A. De um
ponto de
vista
rigorosamente
científico,
que é
preciso para
que as
comunicações
mediúnicas
com os
mortos
tenham um
valor
probante?
Que a
personalidade
comunicante
revele dados
ignorados de
todos os
presentes,
sendo que a
prova
crucial
se obtém
quando os
dados
fornecidos
só sejam
conhecidos
de pessoas
distantes
desconhecidas
do médium e
dos
presentes.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
B. Bozzano
relaciona
nesta obra
casos em que
a
comunicação
entre vivos
tenha
ocorrido por
iniciativa
do
comunicante
e não do
médium?
Sim. As
mensagens
constantes
do Subgrupo
D, relatadas
neste livro,
são
decorrentes
de episódios
em que a
pessoa
distante é
que se
propôs
entrar em
relação com
a
subconsciência
do médium.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo D)
C. Podemos
concluir que
o
significado
teórico
desses casos
se mostra
favorável à
hipótese
espírita das
manifestações
dos chamados
mortos?
Evidentemente,
porque deles
se pode
inferir que,
se a vontade
consciente
de um
“espírito de
vivo” opera
à distância
sobre a mão
de um médium
psicógrafo
até poder
ditar-lhe o
próprio
pensamento,
nada se opõe
a que a
vontade
consciente
de um
“espírito de
morto”
chegue, por
sua vez, a
operar de
forma
semelhante.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo D)
Texto para
leitura
233. De tudo
o que vimos,
concluímos
que nas
comunicações
mediúnicas
de que
tratamos
existem três
categorias
bem
distintas.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
234. A
primeira
consiste nos
chamados
fenômenos de
mistificação
subconsciente,
nos quais a
faculdade
supranormal
do sensitivo
não chega a
superar o
obstáculo
interposto
em cada
mensagem
mediúnica
pelo
“extrato
onírico” da
subconsciência,
determinando-se
assim, uma
ação de
sonho, que
se
desenvolve
segundo a
direção do
pensamento
do
consulente
ou do estado
de ânimo do
médium, em
cujo caso a
falsa
personificação
sonambúlico-hipnótica
é facilmente
reconhecível,
tanto que o
médium não
se acha em
situação de
representá-la
mais que com
os elementos
informativos
por ele
conhecidos e
alguma vez
com os dos
consulentes
(leitura do
pensamento).
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
235. A
segunda
categoria
consiste nas
comunicações
mediúnicas
entre vivos,
cuja
natureza é
facilmente
reconhecível,
enquanto a
personalidade
do vivo
comunicante
revela
espontaneamente
a sua
personalidade
e fornece
dados de
identificação,
exclusivamente
seus. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
236. A
terceira
categoria
consiste nas
comunicações
mediúnicas
com os
mortos, em
favor das
quais deve
ser
observado
que, de um
ponto de
vista
rigorosamente
científico,
só as coisas
em que a
personalidade
comunicante
proporciona
dados
ignorados de
todos os
presentes
podem
assumir o
valor de
identificação
espírita, ao
passo que a
prova
crucial
se obtém
quando os
dados
fornecidos
só sejam
conhecidos
de pessoas
distantes
desconhecidas
do médium e
dos
presentes,
prova que se
deve
considerar
crucial,
tendo em
vista que a
lei
imprescindível
da “relação
psíquica”
não permite
admitir que
possam se
dar
comunicações
mediúnicas
com pessoas
afastadas
desconhecidas
do médium e
dos
presentes,
salvo por
meio de um
objeto
largamente
usado pela
pessoa
distante,
com a qual
se desejaria
entrar em
comunicação
(psicometria).
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
237. Existem
críticos
dispostos a
passar por
cima da lei
da “relação
psíquica”
para assim
fantasiarem
livremente,
até conceder
onisciência
divina à
subconsciência
humana,
porém como,
segundo o
critério da
análise
comparada
dos fatos,
tais
elucubrações
arbitrárias
se situam
fora da
órbita
científica,
devem ser
excluídas
inexoravelmente,
em honra à
Verdade, na
expectativa
de que esses
opositores
cheguem a
produzir
algum
rudimento de
prova em
apoio das
suas
fantasias.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo C)
238.
Mensagens
transmitidas
por vontade
expressa de
pessoa
distante
– No
presente
subgrupo
são
estudados
episódios
que, pela
sua gênese,
se mostram
diametralmente
opostos aos
do
subgrupo
precedente,
ou seja, em
lugar de ser
o médium que
se propôs
entrar em
relação com
a
subconsciência
de pessoas
distantes,
aqui são
estas que
querem
entrar em
relação com
a
subconsciência
do médium.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo D)
239. Estes
casos formam
o
complemento
necessário
dos
enumerados
na primeira
categoria
deste
trabalho, na
qual se
consideram
as mensagens
experimentais
em que o
agente e o
percipiente
“se acham na
mesma casa”.
Aqui, ao
contrário,
se
consideram
as mensagens
experimentais
de natureza
análoga,
porém
transmitidas
a distância.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo D)
240.
Saliento que
as
transmissões
telepáticas
mediúnicas a
distância
entre
pessoas
vivas nas
quais o
agente se
acha em
estado de
vigília, se
mostram bem
raras, ao
passo que
são
relativamente
frequentes
na condição
de sono
manifesto ou
disfarçado
do agente.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo D)
241. De
todos os
modos, faço
notar que as
comunicações
transmitidas
ao médium
pela
vontade
consciente
de uma
pessoa
próxima
ou
afastada
diferem
grandemente
daquelas
transmitidas
ao médium
pela
vontade
subconsciente
de uma
pessoa em
estado de
sono
manifesto ou
disfarçado,
pois, no
primeiro
caso,
trata-se
limitadamente
de uma
transmissão
telepático-mediúnica
e, portanto,
de uma
mensagem
simples e
pura, que
não assume o
caráter de
diálogo,
ao passo
que, no
segundo
caso, as
manifestações
assumem com
frequência
esse caráter
e, quando o
fazem
significa
que não se
trata de uma
transmissão
telepático-mediúnica
e sim de
uma conversa
verdadeira
entre duas
personalidades
espirituais
subconscientes,
a não ser
que se trate
de uma
mensagem de
vivo
transmitida
com o
auxílio de
uma entidade
espiritual,
casos que
examinaremos
no
subgrupo
F. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo D)
242. O
significado
teórico dos
casos em
exame se
mostra
nitidamente
favorável à
hipótese
espírita,
pois deles
se pode
inferir que,
se a vontade
consciente
de um
“espírito de
vivo” opera
à distância
sobre a mão
de um médium
psicógrafo
até poder
ditar-lhe o
próprio
pensamento,
nada se opõe
a que a
vontade
consciente
de um
“espírito de
morto”
chegue, por
sua vez, a
operar de
forma
semelhante.
E, como das
comunicações
entre vivos
é dado
comprovar a
realidade
integral do
fenômeno,
interrogando
as pessoas
colocadas
“nos dois
extremos de
um fio
transmissor”
se depreende
que, quando
“no outro
extremo do
fio” se acha
uma entidade
afirmando
ser um
“espírito de
morto” e o
prova dando
detalhes
pessoais
ignorados do
médium e dos
presentes,
pode-se
legitimamente
inferir que
“no outro
extremo do
fio” deva
encontrar-se
a entidade
de morto que
se afirma
presente.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo D)
243. Isto
dito, passo
à exposição
dos casos
que, como
afirmei, se
verificam
raramente na
modalidade
aqui
examinada,
tanto que só
disponho de
três deles e
assim mesmo
dois
deficientes.
No livro de
Aksakof,
Animismo e
Espiritismo,
são citados
outros três
casos em
tudo
análogos aos
aqui
relatados,
salvo a
particularidade
de que as
mensagens
mediúnicas
entre vivos
foram
obtidas com
o auxílio de
uma entidade
espiritual
intermediária.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo D)
244. Tal
particularidade
pode ou não
ser certa,
mas
constitui
uma variante
que se tem
de levar em
consideração,
coisa que
faremos no
estudo do
subgrupo
F. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo D)
245. Caso
20 – Assim
foi
publicado em
Light
(1893, pág.
464); quem
escreveu foi
o diretor da
revista
Constancia,
de Buenos
Aires:
O Sr.
Horácio
Catucci era
membro de um
círculo
experimental
existente na
cidade de
Paplanta,
Estado de
Vera-Cruz.
Teve de
transferir
sua moradia
para
Jalapa-Enriquez,
mas não
deixou de
dedicar-se a
pesquisas
psíquicas.
Certa noite,
quando
conversava
com um seu
companheiro
de
pesquisas, o
Sr. C. G.
lembrou-se
de que,
naquele dia
e hora, os
seus amigos
de Vera-Cruz
se achariam
reunidos em
sessão e
teve a ideia
de tentar
uma
experiência.
Pediu ao
amigo que o
deixasse a
sós,
escreveu uma
linha e
procurou
transmiti-la
telepaticamente
aos seus
amigos de
Vera-Cruz,
concentrando,
para tal
fim, toda a
sua vontade.
O Sr. E. M.,
presidente
do grupo de
Vera-Cruz,
costumava
enviar
semanalmente
ao autor da
redação umas
notas do
ocorrido em
suas sessões
e, quando
enviou
aquela que
coincidia
com a
experiência
do Sr.
Catucci, leu
este o
seguinte
trecho:
“Tudo ia
bem, porém
pouco faltou
para
intrometer-se
um espírito
mistificador,
que procurou
enganar-nos,
transmitindo-nos
uma mensagem
firmada nada
menos que
por você que
está tão
vivo quanto
eu.
Envio-lhe
uma cópia do
que nos
disse (Anexo
nº 3), para
que se
divirta,
lendo-a”. A
referida
cópia
continha a
reprodução
exata da
comunicação
transmitida
pelo Sr.
Catucci.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo D)
246. No caso
exposto,
mostra-se
interessante
a
circunstância
de haver o
agente se
concentrado
e
identificado
com a
experiência,
a ponto de
ter a visão
subjetiva
dos amigos
distantes,
reunidos em
sessão, bem
como a
sensação de
agir em
pessoa sobre
a mesa,
transmitindo
telepaticamente
a sua
mensagem.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo D)
247. Em tais
condições de
concentração
psíquica e
na falta de
informes
suplementares,
impossível é
decidir se
se tratava
de pura
visão
alucinatória
ou de uma
legítima
visão
clarividente
ou ainda de
um autêntico
fenômeno de
“bilocação”,
pois que as
condições de
intensa
concentração
da vontade
são
igualmente
propícias à
manifestação
das três
categorias
dos
fenômenos
indicados.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo D)
248. Caso
21 – Tomo-o
do livro de
Sarah
Underwood,
Automatic
or Spiritual
Writing
(págs.
281-282),
livro dos
melhores até
agora
publicado
sobre as
revelações
mediúnicas.
Escreve uma
amiga a
Sarah
Underwood:
Li com
prazer o
artigo na
Arena,
do Prof.
Underwood,
no qual
descreve a
sua escrita
automática.
Tal fenômeno
já se deu
comigo, mas
sem nenhum
sofrimento
físico.
Também a
minha irmã
teve, certo
tempo, a
dita
faculdade,
que diminuiu
lentamente,
até
desaparecer.
No breve
período de
sua
mediunidade
escrevente,
achava-se
ela como
mestra-escola,
longe de
casa, o que
me
desgostava.
Ao voltar
para umas
breves
férias, eu
lhe disse:
“Quando você
voltar,
vamos ver se
podemos
comunicar-nos
por meio da
escrita
automática”.
E combinamos
tentar a
coisa, em
certo dia e
hora de cada
semana. Cada
uma devia
escrever a
sua mensagem
e esperar a
respectiva
resposta.
Três de suas
mensagens
foram
fielmente
recebidas
por mim, mas
notavam-se
palavras que
não
correspondiam,
pelo seu
significado,
pois não
eram as que
haviam sido
transmitidas.
Também se
notavam
variantes
sutilíssimas
no
desenvolvimento
de
pensamento
idêntico.
Minha mente
e minha
vontade não
entravam, de
forma
alguma, no
processo da
escrita, a
qual
correria
desembaraçada
e era
absolutamente
automática.
Minha irmã,
ao
contrário,
só recebeu
uma das sete
mensagens
enviadas,
provavelmente
porque o
ambiente em
que se
encontrava
não era
favorável a
tais
experiências.(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo D)
249. O caso
citado seria
interessante
se houvesse
sido narrado
com todos os
pormenores.
Assim como
está, não
oferece
bases
seguras para
argumentações
teóricas e,
portanto, só
serve como
exemplo de
correspondência
mediúnica
entre vivos,
com
desenvolvimento
recíproco.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo D)
250. Caso
22 – A
Sra. Fred.
Maturin,
autora do
interessante
livro de
revelações
mediúnicas
Rachel
Conforted,
no qual
estão
reunidas
mensagens
recebidas de
seu falecido
filho, com o
auxílio de
sua própria
mediunidade,
narra o
seguinte
episódio:
Durante os
anos em que
me
comunicava
mediunicamente
com o meu
filho “Sunny”,
conforme
mensagens
por mim
reunidas no
livro
Rachel
Conforted,
aconteceu
certo dia
que, quando
estava
sentada
diante da
mesa com
minha amiga,
posta a mão
sobre a
prancheta e
conversando
com ele,
aconteceu o
seguinte
fato, o
qual, junto
ao outro do
menino “Ciril”,
que se havia
apoderado da
prancheta e
não queria
deixá-la,
foram os
únicos casos
de
interferência
espírita
ocorridos
durante as
nossas
experiências.
Certo dia,
durante a
guerra
anglo-bôer,
eu e minha
amiga
tínhamos as
mãos sobre a
prancheta e
conversávamos
com “Sunny”,
quando
inesperadamente
notamos que
outra
personalidade
se havia
apossado do
aparelho,
com brusca
mudança de
caligrafia e
movimentos.
O incidente
se deu na
metade de
uma frase
que “Sunny”
ditava,
interrompida
que foi por
um salto
violento da
prancheta,
ao que se
seguiu uma
breve pausa,
para
continuar
com esta
palavra
ditada três
vezes, em
amplos
caracteres:
“Madrinha!
Madrinha!
Madrinha!”
Fiquei muito
impressionada,
pois tais
palavras me
indicavam
quem era a
entidade
comunicante.
Era com este
nome que
certa
parente
minha
costumava
chamar-me.
Não a via há
meses e
sabia que se
achava no
continente,
como sabia
que seu
filho estava
combatendo
na África do
Sul. Naquela
ocasião era
ainda novata
nas
investigações
espíritas,
motivo pelo
qual supus
que havia
ela
falecido.
Procurei
dirigir-lhe
algumas
perguntas,
mas não
obtive mais
que a
tríplice
repetição da
palavra
“Madrinha” e
o meu
“Sunny” pôde
retomar a
conversa
interrompida.
Escrevi, na
mesma noite,
à minha
parente,
relatando o
fato
ocorrido,
com o dia e
a hora,
porém, como
temia que
houvesse
morrido,
dirigi a
carta ao seu
marido.
Recebi
resposta da
pretensa
desencarnada,
que me
comunicava
estar viva e
que, no dia
e hora
indicados,
se achava
presa de
grande
ansiedade
pela falta
de notícias
de seu
filho.
Pensara
então em
mim, com a
ideia de que
eu fosse ao
Ministério
da Guerra, a
fim de saber
notícias.
(Acrescento,
entre
parênteses,
que o filho
voltou vivo
da guerra.)
Parece-me,
pois, que o
caso exposto
se mostra um
exemplo
interessante
de um
espírito
encarnado,
que
transmite
uma mensagem
mediúnica a
distância.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo D)
(Continua no
próximo
número.)