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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 506 - 5 de Março de 2017

ARNALDO DIVO RODRIGUES DE CAMARGO
editoraeme@editoraeme.com.br
Capivari, SP (Brasil)

 


A ventura de não fazer
o mal é felicidade?

         

Muitas pessoas acreditam na felicidade plena depois desta vida, simplesmente por não terem feito o mal.

É claro que não praticar atos que desrespeitem a Lei Divina é fundamental para a consciência tranquila de cada um.

Entretanto, entendemos que não basta não fazer o mal – é necessário também fazer o bem, pois, seremos responsáveis pelo mal que advenha do bem que deixarmos de realizar em família, no trabalho e na sociedade como um todo.

Em O Livro dos Espíritos, na questão 657, Allan Kardec indagou: Os homens que se entregam à vida contemplativa, não fazendo nenhum mal e só pensando em Deus, têm algum mérito a Seus olhos?

E recebeu a resposta dos Espíritos superiores: Não, pois se não fazem o mal, também não fazem o bem, e são inúteis. Além disso, não fazer o bem já é um mal. Deus quer que pensemos n’Ele, mas não que pensemos apenas n’Ele, pois deu ao homem deveres a cumprir na Terra. (...)

Não nos equivoquemos em relação à vida. Devemos praticar a caridade em todas as circunstâncias, seja em pensamento, em palavras, em ações; seja em doações intelectuais, profissionais, espirituais, ou em doações materiais e financeiras, que fazem parte do desprendimento material e emocional, quando compreendemos que é somente dando que expandimos nosso eu e vivenciamos o verdadeiro amor cristão.

O desafio a vencer, com as dificuldades e lutas do dia a dia, está na comunhão com Deus, mas principalmente com nosso próximo. Quando criamos o hábito de falar com Deus, acabamos por mudar também o nosso jeito de falar com nossos irmãos. E mesmo diante de provas e ingratidões, daqueles que por vezes querem nos derrubar, tenhamos a firme convicção e fé n’Aquele que nos levanta todos os dias e nos dá força e esperança para vencermos no bem.

Jesus, o emissário de Deus aqui na Terra, diz que “a cada um segundo suas obras” – então, tenhamos em vista que todo o bem que realizamos retorna através de bênçãos em nossa vida; se espalharmos o bem por onde passarmos, ele retornará em forma de saúde, bem-estar, esperança, pois a vida devolve aquilo que damos para ela (Mateus 16:27).

O apóstolo Paulo, numa linda carta endereçada aos Coríntios, ensina sobre o conhecer e o viver, em teoria e prática, em sabedoria e exercício da caridade: Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.

O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal. Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1 Coríntios 13:1-7).

 

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é editor das editoras EME e Nova Consciência.


 

 


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