Mateus 16:27).
O apóstolo Paulo, numa
linda carta endereçada
aos Coríntios, ensina
sobre o conhecer e o
viver, em teoria e
prática, em sabedoria e
exercício da caridade:
Ainda que eu falasse a
língua dos homens e dos
anjos, e não tivesse
amor, seria como o metal
que soa ou como o sino
que tine.
E ainda que tivesse o
dom de profecia, e
conhecesse todos os
mistérios e toda a
ciência, e ainda que
tivesse toda a fé, de
maneira tal que
transportasse os montes,
e não tivesse amor, nada
seria.
E ainda que distribuísse
toda a minha fortuna
para sustento dos
pobres, e ainda que
entregasse o meu corpo
para ser queimado, e não
tivesse amor, nada disso
me aproveitaria.
O amor é sofredor, é
benigno; o amor não é
invejoso; o amor não
trata com leviandade,
não se ensoberbece. Não
se porta com indecência,
não busca os seus
interesses, não se
irrita, não suspeita
mal. Não folga com a
injustiça, mas folga com
a verdade. Tudo sofre,
tudo crê, tudo espera,
tudo suporta
(1
Coríntios 13:1-7).
Arnaldo Divo Rodrigues
de Camargo é editor das
editoras EME e Nova
Consciência.