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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 506 - 5 de Março de 2017

GUARACI DE LIMA SILVEIRA
guaracisilveira@gmail.com
Juiz de Fora, MG (Brasil)

 


Abençoada ou
amaldiçoada dor?


E a dor, quem gosta de senti-la ou tê-la por perto de vez em quando ou ainda espreitando sua vida? Ah dor, fiel companheira do homem desde os milênios passados. Dor aguda, ou seja: aquela limitada a um determinado período de tempo e gravidade, e a dor crônica, aquela que perdura por um determinado tempo ou até mesmo durante toda a vida. No livro A Gênese, Allan Kardec diz no capítulo 3, it. 5, que: “A dor é o aguilhão que impele o Espírito para frente, na senda do progresso”. No livro O Evangelho segundo o Espiritismo, no capítulo 9, it. 7, um Espírito Amigo numa comunicação datada de 1862 vai dizer que: “A dor é uma bênção que Deus envia a seus eleitos”. E continua dizendo: “Não vos aflijais, portanto, quando sofrerdes, mas, pelo contrário, bendizei a Deus todo-poderoso, que vos marcou com a dor neste mundo, para a glória no céu”.

Estudos relacionados ao Perispírito nos leva a entender que o corpo físico está sugando do corpo perispirítico aquelas manchas, sequelas causadas por ações equivocadas impetradas pelo Espírito. Isto, claro, quando a dor for física. Nos casos de dores morais, emocionais, mentais, também se verifica algum tipo de reajuste do Espírito perante as Leis Divinas. Há também a dor evolução “Que atua de fora para dentro, aprimorando o ser, sem a qual não existiria progresso”, nas palavras de André Luiz no Livro Ação e Reação, cap. 19. E vemos que toda a espiritualidade comenta que a dor cessará um dia, quando a humanidade se der conta da sua grandeza de centelha divina e ajustar-se promovendo conscientemente sua evolução.

O que são as células da glia? A resposta nos diz que “são células não neuronais do sistema nervoso central que proporcionam suporte e nutrição aos neurônios”. Elas zelam pelo sistema nervoso, mas seu cuidado pode ir longe demais, como nos diz R. Douglas Fields, editor chefe da revista Neuron Glia Biology. E ele comenta: “Se conseguirmos domá-las, será possível aliviar as dores não tratáveis com os atuais medicamentos”. Segundo estudos no passado, todos os tratamentos da dor crônica buscavam amortecer a atividade dos neurônios, mas conclui R. Douglas Fields, dizendo: “... a dor não pode ser interrompida se as células da glia continuarem a incitar as células nervosas”. Essas células trabalham incessantemente para que os neurônios cumpram com exatidão seus papéis, daí que alguma ação de dentro pode incitá-las a mais cuidados que podem gerar a dor. E de onde vem essa ação interna? Pode vir de um ferimento, de um comportamento extra com alimentação ou excessos físicos, de um estresse ou outras fontes detectáveis e que foram geradas pelo indivíduo naquela encarnação.

Mas existem ações que surgem espontaneamente muito embora a pessoa não cometa nenhum excesso e atinge o sistema nervoso daí surgindo a dor. É o momento de repensarmos as profundas lições que nos foram e são passadas pela espiritualidade amiga. Muitas vezes os tratamentos devem seguir os padrões da fluidoterapia, como passes e água magnetizada, cujas moléculas vão atuar diretamente na fonte originária da ação perturbadora do bom funcionamento orgânico. Há os que acreditam em milagres. Talvez o maior milagre seja o do entendimento das leis que regulam a vida e os comportamentos do Espírito em suas jornadas. O corpo responde às ordens do Espírito que as transmite através do perispírito. Se esse estiver doente, esgarçado ou com manchas, certamente que a comunicação entre Espírito e corpo será prejudicada.

Se o problema foi gerado por escolhas do Espírito é necessário que agora ele se coloque em alerta para corrigir o dano causado. Existem dados interessantes sobre a dor: de 10 a 20% da população dos Estados Unidos e da Europa afirmam sofrer de dor crônica. Desses, 59% são mulheres e, desses, 18% apenas buscam a medicina alternativa. Daí que a dor campeia eufórica pelas sociedades. Mais uma vez afirmamos a excelência da Doutrina Espírita que nos coloca à frente dos estudos científicos e nos dá a razão dos efeitos a partir das causas cravadas no perispírito ou por alguma necessidade evolutiva.

Não é necessário sofrer ou, se ainda o for, que o façamos com a certeza de que esse processo cessará um dia quando não mais buscarmos os carrosséis das fantasias e nos atrelarmos definitivamente aos corcéis que nos levarão aos caminhos do saber e das verdades que necessitamos apreender. Naqueles tempos nós mesmos definiremos a dor como abençoada ou amaldiçoada.

No século dezenove Victor Hugo estava reencarnado. Espírito de ditos profundos, ao desencarnar contaminou seus estudos no campo dos aprofundamentos e nos trouxe em seu livro: Almas Crucificadas, psicografado por dona Zilda Gama, a seguinte informação, contida no capítulo sete: “A dor é moeda luminosa com que todos neste orbe podem conseguir a salvação perene da alma, o resgate de todos os delitos”. Muito conclusiva esta informação. E se a juntarmos com outro texto seu, agora retirado do livro: Do Calvário ao Infinito, que diz: “É a dor o lapidário da alma e unicamente o seu cinzel destrói-lhe os vincos, tira-lhes as escabrosidades, adelgaça-a, dá-lhe polimento e facetas que a tornam – diamante divino e vivo que o é – luminosa e resplendente”; vamos nos instruir um pouco mais a respeito da dor.

Eclipse passageiro vai luzindo a alma a cada fase e facetas necessárias a cada indivíduo. Não é como muitos supõem um tormento desastroso, trágico e danoso que infelicita. É antes de tudo um argumento superior da vida a favor dos seus transeuntes a caminho dos céus. O que vale saber é o como a recebemos e convivemos com sua presença. Daqui a pouco ela irá como fiscal que cobra dos viajantes o bilhete de ingressos aos planos superiores da consciência. Se amaldiçoada agora, será abençoada num futuro onde formos reflexos de Deus. 




 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita